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domingo, 10 de janeiro de 2010

TEXTO 36 - HISTÓRIA DO XADREZ FEMININO.

HISTÓRIA DO XADREZ FEMININO.

Jesús González Bayolo, Presidente do Comitê de História da Federação Cubana de Xadrez, nos conta um pouco da história do xadrez feminino, publicada no Boletim AJEDREZ EN CUBA, número 32, 1998.
O símbolo do xadrez é feminino.
Todo enxadrista sabe que Caissa é a musa do Xadrez, porém paradoxicamente, o xadrez surgiu muito antes que Caissa, porque esta deusa não é da mitologia grega, nem romana, mas sim nasceu na poesia.
Um jovem inglês de 17 anos, Willian Jones, escreveu em 1763 o poema Caissa ou o jogo de xadrez, onde ganhou vida esta ninfa encantadora, que promete a Marte corresponder-lhe se este inventasse um jogo sugestivo. Por aquela ninfa do bosque, segundo o poema, Marte, deus romano da guerra, concebe o xadrez e o apresenta com o nome de Caissa. Este poema, publicado em 1773, ganhou popularidade na França e também foi publicado na primeira revista de xadrez - La Palaméde - em Paris em 1836.
Hoje, Caissa é uma forma poética de se dizer xadrez.
Primeira participação de mulheres em Torneio.
As mulheres possuem uma rica história no meio enxadrístico. Uma carta Islâmica, datada no ano 802, é a primeira referência sobre uma mulher enxadrista. Porém, a primeira notícia da participação da mulher em torneio de xadrez data de 1617, quando o italiano Pietro Carrera publicou a seguinte relação de jogadores:
CLASSIFICAÇÃO
83 - Lucio Timpanello, siciliano.
84 - A mulher de Timpanello.
85 - Sua filha.
87 -"Uma hebréia nascida em Veneza, jovem de 20 anos, cujo nome ignoro".
Primeiro Clube de Xadrez Feminino
Miss Elizabeth Foor teve a iniciativa de fundar em 1894 o primeiro Clube Feminino de Xadrez, de Nova York.
As campeãs
As mulheres não se contentaram em serem apenas as inspiradoras da arte do xadrez: passaram a praticá-lo.
As façanhas da legendária Vera Menchik, nove vezes campeã mundial, a primeira em disputar com êxito contra homens, enriqueceram a cultura enxadrística. Assim como todas suas seguidoras, entre as quais destacam Nona Gaprindashvili, Maya Chiburdanidze, Xie Jun e, claro, as fabulosas irmãs Polgar: Zsuzsa, Zsofia e Judith, esta última hoje está classificada entre os primeiros Grandes Mestres do planeta.
Vera Menchik é a maior figura feminina do xadrez mundial
O Campeonato Mundial Feminino, surgiu em Londres em 1927. A primeira campeã foi Vera Menchik, nascida em 16 de fevereiro de 1906 em Moscou, filha de mãe inglesa e pai Tchecoslovaco. Inaugurou o título de campeã e o manteve até a sua morte, em 27 de junho de 1944, ao explodir uma bomba alemã em sua residência em Londres. Ganhou os nove campeonatos mundiais disputados entre 1927 e 1939. A II Guerra Mundial a impediu de ser campeã 10 vezes ou mais... e lhe tirou a vida. Vera foi a primeira mulher com força de mestre e capaz de disputar de igual para igual com os homens.
"É a única mulher que joga como os homens", disse dela Capablanca.
O Mestre que perde, se filia ao clube
Em Carlsbad, Bohemia, 1929 surgiu o famoso Clube Vera Menchik. Em que consiste? O austríaco Albert Becker, um dos participantes, declarou, com ironia, antes de começar o torneio: "Proponho abrir o Clube Vera Menchik, do qual serão membros os mestres derrotados pela campeã feminina". Curiosamente, o primeiro membro do Clube foi aquele homem que duvidara da força enxadrística de Vera, o mesmo teórico vienense Albert Becker. Também nesse torneio, ingressou no clube Saemisch.
Com o tempo, o Clube Vera Menchik cresceu com nomes prestigiosos do xadrez: Reshevsky, Sir George Thomas (o qual perdeu a partida que podemos considerar como A Imortal de Menchik), Colle, Golombek, Yates... Dizem que o presidente do Clube é Max Euwe, quem depois de "se filiar" foi campeão mundial. E, contam que depois de sucumbir ante Menchik em Hastings de 1931-32, Sultan Khan não se atreveu, durante dois anos, a regressar ao Paquistão, por temer as gozações.
Depois de Vera Menchik cada mulher enxadrista pode abrir seu próprio clube, os quais também assombrariam os filiados.
Ilustraremos com uma miniatura de Vera Menchik
Praga-1931
Brancas: V. Menchik
Pretas: Beskew
Defesa Nimzoindia
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.e3 b6 5.Df3 d5 6.Bd3 Bb7 7.Bd2 Cbd7 8.Ch3 Tb8 9.cxd5 exd5 10.0-0 0-0 11.Cf4! Te8 12.Dh3 De7 13.Ccxd5! 1-0
(As pretas tem de perder o bispo do rei para salvar o mate).
Sucessoras de Menchik
Como sucessora de Menchik pode-se indicar uma mulher que se destacou, mas não tanto como ela, Sonja Graf. Nona Gaprindashvili representa um marco da qualidade enxadrista feminina pois foi a primeira mulher a vencer um Torneio Absoluto em 1977 em Lone Pine e também foi a primeira mulher a obter o Título de Grande Mestre (Absoluto) em 1978.
As campeãs mundiais de xadrez foram:
Vera Menchik (1927-1944), Liudmila Rudenko (1950-1953), Elizabetha Bikova (1953-1956 e 1958-1962),
Olga Rubstova (1956-1958), Nona Gaprindashvili (1962-1978), Maya Chiburdanidze (1978-1991),
Xie Jun (1991-1996) e Zsuzsa Polgar (1996...)
Mulheres versus veteranos
O primeiro duelo entre a equipe feminina mundial e a equipe dos enxadristas veteranos ocorreu em Aruba em 1992. Foi vencido pelos veteranos, com vantagem de 7,5 pontos.
Na segunda versão, sediada em Viena em 1993, não houve a participação de Polugaevski, que havia conquistado 8,5 pontos. O segundo torneio match entre uma equipe feminina mundial e outra de veteranos, foi vencido por elas (Maya, Zsuzsa, Xie, Zsofia, Arajamia, Galliamova), com placar de 40,5 por 31,5, sobre Larsen, Smislov, Gueller, Ivkov, Olafsson y Duckstein.
Vejamos uma mostra do jogo de uma destas mulheres, tomado de uma partida do segundo torneio match. Maya Chiburdanidze, cinco vezes campeã mundial, ganhou suas duas partidas de Bent Larsen. Em uma delas, depois de 30 lances chegou-se a esta posição:
Brancas : Rb1, Dh3, Th1, Bb2, Bf5, Ce5, peões em a2, b3, c2, g5, h2
Negras : Rh8, De7, Tb8, Tf8, Bc5, Ce4, peões em a6, b4, d5, g7, h6
Uma mulher que foi cinco vezes rainha do xadrez, não teve medo de sacrificar uma dama e o final artístico ocorreu assim:
31-Dh6! gh6 32-Cf7 Rg8 33-Ch6 xeque mate.
Judith Polgar
Todos nós que vivemos nesta época, somos testemunhas de um dos fenômenos enxadrísticos mais assombrosos de todas as épocas e sem nenhum precedente: as irmãs Polgar. E, em particular a mais nova, Judith, é a mais brilhante mulher que se já sentou na frente de um tabuleiro de xadrez. Lembramos que em 1998, triunfou em um match com Spasski. Ocupa um lugar entre os Grandes Mestres mais fortes do mundo atual.
Xadrez Feminino na América Latina
Na América Latina, também há mulheres de valor enxadrístico. A primeira Mestra Internacional foi a cubana Maria Teresa Mora, em 1950. Ela disputou em Cuba com os enxadristas mais fortes de sua época. Foi a única pessoa que recebeu um título diretamente de José Raúl Capablanca. Faleceu em Havana em 3 de outubro de 1980, perto de fazer 73 anos. Havia nascido em 15 de outubro de 1907.
Cuba conta hoje com uma numerosa lista de Mestras Internacionais, entre as que se destacam enxadristas como Asela de Armas, Vivian Ramón (Grande Mestre em 1998), Zirka Frómeta e Maritza Arribas, Tanía Hernández ,além de outros valores cubanos, como Mayrelis Delgado e Suleinnis Piña.
A principal figura feminina do xadrez latino-americano é a argentina Claudia Amura, a primeira Grande Mestra sul americana. Outros destaques são a colombiana Martha Fierro e a brasileira Tatiana Ratcu.
Propondo problemas de xadrez
Você já resolveu problemas de xadrez composto por mulheres? Não me estranha a resposta negativa. Em contrapartida, a inglesa Edith Bird (1859-1924) chegou a cifra de 2000 composições, muitas das quais ganharam prêmios em concursos. Portanto, a mulher é também criadora de problemas de xadrez.
Um exemplo, mate em dois:
Brancas : Rd1, Dc7, Tb6, Cd2, Cf8, peões em b3, e2, g3, g4
Pretas : Rd4, peões em d5, e6, g5
O mais interessante deste Mate em 2 é que foi idealizado por uma menina de 11 anos em 1891: Lilliam, a filha de Edith Bird.
Lance chave: 1- Da7! Para qualquer lance as pretas, recebem mate em seguida.
Aumenta a quantidade de mulheres que jogam xadrez
Em 1997, apenas três países tinham uma quantidade de mulheres enxadrista igual a quantidade de homens: Hungria, Ucrania e China. Nos Estados Unidos da América, apenas 7,5 % dos enxadistas são mulheres. A Federação de Xadrez dos Estados Unidos (USFC) é uma das organizações de xadrez que vem desenvolvendo grande esforço para recutar mais mulheres enxadristas. Uma das iniciativas é de aumentar a divulgação das atuais enxadristas em especial das jovens enxadristas, como a Irina Krush, com isto tem-se notado que o número de garotas participantes de torneios tem aumentado drasticamente.
nota: esta página foi copiada do site www.fortunecity.com/olympia/nash/1399/HISTORIA.htm. Contudo, este provedor insere diversos scripts, com risco de infecção por vírus e spyware. Eu optei por copiar o conteúdo e mencionar a origem (Marcelo Melém Braga)

POSTADO E PESQUISADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://xadrezcaissa.vilabol.uol.com.br/caissa.html

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