RESPEITE AS CRIANÇAS!

RESPEITE AS CRIANÇAS!
AS CRIANÇAS NÃO SÃO LIXO.




NÚMERO DE FOTOS E IMAGENS DESTE BLOG.

O CLUBE DE XADREZ SANTO ANTONIO DE JESUS, BAHIA (CXSAJBA) AGRADECE PELA VISITA, NESTE BLOG.
O NÚMERO DE FOTOS E IMAGENS, DESTE BLOG: 305.

VISITANTE DE NÚMERO:

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

TEXTO 47 - CANDIDATO: PABLYTO ROBERT (ES).

Esse ano tem eleição na CBX e algumas movimentações políticas começam a ganhar força pelo país. A Revista XADREZ! entrevista os candidatos, o primeiro é o presidente da FESX. "Vejo um grande progresso ao longo desses anos. A cada ano que passa o xadrez cresce mais, tanto no ES como no Brasil como um todo. Basta olharmos quantos MIs haviam no Brasil 10 anos atrás e quantos surgiram nos últimos anos. Que eu tenho de lembrança, poderia citar, sem nenhuma consulta, pelo menos 10." Veja a entrevista completa!



FOTO: 43.

1-Gostaria que você se apresentasse e nos dissesse, Como surgiu seu interesse pelo xadrez?

Bem, meu nome é Pablyto Robert Baiôco Ribeiro, nasci em Manaus/AM, no dia 26/08/1978. Sou casado desde 2005 e sou advogado, atuante desde a formatura (para falar a verdade, desde antes mesmo da formatura, uma vez que trabalho na mesma empresa onde estagiei enquanto estudava, sendo contratado logo que expirou o contrato de estágio).

Antes de qualquer coisa, acho necessário explanar a respeito da minha naturalidade amazonense. Meu pai trabalhava na Polícia Federal e, na época, toda a família precisou se mudar para Manaus. Eu nasci por lá, mas com menos de 4 meses de idade já estava de volta com toda a família ao Espírito Santo, onde sempre vivi. No entanto, já fiz algumas visitas à terra natal e, quando puder, farei outras. Posso dizer que tenho orgulho de ter dois Estados no coração.

Bem, quanto ao interesse pelo xadrez, começou quando eu estava na 7ª Série e vi um colega meu jogando. Eu procurei uma enciclopédia (não a de xadrez) e pesquisei até encontrar as regras do xadrez. Eu arrumei um joguinho onde as peças eram recortadas, ensinei as regras a um primo e comecei a dar os primeiros passos no tabuleiro. Desde então, não parei mais. Isto foi em 1991.

2-Qual a análise que você faz do xadrez atual, a nível nacional e no estado do Espírito Santo?

Vejo um grande progresso ao longo desses anos. A cada ano que passa o xadrez cresce mais, tanto no ES como no Brasil como um todo. Basta olharmos quantos MIs haviam no Brasil 10 anos atrás e quantos surgiram nos últimos anos. Que eu tenho de lembrança, poderia citar, sem nenhuma consulta, pelo menos 10. Isto sem contar que um deles já até se tornou GM (Fier). Em terras capixabas, tínhamos, 10 anos atrás, menos de 15 jogadores com rating FIDE, hoje temos cerca de 50, além de um MI, formado aqui (Jorge Bittencourt).

Pelas dimensões do Brasil e pelo número de habitantes, ainda somos muito pequenos no nível mundial, em termos de xadrez. Contudo, acredito que, pelo progresso da última década, temos o potencial necessário para assumir um posto mais honroso no planeta.

3-Você pretende se candidatar a presidência da CBX? Em caso afirmativo, o que o motiva?

Pretendo não, já me candidatei. O que me motiva é o mesmo motivador que me fez ficar à frente da FESX por 3 mandatos: o amor ao esporte.

4-Que avaliação você faz de seu comando à frente da FESX até o momento?

Posso dizer que foi um bom período. Aliás, talvez eu não pudesse fazer análise alguma, mas as pessoas vêm a mim e elogiam o trabalho realizado. Não é para menos, a FESX realizava de 12 a 15 torneios por ano, tinha um caixa vazio e dívida de condomínio para pagar, além de material escasso. No primeiro mandato limpamos a dívida, instituímos premiação em dinheiro nos principais eventos do calendário e conseguimos uma melhora no caixa. De 2005 para cá realizamos cerca de 50 a 60 torneios por ano, muitos deles com prêmios em dinheiro, compramos um lap top para a FESX, temos um saldo excelente na conta corrente para emergências, passamos de 95 jogadores rankeados para aproximadamente 1000, temos 15 DGT XL, 45 relógios analógicos e 70 jogos de peças oficiais. Não tem como dizer que o trabalho não foi bom. Pode-se dizer que poderia ter sido melhor, mas todos os dirigentes da FESX têm ocupações profissionais próprias, família, etc. Temos que nos dividir, sacrificar tempo de lazer e descanso, para doar nosso serviço ao esporte. Não somos uma diretoria profissionalizada, não recebemos para isto. Aliás, se teve algo no Estatuto que fizemos questão de manter, foi o fato de que é proibida a remuneração para os cargos da Federação. E isto funciona, pois o que se faz com amor, faz-se melhor!

5-Quais foram suas principais dificuldades para dirigir a FESX?

Como disse, inicialmente havia um déficit de caixa e uma dívida, além da ausência de material suficiente. Mas, acho que a maior dificuldade foi o fato de algumas pessoas virarem as costas para mim, pelo fato de eu ter me tornado presidente. É difícil explicar, mas eram pessoas que tinham um bom convívio e que tinham por prazer criticar a Federação, nas pessoas que a dirigiam com o mesmo amor com que hoje eu dirijo. Aí, ao me verem lá, para não terem que voltar atrás em seus conceitos, preferiram perder um amigo, virando-me as costas e passando a me atacar. Curioso é que são poucas, umas 2 ou 3 pessoas apenas. Tudo o que elas criticavam, eu implementei. Ou seja, o motivo da crítica não era verdadeiro, pois cessou e a "birra" continuou. Pela inexperiência, à época, eu senti muito esse "golpe". Com o tempo, aprendi que em todo o lugar existe a inveja e pessoas negativas. Se você se propõe a neutralizar o negativismo dessas pessoas, elas se voltam contra você.

6-Qual é a estrutura da FESX hoje?

A estrutura da FESX hoje é bem parecida com a da CBX. Não temos uma sede ativa, logo não temos geração de despesas fixas. Temos o material descrito na resposta à pergunta de nº 4 e administramos tudo por planilhas. Temos reuniões de diretoria com certa freqüência, desde o ano passado e os assuntos que não podem esperar por uma nova reunião ou que não precisam esperar, nós debatemos por um grupo de e-mail, onde estão cadastrados apenas os diretores da FESX. Conversamos muito por telefone também (isto engorda bastante a nossa conta de celular, mas é parte da nossa doação pessoal).

7-Que empresas apóiam o xadrez no estado do ES?

Não há empresas que apoiam, como tradição, o xadrez. Há uma ou outra iniciativa, em um ou outro tempo, bem isolada. Posso citar que a ARCELOR já patrocinou dois eventos, um em 2001 (quando nem era ARCELOR ainda) e outro em 2006. Em Santa Maria de Jetibá, a partir deste ano, o SICOOB entrou como o principal patrocinador do xadrez. Contudo, ainda é prematuro para se dizer que é uma empresa que apoia o xadrez, pois não sabemos quanto tempo isto irá durar. Tem apenas 2 meses de apoio e, mesmo assim, restringe-se aos limites do citado Município. No campo de patrocínio a atleta, tem-se a Fundação Jônice Tristão, que apoia o MI Bittencourt. Esta tem uma longa história de apoio, mas a nível pessoal, não federativo.

O apoio constante mesmo ao xadrez vem do Município de Vitória, do Município de Santa Maria de Jetibá e do Estado do Espírito Santo, todos através de suas respectivas secretarias de esporte.

8-Qual a importância do xadrez escolar?

Está aí a chave do crescimento mencionado no item 2. Essa é a importância do Xadrez Escolar! Se temos milhões de crianças e adolescentes aprendendo xadrez nas escolas, as chances de sairem novos MFs, MIs e GMs (tanto no masculino como no feminino) é muito maior do que sem esses milhões. É uma verificação fácil. Pegue-se um País menor, com bem menos habitantes, mas que tem cultura enxadrística forte: resultado, muito mais atletas de ponta! É o que nos acontece no Futebol, por exemplo. Qualquer criança brinca de bola na rua, nos campinhos e quadras e daí surgem Ronaldinhos. Se houvesse essa cultura também em relação ao xadrez, quantos Mequinhos, Vescovis, Leitões, Milos, Darcys, Sunyês, Matsuuras, Krikors, etc não teríamos?

9-Qual o apoio que o xadrez escolar recebe da federação? Há algum órgão/prefeitura no estado que apóie?

Essa tem sido a nossa grande luta, a qual estamos começando a vencer neste fim de terceiro mandato. Sempre houve um trabalho isolado no Município de Vitória, em um projeto que iniciou-se em uma escola de um bairro muito carente. Esse trabalho cresceu naquela escola mas demorou a se expandir, ficando estagnado. Sempre promovemos os torneios infanto-juvenis para disseminar mais e mais o projeto, mas, depois de um início promissor, as coisas esfriaram bastante. Contudo, do ano passado para cá, as coisas melhoraram substancialmente. No Município de Santa Maria de Jetibá, onde realizamos o FENAC (sub-12 e sub-14), foi aprovada uma lei municipal, tornando o Xadrez disciplina obrigatória nas mais de 60 escolas do Município. Temos também o Município de Guarapari (onde ocorrerá o Brasileiro Sub-20), que está com um trabalho escolar em andamento, com a supervisão do nosso Diretor Técnico Cláudio Ferreira.

A Secretaria de Esportes e a Secretaria de Educação do Estado, em parceria com a FESX, realizará agora em Agosto uma capacitação de 50 professores da rede estadual, para implantar um projeto inicial em 50 escolas do Estado, em diversos municípios, atingindo cerca de 80 crianças e adolescentes por escola, nessa etapa inicial. É um primeiro passo para a implantação do Xadrez Escolar a nível estadual.

Sem contar que a semente de Santa Maria de Jetibá está se espalhando para os municípios vizinhos, já atingindo São Roque do Canaã que, com apenas 1 mês de trabalho, levou 10 crianças para o FENAC. Estamos investindo tudo nisto neste momento, traremos o GM Darcy Lima para a semana do GM para ir a essas cidades, como forma de maior incentivo aos novos praticantes. Acreditamos ser este o maior carro chefe para o crescimento do esporte.

10-Qual a principal crítica da oposição ao seu trabalho?

Bom, de início, posso afirmar que não tenho oposição. Pelo menos não declarada. Tem aqueles críticos, como já disse antes, que são críticos institucionais, não ideológicos. Ou seja, se reclamam que não tem muito torneio e a FESX passa a realizar muitos, passam a reclamar que tem muitos torneios. Se reclamam que não tem prêmio em dinheiro e instituímos isto, reclamam que estamos profissionalizando o Xadrez e atraindo só jogadores mercenários (curiosamente, os mesmos que jogavam sem prêmio em dinheiro, são os que jogam com o prêmio também, ou seja, não mudou nada!). Enfim, não há principal crítica de oposição, pois não existe oposição. Acho até ruim isto, pois eu mesmo tenho que pensar no que deve ser melhorado, com uma oposição, eu economizaria este tempo e energia para mais ações.

Assim, posso dizer que a nossa maior crítica pessoal, ao nosso próprio trabalho, foi não ter conseguido ainda adquirir uma sede que nos permita realizar torneios, abrir espaço de estudo aos jogadores, com uma biblioteca, etc. Mas isto é algo que não é muito a função de uma Federação, é função de clube. Como não temos clubes realmente ativos, a FESX acaba chamando para si esta responsabilidade e é aí que reside um dos nossos focos de trabalho atualmente. Aliás, é o mais difícil de atingirmos, pois imóveis em Vitória estão pela hora da morte.

11-De que forma podemos atrair os jovens ao jogo de xadrez?

O Xadrez Escolar é a melhor forma de atração. Contudo, se surgisse um novo campeão de nível internacional, com uma importância tal que a imprensa noticiasse bastante tal conquista, aí teríamos um grande efeito de atração para o nosso Esporte. Seria mais ou menos o efeito Guga, no tênis, o efeito Popó, no boxe, o efeito "Barcelona", no volei (olimpíadas 92). O Brasileiro é assim, só valoriza grandes conquistas, esquecendo-se dos benefícios do esporte em si, e não falo apenas do Xadrez nesse ponto.

12-O que a FESX fez para formar árbitros? Como era e como ficou o quadro de árbitros em sua gestão?

Bom, tínhamos 3 árbitros no quadro CBX: Eu, o André Ribeiro e o Sérgio Silveira. Quando assumi, éramos 1 AN (eu) e 2 ARs. Fizemos 02 cursos de arbitragem para formar novos árbitros e passamos para 1 AF, 2 ANs, 3 ARs e alguns AAs. Estamos nos programando para dar mais um curso, talvez até dois, neste ano. Temos uma demanda muito grande de árbitros e uma procura enorme, dado os projetos de Xadrez Escolar que foram citados.

13-Como expandir o xadrez, divulgando a modalidade e aumentando o número de praticantes, caso você se torne presidente da CBX?

Um primeiro passo é manter boa parte do que já tem sido feito, pois, para crescer, não podemos diminuir e nem perder os principais atletas da modalidade. É importante lançar sementes e neste ponto se faz necessária uma intervenção da CBX para levar aos vários estados a proposta do Xadrez Escolar. Acredito que isto não pode ser feito no mandato atual, pois a equipe do Sérgio promoveu uma reestruturação necessária e que se mostrou fantástica nesses 4 anos. Com a CBX estruturada, fica mais fácil partir para novos projetos.

O Xadrez Escolar é um ótimo divulgador, pois além de alcançar um número fantástico de praticantes, é um grande fator de atração da mídia. Então a fórmula é basicamente esta: expansão, divulgação e aumento de praticantes = Xadrez Escolar e investimento no alto nível, para que venham conquistas importantes. Esta dobradinha gera crescimento quantitativo e qualitativo.

14-Qual o melhor jogador de todos os tempos no Brasil e no mundo? E quem você destacaria no momento em nível nacional e internacional?

Eu, como capivara, sou suspeito para responder essa pergunta. Posso tentar responder pelo fator importância para o esporte. Nesse aspecto, no Brasil, o nome é Henrique da Costa Mecking, o Mequinho. Basta dizer que, em qualquer lugar que vou, onde pessoas mais velhas descobrem que eu tenho ligação com o xadrez, logo me questionam: "e o Mequinho, continua jogando?". Lembra de quando falei sobre grandes conquistas, que fazem a mídia falar e as pessoas logo terem interesse no esporte? Pois é, no xadrez Brasileiro só ele conseguiu isto até hoje.

Isto não quer dizer que eu não admire o Vescovi, o Leitão, o Milos, o Darcy, o Sunyê, o Fier e os MIs. Como disse, não respondi quem foi o melhor de todos os tempos, mas sim quem foi o mais importante de todos os tempos, até hoje ao menos. No plano mundial, pelo tempo em que se manteve no topo, não tenho dúvidas em dizer que o melhor (aí sim falo de melhor e não mais importante) foi o Kasparov. Aliás, acredito que se ele quisesse voltar, continuaria ganhando os torneios, mesmo com 45 anos de idade.

Já com relação ao destaque no momento, posso dizer que o Krikor, no nível nacional, sem desmerecer nenhum dos outros jogadores brasileiros, é o nome a ser observado. No nível mundial, acho que há unanimidade no nome Magnus Carlsen.

15-Qual a sua visão do xadrez na região nordeste e seus planos para esta região caso seja eleito?

O xadrez nordestino é muito forte e tem revelado talentos, vide o Yago (com 15 anos, finalista do brasileiro 2007). Sem contar na história da região no Esporte, lembrando que o Rafael Leitão é maranhense, bem como há jogadores fortíssimos vindo do Nordeste, como o Luismar Brito, o Neri Silveira, Calheiros (você mesmo!) e o Asfora. Este, além de grande enxadrista, é também um grande promovedor do esporte em todo o Brasil, um dos nomes mais importantes do Xadrez Nacional, não apenas regional.

Particularmente, eu tenho um carinho especial pelo Nordeste, pois sempre os jogadores daí prestigiaram os nossos eventos. Tenho planos para a região, como ajudar a desenvolver os estados que estão começando, ajudar os que já têm um trabalho firme e forte a manterem o que já fazem e implementarem novos projetos. Diria que o foco maior talvez seja ajudar aqueles que estão iniciando, isto não só no Nordeste, mas em todo o País. Com o crescimento dos estados que estão mais necessitados, os que já estão de vento em polpa crescem por tabela.

Agradeço a oportunidade da entrevista e deixo aqui a minha saudação a todos os amantes desta nobre arte-esporte! Abraço!

AF Pablyto Robert (Presidente da FESX)


FOTO: 44.
E-mail:calheiros28@hotmail.com
Orkut Calheiros

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.revistaxadrez.com.br/eleicoes

Nenhum comentário:

Postar um comentário