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quarta-feira, 14 de julho de 2010

TEXTO 78 -MORRE EM MOSCOU, CAMPEÃO MUNDIAL DE XADREZ VASILY SMYSLOV.




Enxadrista russo foi campeão mundial na temporada 1957/1958; ele ainda ganhou dez Olimpíadas
27 de março de 2010 | 13h 48
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O grão-mestre internacional de xadrez e campeão do mundo Vasily Smyslov morreu na noite desta sexta-feira num hospital de Moscou aos 89 anos, informou o canal local NTV.
"A versão preliminar aponta que a causa da morte foi uma insuficiência cardiovascular", disse uma fonte do hospital em declarações à agência de notícias RIA Novosti.
No grupo dos grandes enxadristas do mundo desde 1948, Smyslov foi campeão do mundo na temporada 1957-1958 e, como membro da equipe nacional da União Soviética, conquistou dez Olimpíadas de xadrez e cinco Europeus.
Smislov é autor também de uma série de livros sobre o esporte.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,morre-em-moscou-campeao-mundial-de-xadrez-vasily-smyslov,530056,0.htm
http://iulianceausescu.files.wordpress.com/2010/03/smyslov06.jpg
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://math.uww.edu/~mcfarlat/177smysl.jpg&imgrefurl=http://math.uww.edu/~mcfarlat/chess_images.htm&h=384&w=512&sz=36&tbnid=wujfqPHxzYwgPM:&tbnh=98&tbnw=131&prev=/images%3Fq%3Dfoto%2B%252B%2BVasily%2BSmyslov&hl=pt-BR&usg=__h-B0P9sbyqc4l6WbUAjZf2ilgPY=&sa=X&ei=eNU9TPfMCdC2uAej6sV6&ved=0CBcQ9QEwBw
http://www.chessoutpost.com/smyslov2.jpg

TESTO 77 - A NATUREZA DO JOGO DE XADREZ.

A NATUREZA DO JOGO DE XADREZ
Professor Wilson da Silva.

Certa vez um jornalista perguntou ao Grande Mestre Internacional Savielly Tartakower quem era o melhor enxadrista de todos os tempos e recebeu a seguinte resposta: se o xadrez é uma ciência o melhor é Capablanca; se o xadrez é uma arte o melhor é Alekhine; se o xadrez é um esporte o melhor é Lasker . Teceremos a seguir alguns comentários relacionando o xadrez com estas três áreas do conhecimento.

1. CIÊNCIA.

Uma definição possível de ciência é: “conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio”. (FERREIRA, 1986 p. 404). Vamos agora examinar o xadrez tendo por base essa definição de ciência.

1.1. Conjunto Organizado de Conhecimentos.
Durante os mil quinhentos anos que o xadrez é praticado, incontáveis partidas já foram jogadas, gerando um conhecimento especializado sobre o jogo. Através de um sistema de registro próprio, este corpo de conhecimento foi organizado e sistematizado de forma a facilitar seu estudo e transmissão.
Isso gerou a produção de uma grande quantidade de livros de xadrez escritos no mundo , sendo uma das áreas do conhecimento que mais se escreveu. Assim o conhecimento do xadrez está organizado e acessível ao estudo em áreas como: Abertura, Meio-Jogo, Final, Tática e Estratégia.

1.2. Obtidos mediante Observação e Experiência dos Fatos.
À medida que o xadrez foi ganhando maturidade percebeu-se que a explicação para a vitória ou fracasso em uma partida deveria ser procurada não na idiossincrasia do jogador, mas nas características objetivas da partida. Então os fatos que explicam porque um jogador perde ou ganha uma partida devem ser obtidos mediante intensa observação, pautados sempre na experiência.
Quando se irá enfrentar um jogador em uma competição, é comum pesquisar suas partidas buscando identificar suas virtudes e fraquezas.

1.3. Método Próprio.
Os dados gerados pelas partidas foram então ordenados e classificados surgindo assim a Teoria dos Finais, a Teoria do Meio-Jogo e a Teoria das Aberturas, cada qual com suas idéias e conceitos mais amplos, mas também dotadas de sutilezas e peculiaridades. Esse conjunto de “ferramentas conceituais” que se usa tanto para jogar quanto para investigar o xadrez configuram o seu método próprio, ou dito de outro modo, a Teoria do Xadrez.
É importante ressaltar que na busca por encontrar o melhor lance, a base lógica e conceitual do xadrez proporciona ao enxadrista um exercício contínuo de observação, reflexão, análise e síntese, passos utilizados pela metodologia do trabalho científico.
O enxadrista deve visualizar as principais posições que derivarão de cada movimento seu, e refletir se a posição resultante é vantajosa para ele ou para o adversário. Como cada plano deve ser feito sem que se toque nas peças, a abstração resultante dessa atividade leva o praticante a adquirir o hábito de organizar seu pensamento.

2. ESPORTE.

As definições, tanto de esporte como de jogo, são bastante imprecisas. Tomemos a seguinte definição de esporte: “conjunto de exercícios físicos praticados com método, individualmente ou por equipes”. (FERREIRA, 1986, p. 708). Tomando esta definição por base, esportes como Tiro com Arco ou Tiro Esportivo não poderiam ser considerados esportes, pois quase não existe exercício físico, e, no entanto, não somente são esportes como são também esportes olímpicos.
Vejamos uma definição de jogo:
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. (HUIZINGA, 1996, p. 33).
Observe que tanto o xadrez como em qualquer outra competição esportiva pode enquadrar-se dentro desta definição, se modificarmos o ponto que diz regras livremente consentidas, para regras oficiais da modalidade. E isso é bastante natural, pois os esportes são, na sua essência, jogos.
Então através de seu status, grau de complexidade interna, grau de organização no mundo e poder de lobby, uma atividade será ou não considerada esporte pelo COB e IOC.
O xadrez é um esporte vinculado ao COB, mas não faz parte dos Jogos Olímpicos, participando somente como demonstração. Em 1999 o IOC concedeu, através de seu então presidente Juan Antonio Samaranch, reconhecimento ao xadrez.

3. ARTE.

Uma das muitas definições possíveis diz que arte é “a capacidade que tem o homem de pôr em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria”. (FERREIRA, 1986, p. 176).
As pessoas que relacionam o xadrez somente com lógica estranham ao ouvir que também pode ser uma forma de arte.
O aspecto lógico do xadrez não impede o expert de manifestar sua criatividade, sua individualidade, de imprimir sua marca na partida. Quem joga xadrez provavelmente já experimentou a indescritível sensação de arrebatamento estético ao realizar uma combinação , satisfação esta similar à sentida ante uma obra mestra da pintura, música ou poesia.
Fato curioso de perceber é que tanto no xadrez como na música e na matemática serem observadas crianças prodígios. Se compararmos estas três áreas do conhecimento com a pintura, a escultura e literatura, observaremos que nas últimas, a pequena experiência de vida não é suficiente para uma criança compor algo com valor estético.
Em contrapartida, no xadrez, na música e na matemática esta experiência de vida não é fundamental. Segundo LASKER (1962, p. 153), Mozart compôs e escreveu um minueto antes de completar quatro anos de idade. Gauss, aos três anos de idade, sem saber ler e escrever corrigiu uma comprida soma que seu pai fez. Reshevsky jogou dez partidas simultâneas de xadrez aos seis anos de idade.
Artistas contemporâneos normalmente mostram pouco interesse pelas atividades que exigem o pensamento lógico em demasia. Não negam a sua importância, mas não gostam que a lógica amarre o seu estilo. Mas muitos artistas do passado, ao contrário, utilizavam a linguagem matemática para compor suas obras.
Assim no jogo de xadrez, na abertura (fase inicial) e no meio-jogo (fase intermediária), em contrapartida com o final, que possui muita lógica, somente a análise lógica não basta, devido ao elevado número de possibilidades a serem examinadas. Então o enxadrista, diante da incapacidade do cálculo exato, orienta-se por princípios gerais. Ao pautar-se por esses princípios o jogador de xadrez reduz as opções drasticamente a poucas a serem consideradas. Ocorre que mesmo com essa seleção prévia, ele precisa usar sua imaginação, sua intuição por assim dizer, para encontrar o melhor lance.
Como certa vez o físico John R. Bowman disse: “a impossibilidade de conhecer o melhor lance é que eleva o xadrez de um jogo científico para uma arte, um meio de expressão individual”.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
www.cex.org.br/html/ensino/Apostilas/.../a_natureza_do_xadrez.doc

TEXTO 76 - XADREZ: ESPORTE, HISTÓRIA E SUA INFLUÊNCIA NA SOCIEDADE.

XADREZ: esporte, história e sua influência na sociedade
Ciro José Cardoso Pimenta*

RESUMO.

O objetivo deste texto é apresentar o xadrez como esporte, mostrar suas particularidades, expor sua história e relacionar seus fatos mais importantes com a história da humanidade. O Xadrez, conhecido como “Jogo dos Reis”, conquista todo o mundo após sua invasão ao Ocidente. Depois de algumas convergências, o jogo adota um aspecto padronizado em todo planeta. Desde então, vem sendo praticado de todas as formas possíveis, sendo usado como artigo de marketing, como elemento da educação na área escolar, como lazer, esporte, passatempo e até como artifício hegemônico na recente Guerra Fria, sempre promovendo a inteligência, a competitividade e a criatividade dos homens.

ABSTRACT.

The objective of this text is to present the chess as sport, to show its particularitities, to display its history and to relate its more important facts with the history of the humanity. Known as “Kings Game”, the chess conquest the whole world after its invasion to the Ocidente. After some convergences, the game adopts a standardized aspect in all planet. Since then, it comes being practised of all the possible forms, being used as article of the marketing, as element of the education in the pertaining to school area, as leisure, sport, pastime and until as hegemonic artifice in the recent Cold War, always promoting intelligence, the competitiveness and the creativity of the men.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS - DEFINIÇÃO.

Definir o xadrez é, sem dúvida, um ato complexo, pois o esporte aborda diversas áreas da expressão humana. Muito oportuna foi a colocação do famoso poeta, romancista e cientista alemão GOETHE (1786), “O xadrez é a ginástica da inteligência”, entretanto MELÃO JÚNIOR (1998) refere-se ao xadrez de forma mais ampla e poética, definindo-o como:
O xadrez não passa de um punhado de tocos de pau, dispostos sobre uma tábua quadriculada, situada entre duas criaturas incompreensivelmente absortas, que, dominadas por uma espécie de autismo, desperdiçam inutilmente seu tempo, olhando para este brinquedo sem graça, enquanto o mundo ao seu redor pode desmoronar sem que se apercebam disso. Esta é a interpretação do homem vulgar, insensível e apático; incapaz de enxergar as essências, homem que se conforma com uma visão superficial das coisas e se deixa seduzir pelas aparências de outras atividades menos belas e eloqüentes. Para o homem mediano, o xadrez é um mero acessório, útil tão somente porque contribui para desenvolver diferentes faculdades mentais, melhorando o desempenho escolar nas crianças, intensificando a acuidade mental nos adultos e preservando por mais tempo a agilidade mental nos idosos. Porém, para o homem espirituoso, criativo e empreendedor, o xadrez é uma das mais ricas fontes de prazer, um meio no qual se encontram elementos para representar as mais admiráveis concepções artísticas, um campo pelo qual a imaginação pode voar livremente, produzindo, com encantadora beleza, idéias deliciosamente sutis e originais. O xadrez é uma das raras e preciosas atividades em que o homem pode explorar ao fundo suas emoções, atingindo estados de prazer tão sublimes, tão ternos, tão intensos, que só podem ser igualados pelas sensações proporcionadas pelo amor e pela música.
Por esta sua característica de exercitar de forma competitiva e saudável o cérebro do homem, o xadrez expandiu-se de um simples jogo regional indiano ao apaixonante esporte que é hoje. Suas origens remetem a muitas fontes. De certo, a fonte histórica mais antiga que possui o xadrez é uma pintura indiana que retrata duas pessoas jogando algo parecido com ele, por volta de 3000 ac. De tão incerta que é a origem do xadrez conta-se até uma interessante lenda que nos faz divagar sobre parte da matemática do esporte.
Até os dias atuais foram muitas as evoluções, sempre seguindo em paralelo aos rumos que tomou a história da humanidade. O xadrez é levado ao Ocidente com a invasão do Império Persa pelos Árabes. A partir daí então, foram mudadas algumas peças, o jogo perde o fator sorte e passa a depender tão somente dos conhecimentos de cada jogador. As capacidades de memória, estratégia, combinação, tomada de decisões e bom senso tornam-se elementos primordiais ao bom jogador de xadrez. Surgem os primeiros campeões, o xadrez se expande cada vez mais atingindo também o novo continente. Sua difusão só não é mais ampla pela forte discriminação que há na época contra negros e mulheres. Passam-se os séculos e o xadrez continua presente na sociedade, sempre com seu aspecto dinâmico e realista.
Chega a ser disputado como exibição em algumas olimpíadas, mas após contestado seu lado esportivo é retirado. Entretanto o xadrez responde com sua participação importantíssima como elemento de status na Guerra Fria, tornando-se ainda mais difundido em todo planeta e tendo até hoje a segunda maior federação do mundo em número de filiados, a FIDE, com cerca de 200 países filiados, estando à frente de esportes como vôlei, tênis e basquete e sendo disparadamente o esporte mais praticado no mundo.
Sua importância é salientada nas duas últimas décadas, onde governos de todo o mundo desenvolvem grandes projetos envolvendo o xadrez no âmbito escolar, já que é do conhecimento de todos a importância deste jogo na formação da criança e do cidadão.
Tantas conquistas trazem ao xadrez o status novamente de esporte, sendo que tomará definitivamente parte das competições olímpicas a partir de Atenas 2004.

HISTÓRIA E LENDA DO XADREZ.

Por falta de documentos é muito difícil obter uma fonte clara sobre a data de invenção do xadrez. Historiadores postulam sobre várias possibilidades, de certo, o registro mais antigo que há sobre o xadrez é uma antiga pintura egípcia que mostra duas pessoas jogando algo parecido com o jogo cerca de 3000 anos ac. Todavia, costuma-se aceitar como introdução à história do xadrez uma bela lenda, que posiciona bem o caráter intelectual e psicológico do esporte, exposta por BECKER (1971, p. 259) em sua obra:
Pela lenda, o xadrez foi inventado há 1950 anos por um hindu de nome Sissa, a fim de distrair o seu rei. Ao conhecer o jogo, o rei da Índia ficou tão entusiasmado que ofereceu a Sissa a liberdade de escolher o que ele bem desejasse como recompensa por tão notável invento. Toda a corte esperava que Sissa fosse pedir grandes riquezas, mas ele surpreendeu a todos com o seguinte pedido: um grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro; dois grãos de trigo pela segunda casa; quatro grãos de trigo pela terceira casa; oito grãos de trigo pela quarta casa e assim sucessivamente, sempre dobrando o número de grãos da casa anterior até a casa de número sessenta e quatro (o tabuleiro de xadrez tem 64 casas). Seu pedido provocou risos. O rei meio que contrariado disse-lhe: “Um invento tão brilhante e um pedido tão simples? Escolha uma grande riqueza meu jovem, um de meus castelos, um palácio ou até uma de minhas mulheres!” Mas Sissa mostrava-se inapelável à proposta do rei, e, como palavra de rei é palavra de rei, este, ainda contrariado, pediu a seus criados que entregassem a Sissa um grande saco de grãos de trigo. Sissa entretanto, recusou a oferta dizendo que queria receber exatamente o que havia pedido, nem um grão a mais, nem um grão a menos. O rei pediu então para que seus calculistas fizessem as contas. Depois de muito tempo e muitas contas, o matemático oficial do reino chegou assustado para avisar ao rei que eles encontraram o número 18.446.744.073.709.551.615 de grãos de trigo a serem pagos ao jovem Sissa, ou seja, dezoito quintrilhões, quatrocentos e quarenta e seis quatrilhões, setecentos e quarenta e quatro trilhões, setenta e três bilhões, setecentos e nove milhões, quinhentos e cinqüenta e um mil e, seiscentos e quinze. É um número tão grande de grãos de trigo, que seria necessário semear seis vezes a superfície da terra para obtê-lo. Se uma pessoa contasse de um até este número, gastando um segundo por número, levaria quase sessenta bilhões de séculos para chegar até ele. Vendo-se incapacitado em cumprir a promessa, o rei mandou chamar Sissa para lhe oferecer outra recompensa. Sissa, entendendo a aflição do monarca por não poder cumprir sua promessa perdoou a dívida, afinal, seu objetivo havia sido atingido, ou seja, chamar a atenção do monarca para o cuidado que deveria ter com suas promessas e julgamentos e para reconhecer que atitudes aparentemente humildes formam grandes conquistas. Por fim, Sissa aceitou ser conselheiro do rei e todos viveram felizes para sempre.
Já a história do xadrez segue a proposta de alguns autores.
Segundo MURRY (1955), aproximadamente em 570 dc surge na Índia o chaturanga (jogo dos quatro elementos), que é o ancestral do xadrez. Jogavam quatro pessoas, sendo que cada qual possuía oito peças: um ministro (hoje dama), um cavalo, um elefante (hoje bispo), um navio (mais tarde uma carruagem, hoje a torre) e quatro soldados (atualmente os peões). O tabuleiro era monocromático (de uma só cor) e as peças dos quatro jogadores diferenciavam-se pelas cores vermelha, verde, negra e amarela. A peça a ser movimentada era definida por um lance de dados. Este jogo indiano teve três evoluções: num primeiro momento, eliminaram-se os dados; posteriormente, os jogadores em diagonal unem-se (aliados) e mais tarde, os aliados passaram para o mesmo lado do tabuleiro. Através de rotas comerciais e culturais o chaturanga é exportado para a China tornando-se lá o "Jogo do Elefante" e posteriormente o "Jogo do General" no Japão e na Coréia. Na Pérsia ele passa a ser chamado de "Jogo de Xadrez" (em persa chatrang) e goza de imensa popularidade. É nesta época que o número de parceiros é reduzido a dois e cria-se uma nova peça; o Xã (Rei). Com a Pérsia sendo conquistada pelos árabes (por volta de 651 dc) estes adotam e difundem o jogo pela África e Europa. No século XI, o xadrez já é conhecido em toda a Europa e sofre a seguinte modificação: o Ministro torna-se Rainha (Dama). Na verdade o jogo ao adentrar a Europa começa a apresentar um aspecto monárquico. No século XIII as casas do tabuleiro passam a ser dividas em duas cores para facilitar a visualização dos enxadristas. Por volta de 1561 o padre espanhol Ruy Lopez de Segura idealiza a criação do roque, movimento que será aceito na Inglaterra, França e Alemanha somente 70 anos depois. O movimento en passant já era usado em 1560 por Ruy Lopez, embora não se conheça seu criador. O duplo avanço do peão em sua primeira jogada surge em 1283, em um manuscrito europeu. Entretanto, a principal alteração que sofrerá o xadrez acontecerá aproximadamente em 1485, na renascença italiana, surgindo o chamado xadrez da "Rainha Enlouquecida", pois até esta época a rainha só podia deslocar-se uma casa por vez pelas diagonais, os bispos, que se moviam em diagonal de duas casas, passam a ter, também, movimentos mais longos. Os peões que chegam à última fila são promovidos a uma peça já capturada. São escritos vários livros importantes que contribuem para uma compreensão cada vez mais profunda do xadrez. Dentre estes livros famosos podemos citar: Livro de la Invención liberal y arte del juego del ajedrez, escrito por Ruy Lopez em 1561 e traduzido para quase todos os idiomas; Trattado del nobilissimo e militare esercitio de scacchi, escrito por Gioachino Greco (1600- 1634); Le noble jeu des échecs, escrito pelo sírio Felipe Stamma em 1737; L'Analyse du jeu des échecs escrito em 1749 pelo francês François André Philidor. Neste livro Philidor propõe um dos primeiros regulamentos enxadrísticos, contendo o roque, o en passant, a promoção ilimitada, além da máxima "peça tocada, peça jogada; peça largada, lance efetuado”. Em 1851 abre-se a era moderna do xadrez com o Primeiro Torneio Internacional durante a Primeira Exposição Universal de Londres, que foi vencido pelo alemão Adolf Anderssen. Anderssen teve inúmeros sucessores, mas os que mais se destacam são o pai do xadrez moderno, Wilhelm Steinitz (1836-1900) e seu sucessor, Emanuel Lasker (1868-1941). Steinitz é tido como um Aristóteles do xadrez. Seus planos são novos, baseado no acúmulo de pequenas vantagens que o adversário cede, se consideradas separadamente, nada representam, mas acumuladas podem construir uma vantagem decisiva. O mérito de Steinitz está em perceber que a teoria de uma partida de xadrez gira em torno de um delicado equilíbrio de forças. Para conseguir vantagem em um desses elementos, tempo, espaço e matéria, deve-se ceder algum outro tipo de vantagem de igual ou aproximado valor. Em outras palavras, nada se obtém grátis em uma partida bem equilibrada de Xadrez. Steinitz foi campeão mundial por 28 anos, de 1866 a 1894. Já Emanuel Lasker, que derrotou Steinitz, é considerado uma das maiores personalidades da história do Xadrez. Doutor em filosofia e matemático, via o xadrez como uma constante luta de duas vontades. Como teórico procurou desvendar os princípios fundamentais que regem a conduta da partida de xadrez. Seu estilo consiste em desequilibrar a posição, nem sempre realizando as melhores jogadas, mas sim os lances mais desagradáveis para cada adversário. A este estilo criado por Lasker, dá-se o nome de "Escola Psicológica". Após ser Campeão Mundial por 27 anos, de 1894 a 1921, Lasker perde o título para o cubano José Raul Capablanca. Todavia duas alterações importantes no panorama enxadrístico internacional merecem ainda menção: Em 1924, é fundada em Paris a Fédération International Des Échces, a FIDE, que hoje é a segunda maior federação esportiva do mundo, ficando atraz apenas da FIFA (Federação Internacional de Futebol e Associados) em número de países filiados. Em dezembro de 1986 a FIDE e a UNESCO criam a Comission For Chess In Schools que tem um importante papel na difusão do ensino e na democratização do Xadrez enquanto instrumento pedagógico utilizado nas escolas.

XADREZ E A GUERRA FRIA.

Após a Segunda Guerra Mundial criou-se no mundo um aspecto bipolar. Bipolaridade refere-se ao fato de que dentre os países do mundo, dois dominavam o cenário a fim de impor suas políticas; eram eles: Estados Unidos, capitalistas e União Soviética, socialistas. Estes dois países formaram blocos com países aliados, o bloco capitalista e o socialista. Iniciou-se assim então a chamada Guerra Fria que durou até o final da década de noventa quando da desintegração da União Soviética. Contudo, a Guerra Fria se caracterizou não em suma por combates bélicos físicos propriamente ditos, mas sim por um amplo desenvolvimento cultural e tecnológico de ambos blocos. A Guerra consistia na verdade em fazer e demonstrar ao mundo e ao adversário a superioridade em busca da hegemonia. Foi assim na corrida espacial, no arsenal nuclear e também nas artes e esportes, sobretudo no xadrez. Em 1972 foi disputado em Reykjavich, capital da Islândia, o match pelo Campeonato Mundial de Xadrez envolvendo um norte-americano, Bobby Fischer e um Soviético, Boris Spasski, atual campeão mundial da época. Como o xadrez representava a capacidade intelectual, a inteligência, a ciência, a arte, ou seja, todas expressões culturais, artísticas e intelectuais, a vitória significaria uma grande conquista para o bloco vencedor, já que este usaria da conquista para sobrepujar a capacidade intelectual do inimigo em relação à sua.
Era uma situação totalmente nova no cenário mundial, pois ambas as nações, EUA e URSS viam grande possibilidade de vitória, já que os Soviéticos eram os atuais e maiores campeões em toda a história do Xadrez e os norte-americanos tinham no lendário Bobby Fischer uma oportunidade única para obterem este trono. Foi dada tanta importância para esta disputa que para a realização do match foram realizados diversos acordos entre o alto escalão dos dois governos, desde ao local de jogo, um ambiente neutro, até a posição das cadeiras. O match foi marcado por uma acirrada disputa e pela geniosidade do norte-americano Bobby Fischer. O jogador reclamava a cada momento, desde por uma câmera de vídeo que estava atrapalhando sua concentração, até pelo estofamento de sua cadeira. Os veículos de comunicação de todo o mundo cobriam a disputa como um espetáculo de proporções olímpicas. As provocações eram intensas. O match durou quase um mês. A cada partida o clima ia tornando-se mais tenso. Bobby Fischer chegou a ameaçar abandonar a disputa após entraves com os organizadores, mas a situação foi contornada e saindo de uma situação de desvantagem ele conseguiu uma vitória esmagadora, tornando-se o primeiro e único norte-americano Campeão Mundial de Xadrez.

XADREZ NO BRASIL.

O Brasil sempre possuiu jogadores notáveis e talentosos no cenário mundial. Acredita-se que o jogo tenha chegado ao país já em 1500 quando na descoberta, por parte dos portugueses, das terras tupiniquins. O primeiro jogador brasileiro de sucesso foi Caldas Viana, que já em 1883 ganhou vários torneios pelo Brasil. Desde então diversos foram os nomes de destaque no país, mas nenhum deles comparado ao gaúcho Henrique Mecking, o Mequinho, uma verdadeira lenda do xadrez mundial. Mecking ganhou seu primeiro campeonato brasileiro de xadrez aos doze anos de idade. Venceu dezenas de torneios por todo o mundo, chegando a ser o terceiro melhor jogador do mundo, atraz apenas de Karpov e Kortchnoi, no final da década de setenta. Suas conquistas fizeram com que se tornasse muito conhecido por todo país e por todo mundo. Chegou a ser até homenageado por Raul Seixas numa de suas canções. Entretanto, no auge da carreira Mequinho foi vítima de uma rara doença, considerada incurável e degenerativa, doença esta que atrofia os músculos levando o enfermo à morte progressiva. O grande mestre brasileiro decidiu então se converter severamente à religião católica. Retirou-se e rezou arduamente pela cura, a qual conseguiu surpreendentemente. Convencido de que fora salvo por um milagre, recolheu-se a um mosteiro e abandonou o xadrez por mais de quinze anos. Voltou a jogar somente em 2000, já conseguindo alguns resultados significantes. Atualmente treina para recuperar sua velha forma.
Entretanto mesmo com a ausência de Mecking, o Brasil continuou a formar grandes talentos no xadrez. Atualmente a equipe brasileira é a mais forte das Américas, tendo nomes de destaque como Rafael Leitão, Giovani Vescovi, Jaime Sunye Neto, Gilberto Milos e Darcy Lima.

XADREZ, ESPORTE E MARKETING.

Nas últimas décadas o xadrez ressurge como esporte, posição contestada, anteriormente, pela provável ausência do aspecto físico na sua prática. Nas olimpíadas de Sidney é aceito como esporte de demonstração e será reintegrado definitivamente às competições que valem medalhas a partir de 2004 em Atenas. Esta conquista do mundo enxadrístico deve-se, na sua essência, ao abrupto aumento do número de praticantes do xadrez após a popularização da Internet. O esporte por ser de fácil acesso, necessita apenas de um tabuleiro e de um jogo de peças para ser praticado, é amplamente praticado na rede mundial de computadores atraindo adeptos de todo o mundo.
Para a inclusão do xadrez nas Olimpíadas de Verão, a modalidade necessitou comprovar seu aspecto esportivo, a fim de convencer o COI (Comitê Olímpico Internacional) de que realmente era um esporte. Para tanto foram realizados estudos que comprovaram o xadrez como atividade física, sendo que, monitorados os batimentos cardíacos de jogadores em partidas de xadrez relâmpago, o resultado foi surpreendente. No ápice da disputa alguns jogadores apresentavam níveis de batimento cardíaco comparados ao de um corredor ao final da prova. Os altos níveis de atividade cerebral, o aumento da circulação sangüínea, da liberação hormonal e a movimentação, principalmente dos membros superiores, exigem do enxadrista uma boa capacidade física e sobretudo motora. Há de se salientar também o aspecto postural e emocional, trabalhados constantemente durante o jogo.
Outro aspecto que reforça o xadrez como esporte é a parte financeira. Os torneios em todo mundo movimentam, segundo a FIDE, cerca de 20 bilhões de dólares por ano. Tanto dinheiro causa muitas intrigas entre os jogadores profissionais. O ex-campeão mundial Gary Kasparov, após desavenças financeiras, rompeu os laços com a FIDE (Federation Internacional Des Échecs) e criou a PCA (Professional Chess Association), que logo depois transformou-se em WCC (World Chess Company). O Russo Kasparov alega que a FIDE retém as verbas dos jogadores, cartelisando o sistema de premiações. Entretanto ele não parece disposto a reatar laços com a entidade, pois indica ter descoberto uma mina de dinheiro ao entrar na ala financeira da promoção do xadrez. No final da década de noventa Kasparov assinou contrato com a IBM, de Bill Gates. O russo jogaria a cada ano um match contra um supercomputador da empresa a fim de promover o equipamento e a marca até ser derrotado. Nas três primeiras oportunidades Kasparov venceu com muita facilidade, porém na quarta vez, a IBM montou Deepblue, um monstro de silício que chegava a processar cerca de 200 bilhões de posições a cada segundo. O marketing sobre a disputa foi enorme, a IBM passava por um processo judicial e enfrentava novos concorrentes. Só a vitória interessava à empresa. Após as primeiras partidas Bill Gates e seus assessores perceberam que o supercomputador não venceria Kasparov. Dizem que ofereceram-lhe então um cachê de 10 milhões de dólares para o russo perder. Kasparov aceitou, o mundo enxadrístico vaiou, ficando claro que o russo havia entregado as partidas. Entretanto a IBM alcançou seu objetivo e ganhou fôlego no mercado, sendo que no dia da vitória de Deepblue suas ações recuperaram-se de grande queda que vinham sofrendo gradualmente. Este é apenas um dos eventos que mostram a importância do xadrez como elemento de Marketing. Por estar relacionado à inteligência subjetiva e à esperteza, o xadrez é sempre procurado para promover algum produto que se relacione a estes dois elementos.

XADREZ E CINEMA.

Não há como negar o cinema como arte de suma importância dentro da sociedade e da história da humanidade. Filmes marcam época e retratam os mais valiosos acontecimentos eternizando-os. O xadrez como esporte apaixonante que é, conta com muitas produções, sendo algumas “Hollywoodianas” famosas como “Casablanca”, “O Sétimo Selo” e o recente “Lances Inocentes”. É difícil vermos um filme atualmente em que não haja alusão ao jogo de xadrez em algum momento.

XADREZ ESCOLAR.

Os seres humanos se destacam dos outros seres vivos pela aquisição da capacidade de agir sobre a natureza, ou seja, mudar, pensar logicamente. Dentro deste contexto, tem-se a implantação do xadrez como atividade de suma importância para o treinamento deste raciocínio lógico. É do conhecimento de todos, que o xadrez vem a enriquecer não só o nível cultural do indivíduo, mas também várias outras capacidades como a memória, a agilidade no pensamento, a segurança na tomada de decisões, o aprendizado na vitória e na derrota, a capacidade de concentração, entre outros. O ensino e a prática do xadrez têm relevante importância pedagógica, na medida em que tal procedimento implica, entre outros, no exercício da sociabilidade, do raciocínio analítico e sintético, da memória, da autoconfiança e da organização metódica e estratégica do estudo. O jogador de xadrez, constantemente exposto a situações em que precisa efetivamente olhar, avaliar e entender a realidade, pode mais facilmente, aprender a planejar adequada e equilibradamente, a aceitar pontos de vista diversos, a discutir questionários e compreender limites e valores estabelecidos e a vivenciar a riqueza das experiências de flexibilidade e reversibilidade de pensamentos e posturas. Em países como a França e a Holanda o xadrez já há muito tempo faz parte do currículo escolar como atividade extracurricular. Após sua implantação, percebeu-se um elevado nível de alunos com melhora no coeficiente escolar e uma queda no nível de atendimentos a alunos com dificuldades de concentração. Na Rússia, o xadrez está para eles como o futebol esta para nós, brasileiros. O governo russo apoiou intensivamente a difusão do xadrez, criando até universidades específicas para o melhor estudo do jogo; sendo que nas escolas, todos, sem exceções, praticam xadrez.
O psicólogo BINET (1891), primeiro criador dos testes de quociente da inteligência e professor da Universidade da Sorbonne, em Paris, iniciou suas experiências sobre algumas das possíveis contribuições do xadrez para o desenvolvimento intelectual. Suas conclusões, que abordaram a memória, a imaginação, o autocontrole, a paciência e a concentração, serviram de base para futuros trabalhos sobre o funcionamento do cérebro.
Os psicólogos da Universidade de Moscou DIACOV, PETROVSKY e RUDIK (1926), foram encarregados pelo governo soviético de investigar o eventual valor educativo do xadrez. Eles verificaram que os enxadristas são muito superiores à população em geral quanto à memória, imaginação, atenção distribuída e ao pensamento lógico, passando então a recomendar este esporte como um método de auto desenvolvimento das capacidades intelectuais.
VYGOTSKY (1933), afirmou que “embora no jogo de xadrez não haja uma substituição direta das relações da vida real, ele é sem duvida, um tipo de situação imaginária”. Pode-se dizer que, conforme propõe este grande psicólogo, através da aprendizagem do xadrez, a criança estaria elaborando habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis, passando a internalizá-los, propiciando a ela um comportamento alem do habitual de sua idade.
O psicólogo, matemático e enxadrista GROOT (1946), o qual representou seu país em três olimpíadas de xadrez, publicou seus estudos sobre o processo do pensamento dos mestres enxadristas. Este autor pensa ser capaz de confirmar a teoria da “concepção linear” de SELZ, considerando que cada momento do pensamento é determinado em sua totalidade pelo conjunto dos momentos que o procederam. Para ele, o pensamento no xadrez é essencialmente “não verbal”, e sim, deriva de uma série de retro-análises que vêm em forma codificada à cabeça do jogador.
Os psicólogos da Universidade de Gand, CHRISTIAEN e VERHOFSTADT (1981), investigando a influência do xadrez no desenvolvimento cognitivo, observaram que alunos do grupo experimental ao nível de 5º série, que receberam aulas de xadrez durante dois anos, obtiveram resultados significativamente superiores em testes cognitivos do tipo proposto por PIAGET, do que os alunos do grupo controle que não as receberam.
Desde 1976, o Ministério da Educação da França patrocina as competições de xadrez escolar oficiais e sugere às autoridades acadêmicas que incentivem o ensino do xadrez como atividade “sócio-educativa”, como atividade de “estimulação cognitiva” e como “estudo dirigido”. Neste país, inúmeras experiências, do jardim-de-infância à universidade estão sendo realizadas.
Na década de 1980, com os jogadores KARPOV e KASPAROV, o xadrez transformou-se no esporte número um da então União Soviética, e seus torneios escolares chegavam a receber um milhão de alunos, somando-se as diversas etapas.
Atualmente cerca de 300.000 mil estudantes estão sendo beneficiados por uma resolução do ministério da educação da Holanda, que autorizou a inclusão do xadrez como disciplina escolar no currículo de primeiro grau durante meia hora semanal.
Nos últimos anos, o tema “xadrez e educação” tem estado presente nos debates institucionais. Se em países desenvolvidos a utilização de jogos de estratégia em salas de aula já se encontra perfeitamente aceitável, o mesmo não se pode afirmar, salvo algumas exceções, quanto aos países em desenvolvimento, entretanto, no Brasil, a implantação do xadrez nas escolas já é vista como fundamental por pedagogos e coordenadores, e isto vem sendo feito, mas mais especificamente nos últimos quinze anos.
No Estado do Paraná o projeto encontra-se em fase bastante avançada, sobretudo pelos esforços do grande mestre Jaime Sunye Neto e de sua equipe de trabalho. Em Curitiba já existem torneios que mobilizam mais de oitocentas crianças em cada etapa, e em todo estado estima-se que o número de alunos envolvidos com o xadrez passe de quinhentos mil.
Entender os benefícios que este esporte pode trazer ao aluno e a educação em geral é a maior barreira para os educadores, porém, como já é demonstrado, basta analisar os resultados obtidos e também aprofundar o estudo em relação aos verdadeiros benefícios do xadrez para saber como aplicá-lo, que a iniciativa será justificada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

O xadrez por tão apaixonante que é, torna-se para alguns arte, para outros ciências e para outros ainda esporte. Entender a trajetória deste jogo, seus aspectos físicos, lúdicos e psicológicos, é entender como o xadrez, um jogo elegante e irrefutável, transforma-se no esporte mais praticado do mundo hoje. A grande legião de aficionados do xadrez se engrandece a cada dia, pois o xadrez não é simplesmente o “chegar e jogar”, requer todo um conhecimento e estudo da sua história, requer sobretudo o interesse cultural do jogador. Vimos aqui sua importância também no contexto histórico, desde atividade lúdica do período feudal passando a se ocidentalizar perante as conformações impostas pela Igreja Católica, até a ser considerado elemento hegemônico da guerra fria. Sua importância como disciplina já é reconhecida. No âmbito escolar já é respeitado como atividade essencial à formação dos alunos. Creio que o objetivo principal deste trabalho é levar diversos conhecimentos relativos ao xadrez ao leigo, para que este possa descobrir este novo mundo, cheio de vida e de qualidades que só vêm engrandecer, alegrar e distrair o homem.

ARTIGOS DA WEB.

PROCESSOS COGNITIVOS NO JOGO DE XADREZ
Jogar xadrez exige preparo físico
O Jogo da Vida
O JOGO DE XADREZ EA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
Os benefícios do xadrez para crianças
Regras de Xadrez
Regras do Xadrez
Justificativas para a implantação do ensino e prática do xadrez nas escolas
Interdisciplinaridade do xadrez com a matemática
Professores são capacitados para ensinar xadrez nas escolas
Xadrez: uma visão de ensino
As 50 regras de ouro do professor de xadrez
Curso Básico de Xadrez

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS.

BECKER, Idel. Manual de Xadrez. 7ª edição. São Paulo: Ed. Nobel, 1978.
BINET, Alfred. Psychologie dês Grands Calculateurs et Jouers d’échecs. Paris: Ed. Hachette, 1894.
CHRISTIAEN, Johansen; VERHOFSTADT, Lebut. Xadrez e Desenvolvimento Cognitivo. Amsterdan, v.36, 1981.
DA SILVA, Wilson; TIRADO, Augusto. Meu Primeiro Livro de Xadrez. Curitiba: Ed. Expoente, 1995.
DIAKOV, Irvin; PETROVSKY, Norbert; RUDIK, Paulsen. Psychologija v Sachmatnoj Igri. Moscou, 1926.
GOETHE, Johann. Uma Aventura no Mundo do Xadrez. Disponível em:
Site: http: //www.bsi.com.br/~landrade/> Acesso em: 17 mar. 2002.
GROOT, Antun. Het Denken van den Schaker: Een Experimenteel Psychologische Studie, Amsterdan, 1946.
LASKER, Edward. A Aventura do Xadrez. São Paulo: Ibrasa, 1962.
MELÃO JÚNIOR, Hindemburgo. Tributo à Deusa Caissa. Disponível em: http://www.terravista.pt/Enseada/2502/Tributo2.htm - Acesso em: 20 mar. 2002.
SA, Antonio. O Xadrez e a Educação: Experiências nas Escolas Primárias e Secundárias da França. Rio de Janeiro, 1988.
VASCONCELOS, F. Apontamentos para uma História do Xadrez e 125 Partidas Brilhantes. Brasília: Editora Santa Casa, 1991.
VYGOTSKY, Lev. A Formação Social da Mente. São Paulo: Fontes, 1989.

PES1QUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.cdof.com.br/xadrez.htm
__________________________________________________
* Ciro José Cardoso Pimenta
Graduando em Educação Física pela UFPR.
Técnico, professor, árbitro, jogador e palestrante de xadrez.
Vice-Presidente da Federação de Xadrez do Paraná.
ICQ#:79081940
E-mail: ciropimenta@bol.com.br

quarta-feira, 7 de julho de 2010

TEXTO 75 - CLUBE DE XADREZ ESCOLAR.

O QUE É UM CLUBE DE XADREZ ESCOLAR?

O clube de xadrez escolar combina atividades sociais e educacionais. Membros vêm para jogar, aprender, ensinar, rever velhos amigos e fazer novos. Os jogadores – não importa o nível de habilidade, experiência ou idade – falam uma língua comum, e uma que freqüentemente não é entendida em outras áreas da vida das pessoas. As rivalidades são amigáveis; as amizades são competitivas. Um clube pode oferecer uma ampla variedade de atividades. Podem ser xadrez rápido ou jogos avaliados, ou ambos. As atividades do clube podem incluir exibições simultâneas, palestras, e aulas normais ministradas por Masters e Experts. Alguns jogadores que vão ao clube regularmente não participarão de todo torneio escolar de fim de semana. Estes ávidos jogadores se satisfazem com xadrez "sério" e não perder ponto em competições como "um – jogo – uma – pausa – para – almoço". Em condições ideais, o clube atenderá a todos os jogadores – tanto para recreação como para sérios torneios. TODOS os membros são importantes para o sucesso do clube.

VOCÊ DEVE COMEÇAR UM CLUBE DE XADREZ?

Sim! Você não precisa ser um grande jogador, nem tampouco saber mover as peças. Toda escola possui crianças que já sabem como como jogar xadrez , e mais as que gostariam de aprender. "Ninguém na nossa escola joga xadrez" não é uma desculpa aceitável. A maior parte do tempo as crianças estão interessadas em aprender, e só precisam de alguém para organizá-las e supervisioná-las. Este guia ajudará você a resolver problemas que enfrentará para montar o clube. Se você não se acha pronto pode procurar informações no clube de xadrez mais próximo. Estes contatos o ajudarão nos seus esforços posteriores para organizar o clube e as atividades. Para todos os efeitos você deve iniciar o clube se tiver o suporte dos alunos e a disposição para gastar muita energia para que o clube obtenha sucesso. Conquiste o suporte do corpo de alunos da escola, pais, seu diretor e dos outros professores assim que possível. O apoio deles será útil quando o clube estiver mais ativo.

COMEÇANDO UM CLUBE DE XADREZ ESCOLAR

Repórteres sabem que as reportagens devem responder a essas questões básicas – quem? O que? Quando? Onde? Por que? e como? – estas são as questões certas para o projeto também, incluindo clubes de xadrez.

QUEM?

Você provavelmente não está sozinho nas suas esperanças – você tem um número de estudantes que desejam um clube escolar de xadrez com sucesso. É hora de decidir que outros estudantes você quer atrair, porque muitos dos seus futuros planos serão baseados nesta decisão. Considere o envolvimento de jovens em programas especiais. Lembre-se que o crescimento pessoal não tem limites. A administração da sua escola ficará satisfeita em ver jovens ativos num projeto patrocinado por ela. No entanto, o clube não pode ser um lugar par se matar tempo, ou evitar atividades escolares. O clube de xadrez pode e deve ser divertido, mas é uma experiência de aprendizado acima de tudo.

O QUÊ?

Seus alunos o ajudarão a trazer novos alunos e o ajudarão a decidir que tipo de atividades você deve fazer, mas será útil que você tenha um plano para as primeiras várias reuniões. Também centre os objetivos com os seus alunos: decida o que você e os jogadores desejam efetuar até o final do ano. Antes de anunciar estas informações no boletim dos alunos e panfletos, planeje uma agenda específica. Não se esqueça de jogar xadrez também! A maioria dos estudantes atraídos pelo xadrez tem necessidade de estrutura e regras. Experimente com várias atividades para determinar o que tem sucesso no seu clube.

QUANDO E COM QUE FREQÜÊNCIA?

As respostas para estas, aparentemente, simples questões podem ter maior efeito no sucesso do seu clube. Alguns clubes tem esta questão respondida por forças externas como salas ou bibliotecas disponíveis. Se encontrar após as aulas pode ser melhor, apesar de que alguns tem outras atividades após as aulas. Tenha em mente as possíveis atividades dos seus membros, bem como os horários do ônibus escolar, quando for decidir a hora da sua reunião. Você poderá se surpreender que o horário do recreio é uma boa hora para a reunião. A administração gostará de ver os alunos usando o período de lanche de uma maneira supervisionada e produtiva. E se os estudantes puderem levar o lanche com eles, eles terão mais tempo para jogar. De qualquer forma você deve permitir, pelo menos 30 minutos no recreio. Ou uma hora ou mais depois da aula. Encontre-se pelo menos uma vez por semana e, se possível, diariamente.

ONDE?

Encontre uma sala com mesas e cadeiras. Sua sala de aula deve ser grande o bastante para a sua primeira reunião organizacional e para se tornar o lugar permanente de reuniões do clube. Se a sala não for adequada, veja se a biblioteca está disponível no horário das reuniões. Mantenha o armazenamento preciso em mente quando for procurar um lugar na escola. Você vai precisar de um lugar para manter o equipamento, artigos de torneios, recordes do clube, e assim por diante. Um seguro armário ou a possibilidade de um gabinete trancado é uma clara vantagem.

POR QUÊ?

Uma de suas razões para montar um clube de xadrez é ter um lugar para que os alunos possam jogar xadrez ou para criar uma alternativa de existirem clubes na escola. No mais, você reconhece o valor educacional (pensamento crítico e abstrato, estratégia, lógica e análise) que vem do xadrez. Seus alunos vão melhorar a capacidade de concentração deles, e você pode ensinar os valores de espírito esportivo para os atletas. Estudos também têm mostrado que o xadrez pode ajudar as crianças a melhorar as suas notas na escola. Não importa que outra razão haja para ser um clube, a excitação nos olhos do aluno após ganhar seu primeiro jogo ou desafio em grupo, será razão suficiente.


COMO?

O resto deste guia é devotado a como fazer as coisas num clube de xadrez. O melhor jeito de descrever o lado não-técnico de "como" é "coleguismo". Trate os membros do seu clube como os convidados na sua casa. Cumprimente-os, apresente-os, esteja certo de que eles se sentem como se o clube fosse deles também. Uma boa maneira de saltar para um bom começo com o recém-chegado é certificar-se que você tem alguns lugares e tabuleiros extras, próximos. Deste modo nenhum visitante ficará desapontado. Quase nenhum lugar faz, mas procure padronizar o quanto antes. Outras partes importante em "como" são a estrutura e financiamento. Estas áreas são tão importantes que elas são tratadas em separado nesta publicação. Agora você vai ler como aprontar seu clube. Será trabalhoso, mas bem digno também.


Saltando para um bom começo


A primeira pequena reunião

Todos ficam nervosos no começo de alguma coisa, e seus novos membros estão aptos a estar tão apreensivos quanto você! Seja o mais amigável e calmo que puder. Adote uma folha de linhas de direção do clube (preparada por você, progressivamente) – algo que definirá as metas do clube. Pode ser muito cedo para eleger os oficiais, mas não para introduzir a idéia de que haverá uma divisão de autoridade. A seguir, esteja certo de ter algumas informações básicas sobre todos – nome, graduação, telefone e experiência em xadrez. Você pode querer participantes para preencher uma simples pesquisa, ou um formulário dos membros antes de começar a jogar. Você pode fazer cópias de uma amostra ou criar o seu. Para a primeira vez ou segunda, é provável juntar-se a pessoas aleatórias. Se você está planejando, você deve querer abandonar sua cadeira e jogo para fazer sala aos estudantes que entram pela porta.

Você deve ter alguns jogadores experientes, que queiram levar a sério o projeto. Não os deixe esperando por muito tempo! O quanto antes determine se você vai precisar de mais de um grupo (divisões A, B, C, etc.) Sua divisão principal será composta por aqueles jogadores com alguma experiência em torneios ou pelos que jogaram no clube da escola no ano anterior. Você deve manter todos juntos, caso te falte jogadores para formar o grupo A.

Uma das melhores atividade iniciais é o torneio "schuring" (todos contra todos). O tamanho da divisão ou seção deve ser se 8 a 12 jogadores.(se tiver mais de 12 o tornei leva muito tempo para terminar.) Depois que os jogadores da seção tiverem jogado com cada um, você pode organizar um outro torneio, no qual você vai na divisão A os três melhores de cada seção do torneio anterior. Se você achar novos alunos, simplesmente os coloque na base da divisão e permita que eles trabalhem. Se por acaso você encontrar um estudante de meia – idade que já tenha alguma experiência , se quiser, coloque-o na divisão apropriada.

Equipamentos e Suprimentos
A maioria dos clubes provém os equipamentos para os membros. Os equipamentos pertencentes ao clube, tornam o mesmo mais "real" – e isto pode proporcionar um sendo desejável de uniformidade e união para as atividades de xadrez. Alguns equipamentos são essenciais:


Peças

Utilize medida estandarte (rei de 8,7 cm, aproximadamente) com peças de plástico sólido. Fique longe de peças baratas, de plástico oco – elas tendem a quebrar e são simplesmente menos confortáveis de manusear. Crianças podem ser brutas com os equipamentos às vezes, então é bom ter peças "à prova de crianças". Mais tarde você pode proteger as peças colocando-as numa caixa de madeira ou sacola de vinil.


Tabuleiro

Use tabuleiros proporcionais a suas peças – ou do tamanho padrão de torneio (2'' to 21/2'' squares). Tabuleiros de cartão se estragam rapidamente. Tabuleiros dobráveis de vinil são excelentes. Cetifique-se de pegar aqueles que possuem a notação algébrica dos lados, para que os alunos aprendam mais rapidamente a anotar seus lances. Se a mesa dos estudantes for muito pequena para o tabuleiro de vinil, você pode querer usar tabuleiro mural. Se houver um professor experiente ou um grande número de alunos interessados, uma demonstração em projetores pode ser de muita valia. Se você desejar adquirir uma demonstração de tabuleiro de xadrez para a sua sala de aula, pode usar feltro e imã ou velcro.


Livro de resultados

Muitos jogadores gostam de manter um recorde de jogos casuais. Você terá, é claro, que ensinar os alunos a como manter o escore, mas após uma única lição estarão prontos para usar o livro de notas.


Livros de escores

É absolutamente essencial para qualquer jogador sério do jogo, você deve encorajar cada um dos alunos a ter o seu próprio livro e mantê-lo atualizado. Eles serão capazes de voltar, rever os erros e checar o aprimoramento. O livro de escores deve ter pelo menos um diagrama atrás de cada página para finalização, com amplo espaço para anotações. É também útil ter a mão alguns diagramas vazios, no caso de por exemplo o sinal bater durante o jogo. Então os estudantes podem rapidamente se recordar da posição de um jogo e terminar a partida na reunião seguinte.


Agenda

Tamanho e estilo não importam muito, mas você vai precisar de algum lugar para escrever notas organizacionais, assuntos financeiros, e por aí afora. Uma idéia boa é manter escrito todos os procedimentos do clube, porque é fácil de esquecê-los mais tarde.


Lembretes

Você pode manter a lista de plantão do clube no seu livro de notas, mas uma pasta de cartões é mais simples porque permite rápida expansão e revisão. Estes cartões também são um lugar para expandir notas sobre os seus alunos, como os telefones importantes e endereços (que devem ser confidenciais).


Relógios

Estes não são absolutamente essenciais, mas devem ser considerados quando o clube estiver pronto para participar de torneios ou ligas, onde o tempo é controlado. Se você decidir equipá-los para uso dos alunos, marque-os com o nome da escola ou as iniciais e cuide deles. Tristemente, estes são os itens que mais "surgem pernas e andam". Avise aos alunos que os relógios são mecanicamente delicados, que NÃO podem ser golpeados, especialmente durante partidas de velocidade, enfatize este fato ou terá que repor e/ou reparar os relógios sempre.


Livros e revistas referenciais

Poucos acessíveis livros para iniciantes cuidam para que novos membros melhorem a cada reunião. Trabalhe com a biblioteca de sua escola e o conselho dos alunos para conseguir alguns livros para a escola. Passe para a biblioteca uma lista com livros para iniciantes e avançados, que falem de aberturas, jogos de meio, finais e táticas. No mais seu clube deve ter as regras oficiais do jogo.


Torneio por correspondência (para mais tarde)

Eventualmente correrão torneios, então você precisará de equipamentos como emparelhamento de cartas, gráficos de parede, finalização de envelopes, notas, etc.

Publicidade


Publicidade é importante para o sucesso imediato do seu clube. Se você quer que seu clube seja popular tem que fazer com que os alunos saibam sobre ele. A notícia de "boca em boca" é também uma das melhores formas de publicidade. Estimule os alunos a trazer amigos. A publicidade está onde você procura, procure em todo lugar!


Panfletos

São a chave da campanha publicitária. Faça o mais que você puder e precisar. Use uma figura atrativa de xadrez (como o desenho de uma peça) que grite "XADREZ!" para quem estiver vendo. Use letreiro limpo e não tenha medo de espaços em branco. Pregue os panfletos em quadros de avisos, peça para outros também colocá-los e deixe alguns na biblioteca e diretoria.


Novos lançamentos

Escreva um simples enunciado descrevendo o que vai acontecer na sua escola. Digite-o! Tente por um ângulo local e enfatize a "porta de entrada" da natureza da sua escola. Especialmente enfatize o fato de que tanto garotas como garotos são bem – vindos e que os alunos podem se juntar no "meio do caminho". Comunique os lançamentos pessoalmente (se possível) para os jornais locais e publicações escolares. Se não puder pessoalmente, será mais difícil. Depois de publicar suas notícias, chame os receptores para ver se eles vão usá-las – e quando. Então prossiga com uma nota de agradecimento ou telefonema. Isso fará com que lembrem de você! Jornais locais e escolares, gostam de receber notícias sobre crianças, então deixe a timidez de lado e contate-os.


Oficiais do Clube

Oficiais não são necessários nas primeiras reuniões, mas um clube de 10 –12 alunos, provavelmente vai precisar de algum tipo de líder de estrutura ou missão de responsabilidade. Os oficias do clube existem por duas razões: eles representam o clube no conselho estudantil ou outras atividades e serve os interesses e objetivos dos membros. Alguns clubes escolares dependem de um ou dois alunos para fazer tudo, e isto não é bom. Como conselheiro do clube, você deve se espalhar para trabalhar em tudo. Então todo aluno sentirá que ele ou ela é uma parte do clube. Em programas secundários, tanto os membros quanto os oficiais do clube se envolverão na tomada de decisões das atividades do clube. As seguintes funções são as mínimas para oficiais do clube, lembre-se às vezes duas ou mais funções podem ser exercidas por uma mesma pessoa.


Presidente

Inspeciona o funcionamento do clube, resolve disputas com o auxílio do conselheiro, e está pronto para banir qualquer oficial ausente ou negligente. Esta pessoa pode também ser encarregada de manter contato com o conselho escolar e atividades escolares.


Vice-Presidente

Ajuda o presidente e assume a função do mesmo se o presidente se ausenta. Pode também trabalhar com a publicidade ou telefonemas do comitê ou lidar com a postura de envolvimento.


Secretário/tesoureiro

Lida com assuntos requeridos pela escola e com a parte financeira do clube. Mantém a lista de plantão a menos que seja a atividade de outra/o secretária/o específica/o . Trabalha com o conselho de alunos fazendo o orçamento do clube. Dependendo da idade dos alunos é melhor que você omita esta função e a faça você mesmo.


Diretor de Torneios/Atividades

Planeja eventos junto com o conselheiro e faça com que corram facilmente. Este aluno pode ser responsável pela "carreira" e pelo sistema de rating do clube.


Diretor de Publicidade

Informa os membros dos eventos a vir e publicação de novidades juntamente com as notícias do clube. Algumas crianças sempre quiseram ser jornalistas. Esta é a chance delas, elas serão o seu contato com o jornal da escola. Não esqueça de colocar em cada edição do jornal escolar ou publicação do clube um problema de xadrez. Ele também pode escrever um jornal para o clube incluindo o resultado dos torneios.


Capitão do Time

Trabalha com o conselheiro para preparar os demais para os próximos torneios.


Saudador

Um ou dois alunos que darão as boas vindas aos novos membros, os apresentarão aos outros alunos, responderão perguntas e os colocarão num jogo assim que possível. São os oficiais essenciais. Eles devem ser amistosos sempre. Mude os saudadores a cada dois meses. Como conselheiro você deve obter informações (nome, telefone...) dos novos aluno, assim você fica em contato com eles e os encoraja a voltar. Lembre-se que as informações são confidenciais!

Animador do Clube (mais tarde)

Você vai querer um animador considerável, que pode ser o seu melhor amigo e aliado em xadrez avançado no clube. O animador presta suporte sempre que você patrocinar um evento na escola, se você precisar de ajuda com transporte para outras escolas para desafios (quando permitido pelo distrito), e arrecadamento de fundos. Ele pode ajudá-lo em coisas infindáveis, como registros, trazer e servir refrescos, recordes, ajudar a perder a paciência em julgamentos. Estabilize o grupo o mais rápido que puder . Os pais ficarão contentes em contribuir para uma atividade positiva para seus filhos e filhas.


Mantendo o Clube

Construindo uma base: os primeiros meses
Você já tem conseguiu seus primeiros membros, segurou as pontas até aqui. E agora? Continue!


Formalidades

Alguns clubes começam a eleger os oficiais cedo, traçando e aprovando estatutos e constituições e outros problemas organizacionais. Seu alunos provavelmente só querem jogar xadrez. Muitos alunos tendem a se entediar com estas formalidades, mas tente encontrar voluntários o quanto antes. Coloque-os como saudadores e o que mais quiser.


Suporte Escolar

A região e o diretor são como o suporte para quando você adiciona uma nova atividade extracurricular. Converse com o diretor e professores representativos, para discutir um pagamento extra para o tempo que você passa com atividades extra e/ou curriculares. O técnico do time, bem como o conselheiro do clube, devem ter algum pagamento extra, em função de sua agenda lotada e trabalho duro.



Notícias do Lançamento

Boletins escolares

Prepare comunicados curtos direcionados ao boletim informativo de sua escola. Anuncie a reunião organizacional bem sucedida acentuando os pontos positivos dela. Anuncie seus campeões, eleições, torneios e resultados. Repita o número da sala, hora, e o nome do conselheiro e lembre a todos que nunca é tarde para se unir ao clube.


Jornais Locais

Você pode querer colocar um artigo na jornal da cidade. Se você tiver um grupo de pequeno a moderado, um lançamento pode ser um termo muito exagerado para o que você quer. Mas se for o termo que o jornal usar, você poderia usá-lo também. Prepare esta informação na escola ou no clube de xadrez para que o jornal saiba a origem. Isto dá mais crédito ao lançamento e eleva a efetividade. Um comunicado fala a escola ou jornal local, rádio ou TV que você tem novidades, e eles tem a permissão para resumir ou reescrever seu artigo. A tática é escrever tão bem que, reescrevê-lo seria perda de tempo. Seja Claro, Breve e Conciso.


Precisão

Isto sem dizer que você deve manter seus fatos certos. Você deveria também fornecer um nome e um telefone para qualquer informação posterior. Você deve checar os estilo particular do seu papel na reportagem local. Por exemplo : eles gostam de incluir idades e notas de quase todos os alunos associados? Quantas sentenças eles usam tipicamente por parágrafo? Estas questões podem desenvolver precisão, mas elas enfatizam sua conformidade para uma boa escrita.


Redução

Ache o ponto e fique aí. Jornais não tem tempo, espaço, nem tendência a copiar com muitos fundamentos e teorias. Eles querem notícias! Ás vezes eles publicam traços, partes maiores que exploram as estórias através dos fatos, mas isto normalmente é feito por eles mesmos. Lembre-se que os jornais normalmente cortam do final, portanto coloque os pontos críticos no início.


Claridade

Lembre-se da diferença entre Português e terminologia enxadrística, e evite palavras e conceitos que precisem de explicação para os não enxadristas. Escreva frases curtas e simples, seja cuidadoso, especificamente, com os pronomes, para não confundir.



Jornalzinho do Clube

Este simples dispositivo pode ser a chave para o sucesso do clube. Lembre-se, "nomes vendem papéis". No jornal de um clube, nomes fazem membros felizes. Na sua forma mais simples, seu jornal ou boletim e meramente uma lista de eventos a vir – uma agenda de xadrez para seus alunos.

Certifique-se de que todos os estudantes – e membros potenciais – tenham uma cópia. É claro, eles devem levar para casa e mostrar aos pais. Lembre-se de que apenas colocar uma área de memória na mesa pode não ser suficiente, porque alguns alunos se ausentam durante o dia. Considere deixá-los com o professor que já esteja com eles antes do recreio ou do almoço. Então eles podem trazer o jornal para o clube. Outros alunos verão o quão especial seus membros do clube são e talvez queiram algumas informações e dêem uma olhada no jornal. Não se esqueça de deixar alguns exemplares na biblioteca e secretaria.

Além da agenda, você pode também reportar alguns eventos recentes – torneios, quadro de posições, novo rating. Encontre meios de incluir quantos nomes puder no ponto positivo.

O próximo passo será incluir alguns jogos entre alunos. Apenas anotações básicas. Outros jogos de natureza instrutiva podem ser publicados. Também não esqueça de incluir anedotas sobre a história do xadrez ou a cena local, notícias do país e do mundo, problemas de xadrez, fotos e desenhos ou qualquer coisa mais que a sua imaginação e energia sugerir.



Instrução

Todo clube de xadrez precisa considerar o desafio de ajudar os membros a crescer. Isto é praticamente crucial se seu clube tem esperanças de manter os iniciantes e novatos.

Sem fortalecimento, jogadores abaixo de 1000 rating freqüentemente ficam frustrados e desinteressados – E isto nenhum clube quer que aconteça.

Deve ser enfatizado o fato de todos os alunos jogarem com jogadores mais fortes para aprimorar seu jogo. O perdedor , no xadrez, aprende mais que o ganhador. O perdedor ganha sabedoria e até alguma satisfação. Diga aos alunos novos que a paciência será recompensada. O jogador mais velho vai se graduar e, se o mais novo continuar a praticar, pode ser um dos melhores da escola. Paciência é a virtude..

Iniciantes absolutos podem ser ensinados por quase qualquer jogador que queira ou se interesse. Escolha um bom livro da iniciantes e presenteie o material aos alunos. Você não precisa fazer o oficial, use apenas o eficaz.

Esteja certo de que os alunos saibam que bons livros de xadrez existem. Eles podem ser lidos e entendidos por qualquer um que queira aprender.

Você também pode usar os computadores da sua escola para uma outra oportunidade de aprendizado. Um grande número de programas está disponível em lojas e pela Internet.

Jogadores entre 1300 e 1700 rating podem também ser excelentes professores – não só para iniciantes mas também para que apesar de jogar há tempos sabem pouco das regras. Os segundos são os que freqüentemente perdem, os frustrados. Assim eles podem melhorar seu desempenho depois de ajudar colegas com lições básicas. Serão normalmente os suportes mais ávidos do seu clube.

Instrução não precisa ser limitada aos jogadores inexperientes. Não surpreendentemente, os jogadores veteranos são melhores professores para outros jogadores de torneios do que para os iniciantes, porque eles podem expressar suas idéias no jargão do xadrez. Porém, eles podem ajudar, sim. Não tenha medo de pedir para um Master ou Expert ajudar nas suas instruções básicas, Eles podem surpreender você com a sua atitude voluntária.

Não faça vista grossa a mais simples de todas as ferramentas instrucionais, a análise pós morte. Quando na sua primeira reunião um novo aluno reclamar de ser um iniciante, coloque-o junto a um jogador para que ele releia o jogo depois de feito. Imagine o quanto mais bem vindo ele se sentirá se alguns toques forem dados a ele pelo jogador que apenas jogou com ele. Finalmente você deve sugerir que todo jogador que joga valendo rating reveja um daqueles jogos. Seu alunos entram no xadrez para se divertir e ganhar alguns jogos então dê a eles uma das melhores ferramentas de aprimoramento: análise. No mais tente evitar pequenas facções no seu clube. Ás vezes o jogador mais experiente tende a excluir novos jogadores, divida todos em grupos e misture-os.


Idéias de Planejamento de Lições

Abaixo você vai encontrar uma lista para alunos que deve ser revista com todos os novos membros e aqueles que perderam a sabedoria em certas áreas do jogo:

I. Como aplicar o cheque mate: (Deixe que tentem em você – sem avisar antes – eles já devem saber isso ou parte disso... depois fale se necessário. Explique o que é empate, dando exemplos.)

a. Dama e Rei X Rei.
b. Duas Torres e Rei X Rei.
c. Uma Torre e Rei X Rei.
d. Conteste: Cheque Mate no menor número de lances.


II. Jogue dois ou três jogos simultâneos – discuta movimentos fracos (não diga maus movimentos) e bons movimentos – elogie-as sempre que possível.


III. Ensine a anotar os jogos:

a. Nomeie alguns quadrados e depois aponte para outros para eles nomearem.
b. Coloque um cavalo no tabuleiro – eles devem nomear todos os quadrado de movimentos possíveis.
c. Tenha um jogador experiente para mostrar ao principiante como anotar um jogo.


IV. Monte situações especiais como:

a. Peão e Rei X Rei – como defender e como avançar o peão.
b. Mate do Corredor.
c. Mates escolares e Mates tolos.


V. Ensine-os a como encastelar e porque.


VI. Ensine a teoria geral aberta.

a. Importância de controlar o centro.
b. Evitar mover a mesma peça repetidamente.
c. Não mexa a Dama muito cedo.
d. Encastele cedo no jogo.
e. Não faça muitos movimentos de peões logo.
f. Desenvolva cavalos e bispos rapidamente.
g. Não faça movimentos de cheque sem propósito, apenas para colocar o adversário em cheque.


Tente estas dicas em qualquer ordem – reveja a lição da semana anterior, mas tente principalmente enfatizar a aula da semana.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIAS:
http://www.cex.org.br/html/apresenta_template.php?template=atividades_clube.tpl
http://www.uschess.org)

TEXTO 74 - XADREZ E INTELIGÊNCIA.

Lendo um post sobre as pessoas mais inteligentes do mundo e seus respectivos QIs, me surpreendi com a quantidade de jogadores de xadrez entre as pessoas com os maiores QIs do mundo.

Eu sei jogar xadrez. Quer dizer, sei mexer as peças no tabuleiro. Não tenho muitas noções de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie… Por isso, nunca gostei muito de jogar. Sempre utilizei meu tempo em jogos que melhoram outros tipos de habilidades. Winning Eleven, por exemplo, melhorou muito meu conhecimento sobre jogadores e times de futebol. Decathlon, minhas habilidades masturbatórias, ainda que muitos anos antes de eu necessitá-las. Street Fighter, meu vocabulário de palavrões.


Mas voltemos ao xadrez. Os jogadores deste esporte sempre são considerados gênios e o diabo a quatro. E daí? Xadrez desenvolve a inteligência? Só se for a inteligência para jogar xadrez. Não é como um gênio em matemática ou física, que pode usar seu conhecimento para aplicações em engenharia, por exemplo. Xadrez, no mundo real, não serve pra droga nenhuma.

Não, um bom jogador de xadrez não resolve seus problemas de maneira mais fácil. Um bom jogador de xadrez não pode usar este dom para solucionar coisas reais de fora do tabuleiro. Um bom jogador de xadrez não consegue fazer outras coisas que não sejam novas maneiras de dar xeque-mate utilizando apenas um peão e um bispo.

É como alguns amigos que tenho, ótimos jogadores de StarCraft, WarCraft e WhateverCraft, mas não tem condições de cursar um curso universitário decentemente.

Nem Kasparov, nem Deep Blue. Útil mesmo é saber aplicar a inteligência em algo de verdade e não em um jogo estúpido.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://grandeabobora.com/xadrez-e-inteligencia.html

TEXTO 73 - PESQUISAS COMPROVAM: A PRÁTICA DO XADREZ AJUDA NO PROCESSO EDUCATIVO.

Pesquisas comprovam: A prática do xadrez ajuda no processo educativo. Foto: Naldo Gomes.

O que tem em comum o ator Al Pacino e o gângster Al Capone? A rainha Victoria, da Inglaterra, e a pintora Victoria Poyser? O computador da IMB, Deep Blue, e a máquina israelense Deep Junior? E entre o escritor Arthur Conan Doyle e o músico Artur Rubinstein?

Todos eles jogam ou jogavam xadrez que, por sua vez, é o segundo esporte mais popular no mundo – só perde para o futebol. Tem sido jogado há 1.500 anos com as mesmas regras, por crianças, jovens, velhos, homens, mulheres, ricos e pobres, doentes e saudáveis, presos e libertos, humanos e máquinas.

E além de ser democrático, é o esporte que possui a mais vasta literatura. Existem incontáveis livros, pinturas, gravuras, e mais de dois mil filmes contendo cenas que retratam o jogo.

A prática do xadrez melhora a concentração. Foto: Naldo Gomes.

Para o campeão brasileiro sub-16 de 2008, Renato Quintiliano, o xadrez é visto como um passatempo para ricos e para nerds, mas quando se entra em contato com o universo desse esporte descobre-se que as coisas não são bem assim. “O xadrez promove a socialização de diferentes grupos, de diferentes raças e diferentes classes sociais e não tem preconceitos nesse sentido”, argumenta.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://gomesnaldo.wordpress.com/2010/05/30/xadrez-educacao-blog-jornalismo-freelance/

TEXTO 72 - UMA FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO.

O jogo melhora o rendimento nas matérias exatas. Foto: Naldo Gomes.

Uma ferramenta para a educação.

Além de ser barato, esse esporte também tem trazido inúmeros benefícios educacionais. Pesquisas comprovam que sua prática pode aumentar a concentração e a memória dos alunos, entre outras melhorias.

Na década de 1980, o professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres, Robert Ferguson, realizou um teste que consistia em que todos os 14 estudantes do 6º grau da escola rural M.J.Ryan School, da Pensilvânia, Estados Unidos, tomassem lições de xadrez duas ou três vezes por semana.
Depois, Ferguson aplicou testes de memória de uma série de exames da Califórnia Achievement Tests e concluiu que a prática do jogo desenvolveu a memória dos estudantes e que essa habilidade foi transferida para a sala de aula.

Em 2004, no Brasil, foi aplicado durante três meses o ensinamento teórico e prático do jogo em 40 escolas do Piauí, Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, para uma turma de aproximadamente 6.400 alunos. O projeto foi desenvolvido pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério do Esporte. Ao final, identificou que os alunos que participaram da pesquisa demonstraram, principalmente, uma melhoria na capacidade de concentração em sala de aula.

O atual número 1 do Brasil e da América do Sul e, também, o brasileiro melhor colocado no ranking da Federação Internacional do Xadrez (FIDE) onde ocupa a 123ª posição é o Grande Mestre Giovanni Vescovi. O enxadrista diz que há muitos estudos científicos sobre os benefícios desse esporte, mas reclama que, no Brasil, os projetos precisam ser um pouco mais desenvolvidos. “Você não quer criar campeões nas escolas. Mas uma criança, muitas vezes, participa desses projetos e sai sem saber muito bem o que é o xadrez. Ela aprende os rudimentos, mas não é um negócio que ficou muito claro para ela. Ou, não é uma prática que se torna constante na vida dela e por isso, pode ser que ela não atinja os objetivos”.


O jogo melhora o rendimento nas matérias exatas. Foto: Naldo Gomes
Além da memória e da concentração, a prática do jogo também melhora o rendimento em matérias exatas. Para Marina Hurba Nunes, mãe da atual campeã brasileira sub-12, Agatha Hurba Nunes, o xadrez melhorou o desempenho da jogadora em matemática, matéria em que Aghata tem as melhores notas da sala.

O administrador Ricardo Alboredo, pai da atual campeã paulista sub-14, Júlia Alboredo, ressalta a independência como um dos quesitos trabalhados pelo esporte. “Com alguma frequência acontece um lance irregular durante uma partida contra um adversário muito mais velho e a Júlia precisa ter a coragem de parar o relógio, chamar o árbitro, explicar o que está acontecendo, argumentar e convencer o árbitro, olho no olho. Imagine quanta coisa ela exercita numa atitude dessas!”, comenta.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://gomesnaldo.wordpress.com/2010/05/30/xadrez-educacao-blog-jornalismo-freelance/

TEXTO 71 - O XADREZ DA UNISANT’ANNA.

A UniSant’Anna possui uma equipe sub-21 que treina todos os sábados na cidade de Suzano e participa de campeonatos regionais e abertos. Composta por seis homens e duas mulheres, todos têm bolsa de estudo de 100%.

Quem joga xadrez na UniSant'Anna. Gráfico: Naldo Gomes.

Para o bolsista do curso de Educação Física e jogador da equipe UniSant’Anna, Robson Douglas Rocha, o xadrez é fascinante e os seus benefícios se estendem para a vida. “Sua prática proporciona não apenas ganhos em concentração, memória e criatividade, mas também o aprendizado com as derrotas e outros valores como o caráter e a educação, porque esse esporte exige isso de um jogador. Não existe aquela coisa do sexo frágil em que meninas não podem competir com meninos. Nesse sentido, todos podem competir de igual para igual”, explica.

Uma enquete realizada pelo Jornal “A Pauta é Nossa” entre alunos da UniSant’Anna demonstra que 35% dos entrevistados já jogaram xadrez durante a vida e cerca de 10% praticam regularmente. O resultado da enquete demonstra que os homens praticam pouco mais que as mulheres.

Os benefícios do xadrez para os alunos da UniSant'Anna. Gráfico: Naldo Gomes.


Entre os benefícios mais importantes apontados pelos estudantes está o desenvolvimento do pensamento lógico (22%) e da concentração (18%). Em terceiro lugar, a diversão (14%). A habilidade de prever as consequências das próprias ações aparece em quarto lugar, com 13% dos votos.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://gomesnaldo.wordpress.com/2010/05/30/xadrez-educacao-blog-jornalismo-freelance/

TEXTO 70 - XADREZ: UM JOGO PARA O SABER.

FOTOS: DANIEL QUIRINO.

Considerado o segundo esporte mais praticado do mundo, a prática do xadrez é elemento de grande contribuição para o desenvolvimento da memória, capacidade de concentração e agilidade no raciocínio. Na Cidade do Saber, o curso de xadrez já existe há quase dois anos, mas sua procura é mediana em relação à quantidade de vagas disponíveis. Quem afirma isso, é o professor Joel Araújo de Menezes, que leciona no curso às terças e quintas, pela manhã e tarde, às 10h e às 14h, respectivamente.

Segundo o professor, a procura pelo curso é pouca, devido ao desconhecimento dos pais. “As crianças conhecem o jogo através do vídeo-game, do celular e do computador. Por isso, as mães e os pais imaginam que é um simples jogo de entretenimento. Mas o xadrez tem uma metodologia, uma aplicabilidade de cognição na criança, que aumenta o raciocínio lógico e matemático, que amplia o campo de visão, no que se refere às estratégias e previsões de movimentos. Poderia ser mais procurado aqui na Cidade do Saber”, comenta Joel.

Além de desempenhar um importante papel social, já houve uma série de estudos realizados na ex-Alemanha Oriental, que comparou o desenvolvimento de grupos de estudantes de diversas idades. O resultado mostrou que o xadrez estimula a atividade intelectual e estabiliza a personalidade de crianças ou jovens durante seu crescimento. Praticar o jogo implica em vantagens de assimilação de conteúdos em aulas de física e matemática da escola regular, por exemplo, garantem os estudiosos e amantes da atividade. Além disso, o xadrez incentiva a criança a avaliar as consequências dos seus atos, tornando-as mais prudentes e responsáveis.

Uma prova desse resultado, na prática, é o bom desempenho nos estudos do pequeno Ricardo da Silva de Carvalho (foto), de 08 anos. Morador do bairro do Verde Horizonte, Ricardo é o aluno mais novo em idade e mais velho (com mais tempo) no curso. Há dois anos, ficou sabendo, através das irmãs, que a Cidade do Saber fornecia aulas de xadrez e, logo em seguida, matriculou-se. “Comecei a ter interesse vendo reportagens pela TV e depois através de jogos de computador. Melhorei bastante na escola”, disse ele.


O professor Joel acredita que, com o tempo, o interesse pelo Xadrez possa aumentar: “Acredito nisso porque algumas escolas já têm o xadrez na grade curricular. Em particular, gostaria muito que se ampliasse a disseminação do “Esporte Xadrez”, assim como o xadrez lúdico. É um exercício tão variado que pode ser tanto uma grande brincadeira, quanto um jogo sério de estratégia”.

Na Cidade do Saber, o xadrez está lado a lado com outros esportes competitivos, pois incentiva a inserção de Camaçari no cenário esportivo estadual, nacional e internacional. Assim como os outros esportes praticados na instituição, o xadrez também desempenha uma função de desenvolvimento cultural, resultando nos já conhecidos frutos: a educação, a inclusão social e a cidadania.



Esse post foi publicado de terça-feira, 8 de setembro de 2009 às 14:47, e arquivado em Noticias e Oportunidades. Você pode acompanhar os comentários desse post através do feed RSS 2.0. Você pode comentar ou mandar um trackback do seu site pra cá.

7 comentários para “Xadrez: Um jogo para o Saber”
Lamarony Santos disse:

10 de setembro de 2009 às 10:40
Parabéns pela reportagem muito interessante esse jogo para crianças e adultos, a Cidade do Saber é um excelente centro de treinamento, creio, que se os governos de nosso País, desse maior incentivo ao esporte, teriam mais crianças fora das ruas, e com a cabeça voltada a outras coisas…

Ótimo trabalho de divulgação… Ajudando a iniciativa a atrair mais publico…

Bem legal!

Mais uma matéria bem feita. E mais um esporte daqueles que apesar da pouca prática com toda a seriedade, são deixados de lado pelas políticas hipócritas de esporte desse País.

Incentivos, como estes, da Cidade do Saber são louváveis!…
Parabéns pela matéria mais uma vez. rsrsrs

Acho que ainda faltam incentivos do governo para o esporte, tantas crianças adolescentes e jovens, que estão nas ruas poderiam estar em um ginásio esportivo com treinadores competentes desenvolvendo suas habilidades para algum esporte.

ESTA FALTANDO MAIS E MAIAS CIDADE DO SABER POR ESTE MUNDO AFORA…

Vamos trabalhar minha gente…

Rose disse:

10 de setembro de 2009 às 19:44
muito legal

viviane disse:

16 de setembro de 2009 às 16:17
Gostaria de saber como faço para meu filho aprender?
Obrigada!
Viviane.

admin disse:

16 de setembro de 2009 às 17:40
Olá Viviane!

Para participar desta atividade é preciso ter entre 06 e 16 anos de idade. Ainda temos vagas disponíveis e, para efetuar a matrícula você só precisa vir à Cidade do Saber portando os documentos necessários: carteira de identidade do responsável e também da criança (caso não possua, trazer a Certidão de Nascimento), atestado de matrícula da escola e comprovante de residência. Basta trazer os originais pois não ficamos com xerox.

Atenciosamente,

Assessoria de Comunicação / Cidade do Saber

Priscila Damião disse:

29 de outubro de 2009 às 11:59
Parabéns pela iniciativa. Desejo que esta prática seja vista com um olhar mais aguçado.

cristiana pombo dasilva disse:

29 de novembro de 2009 às 13:02
Essa pratica é muito bom para o incetivo do desenvolvimento das crianças de nossa cidade. Por tanto a pratica desse jogo ajuda no desenvolvimento do raciocínio e capacidade de querer de qualquer criança no aprender da procura, do alcance de sua meta de vida.
contudo a divulgaçao excepcional dessa prática de jogo de raciocínio é excelente para ajudar a diminuir o numero de crianças das ruas de nossa cidade.
OBS: O NOME DO ALUNO NAO É RICARDO MAIS SIM RICK ARLEM.

José Souza disse:

20 de maio de 2010 às 13:45
Olá Joel.
Sou enxadrista a mais de 5 anos e munícipe aqui de Camaçari.
Procuro desafios.
Se quiser jogar contra, possamos agendar para jogar online ou presencialmente.
abraços

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.cidadedosaber.org.br/wp/2009/09/08/xadrez-um-jogo-para-o-saber/

TEXTO 69 - ÁLVARO ALEXANDRE.

ENXADRISTA ÁLVARO ALEXANDRE.
FOTOGRAFIA: DOMINGOS CADÊNCIA.

O gosto pelo xadrez começou através do seu irmão. “Inspirei-me através do meu irmão, no bairro Golfe I, na década de 90, onde reinava o amadorismo do xadrez. Sem vaidade, o Tião, meu mestre era um bom praticante, motivo que me galvanizou a praticar a modalidade”, sublinhou Casimiro António, xadrezista sénior do Grupo Desportivo da EPAL.
Actualmente, Casimiro tem como mestre o árbitro António Xavier, figura incumbida de esboçar as opções técnico-tácticas, com a finalidade de aperfeiçoar o seu desempenho.
O xadrezista referiu que o jogo ciência contribui para o engrandecimento do nível intelectual. “É uma modalidade que ajuda as pessoas a discernirem com facilidade as coisas e aumenta a capacidade de análise. É necessário levar o xadrez às escolas do ensino de base”, desabafou.
O Atleta afirmou que Angola tem muito potencial. “O xadrez é uma modalidade que mexe com a mente das pessoas. Tem uma quota-parte na resolução das questões sociais. A sua eficácia passa por esforços conjugados entre os sectores de decisão do país e a contribuição individual e positiva do angolano. Essa é a chave do sucesso”, rematou.
O mercado interno é a sua fonte predilecta para a aquisição de material desportivo. “No mercado interno pode-se encontrar todo o tipo de material para a prática de xadrez. Consigo adquirir localmente os relógios, livros e guias de estudo, programas de software e computadores. Os meus investimentos para o xadrez rondam anualmente os 1.500 dólares. Os gastos não têm tido retorno. Os rendimentos dos torneios são baixos, não cobrem os valores gastos”, revelou o xadrezista.
Contudo, Casimiro António deixou uma mensagem aos mais jovens. “A prática do xadrez só produz benefícios. Para tal, os interessados devem procurar alguém com domínio na matéria para ensinar com exactidão. A integração na modalidade requer três horas de estudo diário e abster-se de alguns vícios”, finalizou.

Quem é quem ...

Nome: Casimiro João António.
Data de Nascimento: 03/03/1983.
Naturalidade: Luanda.
Nacionalidade: Angolana.
Altura: 1,70 metros.
Peso: 62 kg.
Clube: EPAL.
Modalidade: Xadrez.
Tabaco: Não.
Bebida: Sumos.
Número de calçado: 42.
Música: Soul Music.
Hobby: Leitura e xadrez.
Cor Preferida: Azul.
Religião: Ateu.
Calor ou Cacimbo: Cacimbo.
Filmes: Drama.
País: Angola.
Cidade: Luanda.
Estuda: Sim.
Classe: 4º Ano de Gestão e Administração Pública.
Instituição: Faculdade de Letras.
Um sonho a realizar: Concluir o doutoramento em gestão.
Títulos conquistados: Campeão Nacional de Juniores (2003, Namibe), bicampeão de júnior de Luanda (2001/ 2002), penta-campeão provincial e nacional por equipas.

Altos & Baixos.

Xadrezista vitorioso.

"A conquista do Campeonato Nacional de Juniores de 2003, realizado na província do Namibe, foi um dos feitos mais importantes que enriqueceu o meu palmarés. Na mesma fase, fui convocado para a pré-selecção nacional de seniores, que disputou os Panafricanos da Nigéria. Fiquei em quarto lugar no Africano de Juniores, realizado no Botswana, em 2002 e também me sagrei vencedor do torneio SARPCCO Games de 2003, no Botswana".

Falta de dinheiro.

"O meu afastamento do grupo escolhido para representar o país nos Panafricanos da Nigéria de 2003 marcou-me bastante. Por opção técnica, o malogrado professor Manuel Andrade colocou-me de fora. No Africano de Juniores, realizado na Líbia em 2003, mais uma vez fiquei em terra. A razão da minha desgraça foi o facto da Federação Angolana de Xadrez ter passado maus momentos, no capítulo financeiro".

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://jornaldosdesportos.sapo.ao/28/0/o_xadrez_mexe_com_a_mente_das_pessoas

domingo, 27 de junho de 2010

TEXTO 68 - A FIDE QUER CONSTRUIR HOTÉIS.


Pode parecer anedota, mas não é, segundo uma notícia publicada no sítio Russia-Info-Centre, que cita o www.dp.ru (FIDE построит в Самаре гостиницу),

«A segunda maior federação do mundo (FIDE) pretende construir hotéis em 165 países. Todos os hotéis terão a forma de peças de xadrez. A FIDE pretende construir 150 hotéis e centros de xadrez já nos próximos 4 anos.

Segundo o presidente da FIDE, Kirsan Ilyumzhinov, serão destinados de imediato cerca de 1 bilião de dólares (US$1 billion) para dar início ao projecto. O custo total do projecto está estimado em 50 biliões de dólares (US$50 billion).

Já se sabe que alguns centros de xadrez e hotéis serão edificados em Chisinau (Moldova), na Rep. Pop. China e cidades russas como Samara, Yekaterinburg, e Khanty-Mansiysk.




Outra parte grandiosa do projecto é contruir uma cidade do xadrez que consistirá em 32 hotéis em forma de xadrez nos Emiratos Árabes Unidos. É um projecto dispendioso, mas a FIDE já tem acordos com vários investidores».

Ler a este propósito os artigos Ilyumzhinov and the Chess City in Dubai, na ChessBase news e Big Move: Dubai Backing $2.6-Billion International Chess City, de JACK LYNE, Site Selection Executive Editor of Interactive Publishing. Ver também Innovative International Chess City soon to grace Dubai skyline, na CNN.com.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://aladerei.blog.pt/tag/fide/

TEXTO 67 - O XADREZ PODE SER UMA ATIVIDADE LUCRATIVA?


Irá o xadrez tornar-se uma atividade lucrativa como o boxe ou o futebol? O empresário holandês, Bessel Kok, de 65 anos, é o presidente da empresa, com sede em Amerstardão, Holanda, chamada “Global Chess BV” (Xadrez Global).

O objectivo desta empresa, que tem um capital inicial de 4,5 milhões de euros, é fazer a promoção dos principais eventos da FIDE, em especial, os Campeonatos do Mundo.

O jornalista alemão, Dr. René Gralla, entrevistou Bessel Kok, o qual depois de ter sido o Vice-Presidente da Český Telecom, vive actualmente em Praga, onde dirige a “Global Chess BV”.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://aladerei.blog.pt/tag/fide/

sexta-feira, 18 de junho de 2010

TEXTO 66 - A ORIGEM DAS 32 PEÇAS (TEXTO DE PROF. JOSÉ AUGUSTO DE MELO NETO).

Até o fim do século 19, acreditava-se que o jogo de xadrez havia surgido na região da antiga Pérsia. Entretanto, no início do século 20, duas publicações contribuíram para mudar esta concepção.
Em 1902, o oficial inglês H. Raverty escreveu um artigo no Jornal da Sociedade Real Asiática de Bengala, intitulado a "História do Xadrez e do Gamão". De acordo com lingüista Sam Sloam (1985) [1], pela primeira vez contou-se a seguinte história: um sábio chamado Sissa, de uma região do noroeste da Índia, inventou um jogo que representava uma guerra e pediu como recompensa ao rei um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, sempre dobrando a quantidade da casa anterior. Essa famosa história foi inúmeras vezes recontada e acabou tornando-se a lenda mais conhecida sobre a origem do xadrez.
Em 1913, Harold James Ruthven Murray publicou o livro “Uma História do Xadrez”. Nesta obra, o autor declara de forma convincente em mais de 900 páginas que o xadrez foi inventado na Índia, em 570 d.c.. Este xadrez indiano chamava-se chaturanga e seria anterior ao xadrez persa (chatrang), ao xadrez árabe (shatranj), ao xadrez chinês (xiangqi), ao xadrez japonês (shogi) e a todos os xadrezes. A pesquisa do autor tornou-se uma referência na literatura enxadrística e foi reproduzida exaustivamente [2].

Todos nós acreditamos na versão de Murray. Afinal, o chaturanga era a origem mais provável. Porém, esta teoria foi ficando cada vez mais difícil de sustentar com novas descobertas arqueológicas e com uma análise mais minuciosa das fontes do autor. Na busca de referências para trabalhos científicos, o xadrez indiano a quatro mãos passou a ser citado como uma variante mal-sucedida de um outro jogo ainda mais antigo [3].

Representação hindu.

De acordo com Yuri Averbakh (1999) [4], a origem do xadrez não pode ser analisada sem o conhecimento adequado da origem de outros jogos de tabuleiros. Por exemplo: egípcios e gregos tiveram os seus jogos de tabuleiros que simulavam corridas. Asthapada era o nome de um antigo jogo de corrida indiano que, assim como o chaturanga, era jogado por quatro pessoas, com dados, em um tabuleiro de 64 casas. A idéia de um xadrez inicial somente com carros de combate é realmente incrível.
Mas, apesar de Jean-Louis Cazaux (2001) [5] e Myron Samsin (2002) [6] proporem o xadrez como um jogo híbrido, o registro da existência de vários jogos de tabuleiros (8x8), em regiões e épocas distintas, com peças representando uma hierarquia e com o mesmo objetivo de deixar a peça principal sem movimento é uma evidência que estes jogos tiveram uma origem comum.




Analogia com as peças do xadrez: chaturanga, chatrang e xiangqi.

O período árabe do xadrez, cujo nome shatranj permanece até os dias atuais, parece ser o único ponto de convergência entre os antigos e atuais pesquisadores. Ele foi realmente o responsável pela propagação rápida do jogo que acompanhou a cultura mulçumana na expansão do islamismo. Até 1475, o xadrez que jogava-se na Europa era resultado direto desta influência. O grande enigma diz respeito ao seu período ainda mais remoto. Se realmente há registros na literatura antiga persa e chinesa anteriores ao século seis da nossa era sobre um jogo de tabuleiro similar ao xadrez, podemos considerar as seguintes hipóteses formuladas por Cazaux (2001) [7]:

1 – O xadrez nasceu na Pérsia;

2 – O xadrez nasceu na China;

3 – O xadrez persa e chinês têm o mesmo ancestral;

4 – O xadrez persa e o xadrez chinês influenciaram-se mutuamente na sua formação.

Há referências [8] que, ao menos 700 anos antes da era cristã, jogava-se na China um jogo de tabuleiro com pedras que simulava uma guerra. O número de peças podia chegar exatamente a 32 peças. Este jogo tinha o nome de Liubo e é considerado o ancestral do xiangqi, o xadrez chinês.
O jogo do elefante [9] já era jogado na China no século II d.c.. Os movimentos das peças que iniciam nas bordas do tabuleiro, equivalentes à torre, cavalo e bispo [10] do xadrez moderno, são praticamente os mesmos do xadrez chinês. Há também um rei no centro. O que muda é o número de peões: apenas cinco no xiangqi, contra oito do modelo ocidental. Esta mudança é compensada em número de peças por dois conselheiros e dois canhões, somando em ambos os jogos 32 peças.
O tabuleiro chinês é no formato 9x10. Como as peças não são colocadas nas casas e sim nos pontos que separam as casas, a transposição para xadrez moderno equivaleria a um tabuleiro 8x9. Há ainda no xadrez chinês um rio que separa os dois lados como uma fronteira artificial. Se o rio fosse eliminado teríamos o mesmo tabuleiro de 64 casas (8x8). Sloam (1985), em seu artigo “A origem do xadrez” [11], é enfático quando comenta a convenção dos pontos, originária de um outro jogo de tabuleiro, o go:
“...quando o xadrez foi da China para a Índia, era jogado num tabuleiro de go de 9x9. Quando os indianos (ou persas ou árabes, quais tenham vindo primeiro), que não sabiam nada de go, viram aquilo, eles simples e naturalmente tiraram as peças dos pontos e puseram nas casas. Assim, um tabuleiro de go de 9x9 tornou-se um tabuleiro de xadrez de 8x8. Contudo, havia ali uma peça a mais, então os indianos simplesmente eliminaram um dos chanceleres. Também acrescentaram três peões, para preencher o espaço vazio em frente. (O xadrez chinês agora só tem cinco peões, mas pode ter tido mais em versões mais antigas do jogo). Dessa forma, é possível que eles tenham convertido o xadrez chinês em xadrez indiano de um só golpe...”
xiangqi: discos com caracteres chineses
Embora não existam evidências que comprovem todos os argumentos daqueles que hoje acreditam na segunda hipótese, é um fato os registros de um jogo anterior ao chaturanga e ao chatrang em pelo menos três séculos. O xiangqi teria a possibilidade de ter se propagado em outras regiões sujeitas à influência chinesa com as rotas comerciais da seda. As peças de xadrez mais antigas já descobertas foram encontradas nestes caminhos.
Neste xadrez de tantas possibilidades, permitiu-se ainda que em julho de 2002 fosse encontrada durante as escavações de um palácio bizantino, no sul da Albânia, uma peça de marfim que seria do ano 465 d.c. [12] (portanto, anterior ao chaturanga). Seria a mais antiga peça já encontrada na Europa, mas há quem acredite não ser uma peça de xadrez e sim apenas uma pequena estatueta decorativa. Antes desta descoberta, peças italianas feitas de osso, datadas do séc. X, em exposição no Museu Arqueológico de Nápoli, pareciam confirmar que o xadrez indiano, persa ou chinês havia demorado mais séculos antes de entrar na Europa medieval.


A peça de 4 cm (Séc. V) encontrada em 2002 e as peças italianas (séc. X).



PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.xadrezamazonense.tripod.com/
Notas:


1 - SLOAM, Sam. The Origin of Chess. 1985. Disponível em:< http://www.samsloan.com/origin.htm>. Acesso em: 29 ago 2002

2 - Embora o autor tenha este e outros livros reimpressos nas décadas de 50 e 60, suas pesquisas encerram-se em 1917.

3 - SLOAM, Sam. Op. Cit.

4 - AVERBAKH, Yuri. To the Question of the Origin of Chess. 1999. Disponível em: < www.netcologne.de/~nc-jostenge/ averba.htm>. Acesso em: 29 ago 2002

5 - CAZAUX, Jean-Louis. Is Chess a hybrid game?. 2001. Disponível em: < www.netcologne.de/~nc-jostenge/cazaux.htm>. Acesso em: 29 ago 2002

6 - SAMSIN, Myron J. Pawns and Pieces - Towards the Prehistory of Chess. 2002. Disponível em: < www.netcologne.de/~nc-jostenge/samsin.htm>. Acesso em: 29 ago 2002

7 - CAZAUX, Jean-Louis. Op. Cit.

8 - FLEISCHER, R. e ULLAH KHAN, S. Xiangqi and Combinatorial Game Theory. 2002. Disponível em:. Acesso em: 29 ago 2002

9 - O xiangqi é também conhecido como o jogo do elefante, enquanto o shogi é conhecido como o jogo do general.

10 - A comparação é evidentemente mais adequada com o chatrang, cujos nomes das peças são os mesmos.

11 - SLOAM, Sam. A origem do xadrez. Disponível em: < http://geocities.yahoo.com.br/xadrezvirtual/historia/>. Acesso em 29 ago 2002

12 - Europe's Oldest Chess Piece Found. Disponível em: . Acesso em 29 ago 2002