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quarta-feira, 24 de março de 2010

TEXTO 62 - AS ESCOLAS DE XADREZ.

Escola, além do sentido de estabelecimento de ensino, também significa uma corrente literária, científica, filosófica, artística.
No Xadrez, a inspiração das idéias e forma de jogar de grandes jogadores lapidaram muitas mentes e criaram métodos, interpretações e regras para se jogar xadrez.
É interessante, observar que o Xadrez trouxe para sua evolução, muito do pensamento da época, e dos movimentos intelectuais que seus jogadores presenciaram ou fizeram parte. Vamos destacar abaixo algumas características principais das Escolas. Mas, antes, é preciso que o admirador da “nobre arte” entenda que Escola de xadrez é uma coisa e estilo de jogo é outra, a escola é formada por uma corrente filosófica seguida por vários jogadores, enquanto que estilo é um conjunto de qualidades de expressão, característica de um jogador. De certa forma o Estilo é uma expressão individual e Escola é um conjunto de características que podem ser marca registrada de partidários de uma corrente de pensamento, científico, literário, filosófico, artístico ou porque não enxadrístico que influenciam fortemente seus estilos. Uma Escola pode surgir de um movimento de oposição a anterior, ou de aperfeiçoamento, acrescentando descobertas, idéias ou eliminando o que “não serve mais”, num processo de reformulação que leva a evolução.

01. ESCOLA ARCAICA – Caracterizada pela pobreza de idéias, o Xadrez ainda inicia, é a época de Ruy López (séc. XV).

02. ESCOLA CLÁSSICA de Instauração – Valorização dos peões e têm por base a cilada. O Francês Philidor (1747) é o seu pioneiro.

03. ESCOLA ROMÂNTICA – Inicia em 1820, com Evans e Adolf Anderssen seu maior expoente. Sua principal característica é a violência dos ataques diretos ao Rei com todo luxo de sacrifícios, para maior brilhantismo da partida. Toda combinação tem por objetivo a culminação do mate.

04. ESCOLA do DESENVOLVIMENTO – Com o americano Paul Morphy (1857), dá um passo maior para seu aperfeiçoamento. O rápido e eficaz desenvolvimento de forças no jogo com colunas e diagonais abertas deve se impor. É a luta do Tempo e Espaço contra Material, sem dúvida a potência interna brinda cada posição.

05. ESCOLA MODERNA POSICIONAL – Steinitz introduz o jogo de trincheiras. Ele foi capaz de reunir as teorias de Xadrez que deram base a escola moderna. O Rei deixa de ser o primeiro objetivo para converte-se no último.

06. ESCOLA MODERNA CIENTÍFICA – Tarrasch, Discípulo e continuador das teorias Steinitz. Estabelece no jogo de posição uma característica científica. Acumulação de pequenas vantagens, para conseguir uma lenta porém segura vitória.

07. ESCOLA MODERNA PSICOLÓGICA – Paralelamente a Tarrasch, outro propulsor da Escola Posicionista Emanuel Lasker, implantou um jogo do tipo psicológico baseado no estudo do adversário para realizar dentro do jogo de posição, não a jogada melhor, senão aquela jogada ocasional que mais possa incomodar o oponente, com o que conseguiu magníficas vitórias.

08. ESCOLA DA COMBATIVIDADE – Foi Pillsbury (1895) quem impôs o ataque em qualquer posição e a qualquer preço. Depois lhe seguiram Marshall, Spielman, etc. As Partidas desta escola são de violência extrema e a possibilidade de vitória estão sempre “no telhado”.

09. ESCOLA DEFENSIVA – O Grande Mestre húngaro Maroczy (1902) implantou a defesa como arma de combate. Quando a defesa é verdadeiramente eficaz. Não existe ataque que possa rompê-la. Com esta máxima conseguiu muitos triunfos e muitos empates. Entretanto, não teve muitos adeptos, pelo que se pode afirmar que a arte defensiva foi única em Maroczy.

10. ESCOLA DA SIMPLIFICAÇÃO – O Grande Mestre Cubano Capablanca (1911), Foi único neste jogo simples, porém genial. Sua política consistia em provocar trocas de peões ou peças vantajosas, dentro de um jogo diáfano e lógico.

11. ESCOLA NEO-ROMÂNTICA – A Combinação e o ataque conjugados com o jogo de posição deu lugar a esta nova escola cujo cume foi marcado pelo Grande Mestre Russo Alexandre Alekhine. Por regra geral, a combinação não tem por finalidade a produção do mate, senão o ganho material ou a vantagem posicional, e os ataques de dirigem contra pontos débeis do adversário.

12. ESCOLA HIPERMODERNA – As teorias de Breyer (1920) seguidas por Réti e Ninzowitch, puseram sobre o tabuleiro um jogo de Bloqueio caracterizado pelo domínio do Centro sem ocupação, ação indireta, jogo cerrado com manobras internas, bispos atuando desde os flancos (Bispo na casa g2 por exemplo.) e cadeias de peões sobre tensão.

13. Escola POSITIVISTA – Em 1930 Kashdan surpreende com seu jogo sólido e eficaz em que não se arrisca nunca nada. A Escola Posicional chega ao cume em sua inexpugnabilidade, mas criando jogo, destruindo o do adversário.

14. ESCOLA ECLÉTICA – Com a presença dos mestres da antiga União Soviética, capitaneados por Botvinnik nos torneios europeus, depois da segunda guerra mundial. Aprecia-se nas partidas uma nova concepção de jogo, que recompila os melhores ensinamentos de todas as escolas. No Ecletismo, que no Xadrez se explica da mesma forma que nas demais matérias – Todas as idéias práticas das diferentes épocas e de distintos estilos se unem em conjunto heterogêneo , porém harmônico, para abri novos horizontes a Teoria e prol do Jogo.

Vamos, abaixo, reproduzir algumas partidas que demonstram a influência da Escola da época. Procure observar na forma de jogar, de escolher a jogada, de conduzir e levar ao fim desejado traços marcantes de sua época.

ESCOLA ARCAICA.
Lopez de Segura,Ruy x Leonardo,Giovanni da Cutro [C30].
(Gambito do Rei Recusado).
Roma, 1560.

1.e4 e5 2.f4 d6 3.Bc4 c6 4.Cf3 Ag4 5.fxe5 dxe5 6.Axf7+ Rxf7 7.Cxe5+ Re8 8.Dxg4 Cf6 9.De6+ De7 10.Dc8+ Dd8 11.Dxd8+ Rxd8 12.Cf7+ 1–0

ESCOLA CLÁSSICA DE INSTAURAÇÃO.
Bruehl, G. x Philidor, F. [C23] (Defesa Philidor).
Londres, 1783.
1.e4 e5 2.Bc4 c6 3.De2 d6 4.c3 f5 5.d3 Cf6 6.exf5 Bxf5 7.d4 e4
8.Bg5 d5 9.Bb3 Bd6 10.Cd2 Cbd7 11.h3 h6 12.Be3 De7 13.f4 h5 14.c4
a6 15.cxd5 cxd5 16.Df2 O-O 17.Ce2 b5 18.O-O Cb6 19.Cg3 g6 20.Tac1
Cc4 21.Cxf5 gxf5 22.Dg3+ Dg7 23.Dxg7+ Rxg7 24.Bxc4 bxc4 25.g3
Tab8 26.b3 Ba3 27.Tc2 cxb3 28.axb3 Tbc8 29.Txc8 Txc8 30.Ta1 Bb4
31.Txa6 Tc3 32.Rf2 Td3 33.Ta2 Bxd2 34.Txd2 Txb3 35.Tc2 h4 36.Tc7+
Rg6 37.gxh4 Ch5 38.Td7 Cxf4 39.Bxf4 Tf3+ 40.Rg2 Txf4 41.Txd5
Tf3 42.Td8 Td3 43.d5 f4 44.d6 Td2+ 45.Rf1 Rf7 46.h5 e3 47.h6
f3 0-1

ESCOLA ROMÂNTICA.
Rosanes, J. x Aderssen Adolf [C39] (Gambito do Rei Aceito).
Polonia, 1863.
1.e4 e5 2.f4 exf4 3.Cf3 g5 4.h4 g4 5.Ce5 Cf6 6.Bc4 d5 7.exd5
Bd6 8.d4 Ch5 9.Bb5+ c6 10.dxc6 bxc6 11.Cxc6 Cxc6 12.Bxc6+ Rf8
13.Bxa8 Cg3 14.Th2 Bf5 15.Bd5 Rg7 16.Nc3 Re8+ 17.Rf2 Db6 18.Ca4
Da6 19.Cc3 Be5 20.a4 Df1+ 21.Dxf1 Bxd4+ 22.Be3 Txe3 23.Rg1 Te1# 0-1

ESCOLA DO DESENVOLVIMENTO.
Morphy, Paul x Lichtenhein, T. [C36] (Gambito do Rei Aceito).
NY - 1857.
1.e4 e5 2.f4 exf4 3.Cf3 d5 4.exd5 Be7 5.Bb5+ c6 6.dxc6 bxc6 7.Bc4
Bh4+ 8.g3 fxg3 9.O-O gxh2+ 10.Rh1 Bf6 11.Ce5 Ch6 12.d4 Bxe5 13.Dh5
Dxd4 14.Bxf7+ Cxf7 15.Dxf7+ Rd8 16.Bg5+ Bf6 17.Cc3 Bd7 18.Txf6
Rc7 19.Bf4+ Rb7 20.Td6 Dc5 21.Ce4 Dxc2 22.Txd7+ Cxd7 23.Dxd7+
Ra6 24.Cd6 Thd8 25.Db7+ Ra5 26.Bd2+ Dxd2 27.Cc4+ Ra4 28.b3# 1-0

ESCOLA MODERNA POSICIONAL.
Winawer, S. x Steinitz, W. [C60] (Abertura Espanhola)
Londres - 1883.
1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 g6 4.Bxc6 dxc6 5.d3 Bg7 6.Be3 De7 7.Cc3
Be6 8.O-O h6 9.Cd2 g5 10.a3 Cf6 11.f3 Cd7 12.De2 h5 13.Df2 b6
14.Tfe1 c5 15.Tab1 Cb8 16.Cd5 Bxd5 17.exd5 Cd7 18.c4 f6 19.d4
cxd4 20.Bxd4 Df7 21.Be3 h4 22.Ce4 O-O 23.g4 hxg3 24.hxg3 Dg6
25.Dg2 f5 26.Cxg5 f4 27.gxf4 exf4 28.Bf2 Ce5 29.Bh4 Tf5 30.Rf1
Bf6 31.Dc2 Te8 32.Ce6 Cxf3 33.Bxf6 Dg1+ 34.Re2 De3+ 35.Rf1 Cd2+
36.Dxd2 Dxd2 37.Bc3 Dd3+ 38.Rf2 Dg3+ 39.Re2 Th5 40.Rd1 Th2 41.Rc1
Df2 0-1

ESCOLA MODERNA CIENTÍFICA.
Tarrasch, S. x Blackburne, J [C61] (Abertura Espanhola – Def. Bird).
St. Petersburg (Russia) - 1914.
1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 Cd4 4.Cxd4 exd4 5.d3 g6 6.c3 Bg7 7.O-O
Ce7 8.cxd4 Bxd4 9.Cc3 c6 10.Bc4 d6 11.Be3 Bg7 12.Df3 O-O 13.Bb3
Rh8 14.Dg3 Be6 15.Bxe6 fxe6 16.Dh3 e5 17.Bg5 Bf6 18.Bh6 Bg7 19.Bxg7+
Rxg7 20.Tad1 c5 21.Ce2 Cc6 22.f4 De7 23.f5 Cd4 24.Cc3 Dg5 25.fxg6
hxg6 26.Dd7+ Rh6 27.Dxd6 Tad8 28.Dxf8+ Txf8 29.Txf8 Rg7 30.Tf2
Dh5 31.Tdf1 g5 32.h3 Ce6 33.Tf7+ Dxf7 34.Txf7+ Rxf7 35.Cd5 b5
36.Rf2 Cd4 37.Ce3 Re6 38.Re1 a5 39.Rd2 a4 40.Cc2 Cc6 41.Ce1 Cd4
42.Re3 Rf6 43.Cf3 Ce6 44.g3 Cf8 45.Cg1 Cd7 46.Ce2 b4 47.Cg1 Cb6
48.Cf3 c4 49.d4 c3 50.dxe5+ Rg6 51.bxc3 b3 52.axb3 axb3 53.Cd2
b2 54.Rd3 Rf7 55.Rc2 Re6 56.Rxb2 Rxe5 57.Rc2 Cd7 58.Rd3 Cc5+
59.Re3 Ce6 60.Cf3+ Rf6 61.e5+ Rf5 62.Cd4+ Rxe5 63.Cxe6 1-0

ESCOLA MODERNA PSICOLÓGICA.
Lasker,Emanuel - Reti,Richard [C12] (Defesa Francesa).
New York , 1924.
1.e4 e6 2.d4 d5 3.Cc3 Cf6 4.Bg5 Bb4 5.Cge2 dxe4 6.a3 Be7 7.Bxf6 gxf6 8.Cxe4 f5 9.C4c3 Bd7 10.Dd2 Bd6 11.0–0–0 De7 12.Cg3 Dh4 13.De1 Cc6 14.Cxf5 Df4+ 15.Ce3 Cxd4 16.g3 De5 17.Bg2 Cc6 18.f4 Dg7 19.Cb5 0–0 20.Cxd6 cxd6 21.Txd6 Tfd8 22.Dd2 Be8 23.Td1 Tdc8 24.f5 e5 25.f6 Df8 26.Cf5 Rh8 27.Dg5 Tc7 28.Bxc6 Txc6 29.Td8 Tcc8 30.Dg7+ Dxg7 31.fxg7+ Rg8 32.Ce7+ 1–0

ESCOLA DA COMBATIVIDADE.
Levitsky,Stepan M. - Marshall,Frank James [C10] (Defesa Francesa).
DSB–18. Breslau, 1912.
1.e4 e6 2.d4 d5 3.Cc3 c5 4.Cf3 Cc6 5.exd5 exd5 6.Be2 Cf6 7.0–0 Be7 8.Bg5 0–0 9.dxc5 Be6 10.Cd4 Bxc5 11.Cxe6 fxe6 12.Bg4 Dd6 13.Bh3 Tae8 14.Dd2 Bb4 15.Bxf6 Txf6 16.Tad1 Dc5 17.De2 Bxc3 18.bxc3 Dxc3 19.Txd5 Cd4 20.Dh5 Tef8 21.Te5 Th6 22.Dg5 Txh3 23.Tc5 Dg3 0–1

ESCOLA DEFENSIVA.
Mieses,Jacques - Maroczy,Geza [B18] (Defesa Caro Kan).
Monte Carlo, 1902.
1.e4 c6 2.d4 d5 3.Cc3 dxe4 4.Cxe4 Bf5 5.Cg3 Bg6 6.f4 e6 7.Cf3 Cf6 8.Ce5 a6 9.Bc4 Be7 10.0–0 0–0 11.f5 exf5 12.Cxf5 Bxf5 13.Txf5 c5 14.c3 b5 15.Bb3 cxd4 16.cxd4 Db6 17.Bg5 Cc6 18.Rh1 Tad8 19.Bxf6 Bxf6 20.Dh5 Cxe5 21.dxe5 g6 22.Dg4 Bg7 23.Txf7 Txf7 24.Tf1 Rh8 25.Txf7 De3 26.Tf1 Dxe5 27.Bf7 Tf8 28.h4 De7 29.Df4 Txf7 30.Dxf7 Dxh4+ 31.Rg1 Bd4+ 32.Tf2 Dxf2+ 33.Dxf2 Bxf2+ 34.Rxf2 Rg7 35.Rf3 Rf6 36.Rf4 g5+ 37.Re4 h5 38.b4 h4 39.a3 Re6 0–1

ESCOLA DA SIMPLIFICAÇÃO.
Capablanca,José Raul x Fonaroff,Marc (Abertura Espanhola).
New York, partida casual 18.06.1918.
1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 Cf6 4.0–0 d6 5.d4 Bd7 6.Cc3 Be7 7.Te1 exd4 8.Cxd4 Cxd4 9.Dxd4 Bxb5 10.Cxb5 0–0 11.Dc3 c6 12.Cd4 Cd7 13.Cf5 Bf6 14.Dg3 Ce5 15.Bf4 Dc7 16.Tad1 Tad8 17.Txd6 Txd6 18.Bxe5 Td1 19.Txd1 Bxe5 20.Ch6+ Rh8 21.Dxe5 Dxe5 22.Cxf7+ 1–0

ESCOLA NEO-ROMÂNTICA.
Tarrasch,Siegbert - Alekhine,Alexandre [E10] (Contra gambito Blumenfeld)
Bad Pistyan, 1922 (comenta Alekhine)
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cf3 c5 4.d5 b5 5.dxe6 fxe6 6.cxb5 d5 7.e3 Bd6 8.Cc3 0–0 9.Be2 Bb7 10.b3 Cbd7 11.Bb2 De7 12.0–0 Tad8 13.Dc2 e5 14.Tfe1 e4 15.Cd2 Ce5 16.Cd1 Cfg4 17.Bxg4 Cxg4 18.Cf1 Dg5! 19.h3 Ch6 20.Rh1 Cf5 21.Ch2 d4! [21...Ch4? 22.Tg1±] 22.Bc1 [22.exd4 e3! 23.Cxe3 Cxe3 24.fxe3 Dg3 25.Cf1 Txf1+ 26.Txf1 Dh2#] 22...d3 23.Dc4+ Rh8 24.Bb2 Cg3+! 25.Rg1 [25.fxg3 Dxg3–+] 25...Bd5 26.Da4 Ce2+ 27.Rh1 Tf7 28.Da6 h5 29.b6 Cg3+! 30.Rg1 [30.fxg3 Dxg3–+] 30...axb6 31.Dxb6 d2 32.Tf1 Cxf1 33.Cxf1 Be6 34.Rh1 [34.Dc6 Tf3 35.Dxe4 Bd5 36.Da4 Dxg2+! 37.Rxg2 Tg3+ 38.Rh2 Tg2+ 39.Rh1 Th2+ 40.Rg1 Th1# Alekhine] 34...Bxh3! 35.gxh3 Tf3 36.Cg3 h4 37.Bf6 Dxf6 38.Cxe4 Txh3+ 0–1

ESCOLA HIPERMODERNA.
Saemisch, Friedrich x Nimzowitsch, Aaron [E06] (Defesa Índia da Dama].
Copenhagen – Dinamarca - 1923.
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cf3 b6 4.g3 Bb7 5.Bg2 Be7 6.Cc3 O-O 7.O-O
d5 8.Ce5 c6 9.cxd5 ( 9.e4 {!} ) cxd5 10.Bf4 a6 11.Tc1 b5 12.Db3
Cc6 13.Cxc6 Bxc6 14.h3 ( 14.Ne4 {!?} ) Dd7 15.Rh2 Ch5 16.Bd2
f5 17.Dd1 b4 18.Cb1 Bb5 19.Tg1 Bd6 20.e4 {?} fxe4 {!} 21.Dxh5
Txf2 22.Dg5 Taf8 23.Rh1 T8f5 24.De3 Bd3 {!} 25.Rce1 h6 {!!} 26.0-1
(Numa situação de “Perder por ter a vez de jogar”, Se 26.g4 T5f3 {!} e ganham as pretas).


ESCOLA POSITIVISTA.
Reshevsky,Samuel Herman - Fine,Reuben [E02] (Abertura Catalã).
AVRO Holanda, 1938.
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cf3 d5 4.g3 dxc4 5.Da4+ Cbd7 6.Bg2 a6 7.Cc3 Be7 8.Ce5 Tb8 9.Dxc4 b5 10.Db3 Cxe5 11.dxe5 Cd7 12.Bf4 c5 13.0–0 Dc7 14.a4 0–0 15.axb5 axb5 16.Ce4 Bb7 17.Ta7 Db6 18.Tfa1 Ta8 19.Txa8 Txa8 20.Txa8+ Bxa8 21.Dd3 Bc6 22.Cg5 Bxg5 23.Bxg5 Db7 24.f3 h6 25.Be7 c4 26.Dc3 Cxe5 27.Bc5 Cd7 28.Bd4 e5 29.Bxe5 b4 30.Dd4 Cxe5 31.Dxe5 c3 32.b3 Db6+ 33.Rf1 c2 34.Db2 Dc5 35.Dc1 Bd5 36.f4 Bxg2+ 37.Rxg2 Dd5+ 0–1

ESCOLA ECLÉTICA.
Keres,Paul - Botvinnik,Mikhail [E35] (Defesa Ninzoíndia).
Campeonato Absoluto da URSS, Leningrado/Moscou (1), 1941.
1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.Dc2 d5 5.cxd5 exd5 6.Bg5 h6 7.Bh4 c5 8.0–0–0 Bxc3 9.Dxc3 g5 10.Bg3 cxd4 11.Dxd4 Cc6 12.Da4 Bf5 13.e3 Tc8 14.Bd3 Dd7 15.Rb1 Bxd3+ 16.Txd3 Df5 17.e4 Cxe4 18.Ra1 0–0 19.Td1 b5 20.Dxb5 Cd4 21.Dd3 Cc2+ 22.Rb1 Cb4 0–1

TEXTO DE JORGE CHAVES.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIAS:
http://www.xadrezdemestre.kit.net/As%20Escolas%20do%20Xadrez.htm
“Vademecum de Ajedrez” de Júlio Ganzo –Editora Ricardo Aguilera
Partidas do Chessbase.

sexta-feira, 19 de março de 2010

TEXTO 61 - SÍNTESE DA HISTÓRIA DO XADREZ.

Desde o surgimento do xadrez, muitos nomes têm se destacado pela incrível habilidade de raciocínio lógico e análise de jogo. Foram pessoas que se tornaram os melhores jogadores de suas épocas, e até revolucionaram a maneira de jogá-lo.

Embora não houvesse o título de campeão mundial antes de Steinitz, muitos nomes são dignos de receber esse título, por terem sido realmente os melhores do mundo, sendo eles:

1570-1575 Ruy Lopes de Segura (espanhol)
1575-1587 Leonardo da Cutri (italiano)
1622-1634 Giochino Greco (italiano)
1745-1795 François-André Danican Philidor (francês)
1815-1820 Alexandre-Louis-Honoré Deschapelles (francês)
1824-1840 Louis-Charles Mahé La Bourdonnais (francês)
1843-1851 Howard Staunton (inglês)
1851-1858 Adolf Anderssen (alemão)
1858-1862 Paul Morphy (norte-americano)
1862-1866 Anderssen
CAMPEÕES OFICIAIS
1866-1894 Wilhelm Steinitz (austríaco naturalizado norte-americano)
1894-1921 Emanuel Lasker (alemão)
1921-1927 José Raul Capablanca (cubano)
1927-1935 Alexandre Alekhine (russo naturalizado francês)
1935-1937 Max Euwe (holandês)
1937-1946 Alekhine
1946-1948 vago pelo falecimento de Alekhine
1948-1957 Mikhail Botvinnik (russo soviético)
1957-1958 Vassili Smislov (russo soviético)
1958-1960 Botvinnik
1960-1961 Mikhail Thal (letão soviético)
1961-1963 Botvinnik
1963-1969 Tigran Petrossian (armênio soviético)
1969-1972 Bóris Spasski (russo soviético)
1972-1975 Robert J. Fischer (norte-americano)
1975-1985 Anatóli Karpov (soviético)
1985-???? Garry Kasparov (soviético)
No início da Idade Moderna começa o período científico do xadrez, e é justamente nessa época que começam a surgir os grandes nomes do xadrez. O primeiro país a apresentar uma escola própria com grandes enxadristas e teóricos foi a Espanha. De lá surge o primeiro grande nome do xadrez: Ruy Lopes de Segura. Ruy Lopes, autor do grande tratado "Libro de la Invencion Liberal y Arte del Juego de Axedrez" e imortalizado no nome da popular abertura, é considerado do "o verdadeiro fundador da teoria do xadrez". Em 1575,Giovanni Leonardo da Cutri, que já havia sido derrotado por Ruy Lopes, derrota-o em Madri, além de outros notáveis jogadores, no primeiro torneio internacional de mestres.

Nos séculos XVI e XVII, os trabalhos mais notáveis foram dos italianos Gianuzio (1599) e Sílvio (1604 e 1634), e o italiano Giochino Greco (il Calabrese) destaca-se como o melhor jogador de xadrez do século XVII. No século XVIII o enxadrista sírio Filipe Stamma publicou os "Cent fins de parties désespérées" (1735-1745). Stamma foi considerado invencível até aparecer o francês François-André Danican Philidor que o bateu na Inglaterra. Philidor dominou o xadrez mundial por cerca de 50 anos e alcançou extraordinária fama. Sua obra "Analyse du jeu des échecs" deu origem a uma nova escola teórica.

Em 1815, o francês Deschapelles se torna o campeão, sendo sucedido por La Bordonnais, que o derrotou em 1825, e foi considerado o maior jogador do mundo, até falecer em 1840.

O inglês Howard Staunton torna-se campeão mundial em 1843, conservando a hegemonia durante 8 anos. Em 1851 Staunton é derrotado no 1° torneio internacional dos tempos modernos, em Londres, pelo alemão Adolf Anderssen, que vence o torneio e se afirma como novo campeão. Em 1858 surge o genial jogador Paul Morphy, que, com apenas 21 anos, derrota Anderssen e, durante uma brevíssima trajetória, é considerado o mais forte jogador do mundo. Infelizmente, uma depressão mental afasta Morphy prematuramente do xadrez. Anderssen, então, torna a ser considerado o melhor jogador da época (1862), até ser vencido, em 1866, pelo austríaco Wilhelm Steinitz, criador do jogo posicional. É aí que surge definitivamente a escola moderna.

Steinitz conservou-se campeão mundial durante 28 anos. Em 1894 Steinitz é derrotado, em torneio em Nova Iorque, pelo alemão Emanuel Lasker, vitória confirmada em um torneio-desforra, em 1896.

Em 1921, surge o fabuloso mestre cubano José Raul Capablanca, "a máquina de jogar xadrez", que conquista o título de campeão derrotando Lasker num torneio em Havana. Capablanca, um dos maiores jogadores de nossa época, trouxe uma nova forma de jogar xadrez, utilizando-se de estratégias finas e sutis.

Ainda no início do século, após a I Guerra Mundial, florescem idéias revolucionárias no mundo do xadrez. Tem início a escola hipermoderna.

Em 1927, o russo naturalizado francês Alexandre Alekhine conquistou o título mundial em Buenos Aires. Perdeu-o para o holandês Euwe, em 1935, mas em 1937 tornou a recuperá-lo. Talvez Alekhine tenha sido o maior jogador de xadrez de todos os tempos, produzindo, durante a sua carreira, partidas espetaculares.

Em 1948, Botvinnik conquista o campeonato mundial, e dá início a um longo período de domínio soviético sobre o xadrez. Em 1957, Botvinnik perde o título para Smislov, mas recupera-o em 1958. Perde o título outra vez, em 1960, desta vez para Mikhail Tahl, e recupera-o novamente em 1961. Em 1963, Botvinnik perde o título definitivamente, tornando-se campeão Tigran Petrossian.

Em 1969, Bóris Spasski surge como novo campeão. Este vem a perde o título, em 1972, para Robert J. Fischer, também conhecido como Bobby Fischer. Em 1975, Fischer, um dos mais controversos jogadores que já existiu, recusa-se a defender seu título, passando então Karpov, seu desafiante, a ser o novo campeão do mundo. Karpov manteve-se campeão até 1985, quando perdeu para Garry Kasparov o título de campeão mundial de xadrez. Kasparov mantém até hoje o título.

Obs.: Em 11 de maio de 1997, Kasparov foi derrotado, em um torneio de seis partidas, pelo supercomputador da IBM, Deep Blue.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://members.fortunecity.com/denpa/xadrez/gnomesx.html

sábado, 13 de março de 2010

TEXTO 60 - International Solving Contest 2009 - 25/01/2009..

FOTOS 60 A 64.



Foi realizado no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, simultaneamente com outras dezenas de cidades em 30 países, a seção brasileira do International Solving Contest (ISC-2009) promovido pelo Permanent Commission of the FIDE for Chess Compositions (PCCC), órgão da FIDE para o problemismo.

Todos os solucionistas ao redor do mundo tiveram de solucionar os mesmos problemas de xadrez, ao vivo em suas respectivas cidades. No Brasil o evento aconteceu as 8h da manhã do dia 25 de janeiro de 2009 (domingo, sincronizadamente com os demais países).

Os problemas tiveram de ser solucionados em até 4 horas (duas seções de 2 horas cada) e os participantes foram distribuídos em duas categorias: "Experientes" e "Iniciantes". A participação na categoria 1 ("Experientes") tem especial importância por permitir a obtenção de rating internacional de solucionismo. Nosso objetivo é, no futuro próximo, formar um grupo de, pelo menos, 5 jogadores rankeados para que possamos realizar torneios oficiais aqui mesmo (beneficiando também os países vizinhos do Cone Sul, que poderão participar e formar seus próprios solucionistas).

Esta foi a 3ª participação do Brasil no ISC (realizado anualmente desde 2005) sempre no Rio de Janeiro. Desta vez, contudo, tivemos a participação inédita de Belo Horizonte com apoio da Casa do Xadrez. No Rio de Janeiro a prova foi realizada no belíssimo salão do Tijuca Tênis Clube. Desta forma, todos os participantes contaram com instalações confortáveis e muito bem equipadas proporcionando as melhores condições de competição.


Foi realizado no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, simultaneamente com outras dezenas de cidades em 30 países, a seção brasileira do International Solving Contest (ISC-2009) promovido pelo Permanent Commission of the FIDE for Chess Compositions (PCCC), órgão da FIDE para o problemismo.

Todos os solucionistas ao redor do mundo tiveram de solucionar os mesmos problemas de xadrez, ao vivo em suas respectivas cidades. No Brasil o evento aconteceu as 8h da manhã do dia 25 de janeiro de 2009 (domingo, sincronizadamente com os demais países).

Os problemas tiveram de ser solucionados em até 4 horas (duas seções de 2 horas cada) e os participantes foram distribuídos em duas categorias: "Experientes" e "Iniciantes". A participação na categoria 1 ("Experientes") tem especial importância por permitir a obtenção de rating internacional de solucionismo. Nosso objetivo é, no futuro próximo, formar um grupo de, pelo menos, 5 jogadores rankeados para que possamos realizar torneios oficiais aqui mesmo (beneficiando também os países vizinhos do Cone Sul, que poderão participar e formar seus próprios solucionistas).

Esta foi a 3ª participação do Brasil no ISC (realizado anualmente desde 2005) sempre no Rio de Janeiro. Desta vez, contudo, tivemos a participação inédita de Belo Horizonte com apoio da Casa do Xadrez. No Rio de Janeiro a prova foi realizada no belíssimo salão do Tijuca Tênis Clube. Desta forma, todos os participantes contaram com instalações confortáveis e muito bem equipadas proporcionando as melhores condições de competição.





A arbitragem foi de Ricardo Vieira (RJ) e Luciane Sepúlveda (BH). Aproveito para agradecer imensamente aos diretores Julio Lapertosa (Casa do Xadrez) e Reynaldo Velloso (Tijuca Tênis Clube) por disponibilizar as salas de xadrez e toda infraestrutura.

A pontuação dos participantes será publicada assim que o árbitro terminar a consolidação das planilhas.

Fotos: (acima) Visão geral do salão do Tijuca Tênis Clube durante o intervalo entre as seções. Na foto ao lado, Eric Bacconi que veio de São Paulo especialmente para participar do ISC.






Eu pessoalmente (e também em nome da UBP) agradeço e registro a cordialidade e o fair play com que todos os participantes conduziram esta competição. Espero que surjam inúmeras oportunidades no futuro para que possamos retribuír.



Roberto Stelling e Sérgio Milward juntos: 7 títulos brasileiros.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.oproblemista.com.br/isc2009/isc2009.htm

TEXTO 59 - MAROCZY CHADREZ CLUBE.

FOTOS 51 A 59.

GEZA MAROCZY.

Like a maioria das pessoas eu tenho um monte de coisas diferentes na minha vida. I was a Catholic for two days when the local church needed somebody to conduct a charity auction. Eu era um católico durante dois dias, quando a igreja local precisava de alguém para realizar um leilão de caridade. They couldn't allow a non-Catholic to do the job so they declared me an honorary member for the weekend. Eles não poderiam permitir que um não-católico para fazer o trabalho para que eles me declarou um membro honorário para o fim de semana.

A nd for a couple of years I was a Hungarian; but more of that later. A Key para um par de anos eu era um húngaro, mas mais do que tarde.

T he Maroczy Chess Club was a Hungarian club operating from several locations in or near the Sydney CBD. T ele Maroczy Xadrez Clube foi um clube húngaro operacional em vários locais dentro ou perto do Sydney CBD. In the 1960s they were at Newtown, an inner suburb, before moving to premises in George Street, near Central Railway Station. Na década de 1960 estavam em Newtown, um subúrbio interior, antes de mudar para instalações em George Street, perto da Estação Ferroviária Central. When the building was demolished to make way for a more modern structure they sought and gained support from the Phoenician Club, near Sydney Town Hall. Quando o prédio foi demolido para dar lugar a uma estrutura mais moderna que procurou e obteve apoio do Clube fenício, perto de Sydney Town Hall. When the Phoenician Club relocated to Broadway, a couple of kilometres to the south, Maroczys went with them. Quando o Clube fenício mudou a Broadway, alguns quilómetros a sul, Maroczys foi com eles. As far as I can tell it was from this location that they finally disbanded. Tanto quanto eu posso dizer que foi a partir deste local que finalmente acabou.

T he members were an interesting group. T ele eram membros de um grupo interessante. Many of them had escaped Hungary during the 1956 Uprising. My old friend, Steve Kaiser, himself led a group of people out through the marshes and into Austria. Muitos deles tinham escapado Hungria durante a Revolta de 1956. Meu velho amigo, Steve Kaiser, ele liderou um grupo de pessoas para fora através dos pântanos e na Áustria.


Geza Maroczy Geza Maroczy
T hat was the year the Olympic Games were held in Melbourne and when the Hungarian team raised the revolutionary flag their Soviet conquerors replaced it with their own version, which was soon defaced by angry competitors. Chapéu T foi o ano dos Jogos Olímpicos foram realizados em Melbourne e quando o time húngaro levantou a bandeira revolucionária seus conquistadores Soviética substituiu-o com sua própria versão, que foi rapidamente apagado pelos concorrentes irritado. This set the scene for one of the most famous, and most brutal, water polo matches in history. Isto criou o cenário para um dos mais famosos e mais brutal, pólo aquático partidas na história. It was reported in newspapers across the world under the headline, "Blood in the Pool" . Foi noticiado em jornais de todo o mundo, sob a manchete, "Blood in the Pool". Hungary were victorious and went on to win the gold medal. Hungria foram vitoriosos e passou a ganhar a medalha de ouro.

S ydney's Maroczy Chess Club took it's name from Geza Maroczy (1870-1951) who, in his heyday, was one of the world's strongest chess players. Maroczy S YDNEY de Xadrez Clube tomou o seu nome Maroczy Geza (1870-1951) que, em seu apogeu, foi um dos jogadores mais fortes do mundo de xadrez. So marked was his contribution to the game that his name lives on in an opening variation, the Maroczy Bind (pawns on c4 and e4), in the Sicilian Defence. Assim foi marcada a sua contribuição para o The Game, que vive seu nome em uma variação de abertura, o Bind Maroczy (peões em c4 e e4), na Defesa Siciliana. In more recent years other great Hungarian players have been prominent on the world stage, especially Lajos Portisch who visited Australia in 1971 and Peter Leko who has this week qualified for the final round of the World Championship to be played in Mexico in 2008. Em anos mais recentes de outros grandes jogadores húngaros têm se destacado no cenário mundial, especialmente Lajos Portisch que visitou a Austrália em 1971 e Peter Leko que esta semana se classificou para a fase final do Campeonato do Mundo para ser jogado no México, em 2008.

A nd let's not forget the amazing Polgar sisters: Judit, Susan and Sophie—the most extraordinary chess family on the planet. A ND não vamos esquecer das irmãs Polgar surpreendente: Judit, Susan e Sophie-família xadrez mais extraordinárias do planeta. Judit is the strongest woman of all time, having been rated among the top ten men and who barely failed to win a place in Mexico. Judit é a mulher mais forte de todos os tempos, tendo sido classificado entre os dez homens e que quase não conseguiu ganhar um lugar no México. Susan (formerly Zsuzsa) for years dominated women's chess. Susan (ex Zsuzsa) para os anos dominou o xadrez feminino. Sophia is the lesser of the three, perhaps not through lack of ability but rather a diversity of interests. Sophia é o menor dos três, talvez não por falta de capacidade, mas sim uma diversidade de interesses. The Polgars broke Soviet domination of women's chess and won the gold for Hungary at the 1988 Chess Olympiad. O Polgars quebrou o domínio soviético do xadrez feminino e ganhou o ouro para a Hungria na Olimpíada de Xadrez 1988.




Maroczy Chess Club Members
Rear: Unidentified, Lajos Szucs, Unidentified, Eric Maizer, Unidentified, Peter Lipthay. Traseira: Unidentified, Lajos Szücs, não identificado, Eric Maizer, não identificado, Peter Lipthay.
Front: Jozsef Endroedi, Gyula (Joe) Hommonay (club captain), Zoltan Bodolai, Ildoko Lipthay, Frente: Jozsef Endroedi, Gyula (Joe) Hommonay (capitão do time), Zoltan Bodolai, Ildoko Lipthay,
Sandor Lipthay, Geza Loja, Unidentified. Sandor Lipthay, Geza Loja, não identificado.

Maroczys em 1971 como um iniciante e foi imediatamente feito para se sentir confortável. Steve Kaiser even sat down with pencil and paper and showed me how to pronounce Hungarian (Magyar) names so that it would be easier for me to speak to people. Steve Kaiser mesmo sentou-se com lápis e papel e me mostrou como pronunciá-Húngaro (Magyar) os nomes de modo que seria mais fácil para mim falar com as pessoas. It helped a lot. Ajudou muito.

T he atmosphere at the club was old-world and well-mannered, and there was a feeling of family about the place. T atmosfera ele no clube era velho mundo e bem-educado, e havia um sentimento de família sobre o local. Modern chess clubs can certainly be friendly places, and most probably welcome their new members, but there was a charm about Maroczys that we don't see any more. Clubes de xadrez moderno pode certamente ser lugares amigável, e muito provavelmente boas vindas aos seus novos membros, mas havia um encanto sobre Maroczys que não vemos mais nada. I'm grateful to more than a few men who spent time honing my skills. Sou grato a mais do que uns poucos homens que gastou tempo aprimorando minhas habilidades.

S ome of the women-folk came but didn't play chess. S ome das mulheres-folk veio, mas não jogar xadrez. For them it was a social evening chatting to friends. Para eles era uma noite social conversando com amigos. Tea or coffee and biscuits were provided, but were usually taken at the board. Chá ou café e biscoitos foram fornecidos, mas eram geralmente tomadas no conselho.

I n 1968 Maroczys visited Melbourne to play a match against the Budapest Chess Club. I n 1968 Maroczys visitou Melbourne para jogar uma partida contra o Clube de Xadrez de Budapeste. The following year Melbourne visited Sydney for a return match. No ano seguinte, visitou Melbourne Sydney para um jogo de volta. Most of the photographs on this web page came from those matches. A maioria das fotografias nesta página web veio esses jogos.




PLAYRS - Maroczy vs Budapest, outubro de 1968.


PENNARTS.
Maroczy e bandeirolas clube Budapeste
They are held by Mrs Bogdan and Ildoko Lipthay Eles são mantidos pela Deputada Bogdan e Ildoko Lipthay


TROPHY - Laszlo Bogdan e Dr. Geza Gallo com o troféu da competição.



SCORE CARD.

Jogo de volta, ele foi jogado em Sydney em 1969 e novamente Maroczy venceu, desta vez por 18-12.

Maroczy vs Budapest – Sydney, 1969 Maroczy vs Budapest - Sydney, 1969
Budapest Budapeste Maroczy Maroczy Score Pontuação Maroczy Maroczy Budapest Budapeste Score Pontuação
Kovacs Kovacs Hidas Hidas 0-1 0-1 Hidas Hidas Kovacs Kovacs ½-½ ½ - ½
Haller Haller Fauer Fauer 0-1 0-1 Lengyel Lengyel Haller Haller 1-0 1-0
Horvath Horvath Davidovici Davidovici ½-½ ½ - ½ Davidovici Davidovici Horvath Horvath 1-0 1-0
Miskolosi Miskolosi Loja Loja 0-1 0-1 Loja Loja Miskolosi Miskolosi 1-0 1-0
Ficker Ficker Martyin Martyin 0-1 0-1 Martyin Martyin Ficker Ficker 0-1 0-1
Pal Pal Bogdan Bogdan 1-0 1-0 Bodolai Bodolai Pal Pal ½-½ ½ - ½
Kozma Kozma Bodelai Bodelai 1-0 1-0 Veres Veres Kozma Kozma 1-0 1-0
Klapacz Klapacz Gerley Gerley 0-1 0-1 Bogdan Bogdan Klepacz Klepacz 1-0 1-0
Miller Miller Maizer Maizer 0-1 0-1 Maizer Maizer Miller Miller 0-1 0-1
Schmith Schmith Kulcsar Kulcsar 1-0 1-0 Lipthay, S. Lipthay, S. Schmith Schmith 0-1 0-1
Kallai Calai Maczek Maczek 0-1 0-1 Lipthay, P. Lipthay, P. Kallai Calai 0-1 0-1
Gallo Gallo Endroedi Endroedi 0-1 0-1 Kaiser Kaiser Gallo Gallo 1-0 1-0
Millerne Millerne Tamas Tamas 1-0 1-0 Gerley Gerley Millerne Millerne 0-1 0-1
Hangayne Hangayne Gunther, G Gunther, G 0-1 0-1 Hober Hober Hangayne Hangayne 1-0 1-0
Kun Kun Gunther, E Gunther, E 1-0 1-0 Gunther, E Gunther, E Kun Kun 0-1 0-1

Total Total 5½-9½ 5 ½ -9 ½ Total Total 8½-6½ 8 ½ -6 ½




Dinner.

Round 2: Sydney Jantar
Joe Endroedy, in whose Grade Match team I was to play, is at the top left next to Mrs. Bogdan. Joe Endroedy, em cuja equipa de Match Grau I foi para jogar, está na parte superior esquerda ao lado da Sra. Bogdan.
T ele imagem à direita mostra o troféu de 1969 na forma de um grande cavaleiro realizada pelo Dr. Geza Gallo (Budapeste) e Zoltan Dr Bodolai (Maroczy). Come to think of it, that's a horse being held by two doctors, and neither one a vet! Venha para pensar sobre ele, que é um cavalo que está sendo realizada por dois médicos, e nem um um vet! I wonder if that makes them a pair-o-dox? Pergunto-me se isso faz deles um par-o-dox?

D ifferent countries have different names for the chess pieces, but at least everybody agrees on how they move. D IFERENTES países têm nomes diferentes para as peças de xadrez, mas pelo menos todos concordam sobre a forma como eles se movem. In English-speaking countries we have a knight, to the Germans he is der springer which seems very appropriate; but to the Hungarians he is a hussar. Em países de língua Inglês, temos um cavaleiro, para os alemães é que ele der Springer, que parece muito adequado, mas para os húngaros, ele é um Hussar. To me that brings up images of cavalry charges and feats of derring do. Para mim, que traz imagens das cargas de cavalaria e feitos de bravura fazer. It's a romantic image, but didn't help much when I tried to decipher the hand-written score sheets and found that the pieces had different names, and so, different notation. É uma imagem romântica, mas não ajudou muito quando eu tentava decifrar a escrita à mão folhas de pontuação e descobriu que as peças tinham nomes diferentes, e assim, a notação diferente. You can find them listed HERE . Você pode encontrá-los listados AQUI.

T here were many talented members but, unfortunately, some found their qualifications were not recognised in Australia. T aqui foram muitos membros talentosos, mas, infelizmente, alguns encontraram as suas qualificações não foram reconhecidos na Austrália. Steve Kaiser had a degree in forestry but in Sydney was forced to work in a menial public service job. Steve Kaiser tinha uma licenciatura em silvicultura em Sydney, mas foi forçada a trabalhar em um emprego subalterno de serviço público. It's where he and I met and he became my chess mentor. É onde ele e eu nos encontramos e ele se tornou meu mentor de xadrez. Steve won the City of Sydney minor tournament about 1970. Steve venceu a cidade de Sydney torneio menor sobre 1970. A different rating system was used in those days, but it was equivalent to the Under 1600 tournaments we have today. Um sistema de avaliação diferente foi usado naqueles dias, mas foi equivalente a 1600 Nos torneios que temos hoje. And unlike today those tournaments were hotly contested. Bobby Fischer was making headlines in newspapers across the world as he carved his way through the opposition en route to the World Title in 1972 and chess was booming in Australia so the fields were big and the competition strong. E ao contrário de hoje, esses torneios foram muito disputado. Bobby Fischer estava a fazer manchetes em jornais de todo o mundo como ele esculpiu o seu caminho através da oposição a caminho do título mundial em 1972 e xadrez foi crescendo na Austrália para os campos eram grandes e à forte concorrência . Steve returned to Hungary for a visit after his retirement and, unfortunately, died there. Steve retornou à Hungria, para uma visita após sua aposentadoria e, infelizmente, morreu ali. Perhaps he'd have preferred it that way. Talvez ele teria preferido que dessa forma.

G eza Loja was a professional photographer and captained the A-team in the New South Wales Interclub Grade Match competition. G eza Loja era um fotógrafo profissional e capitão da A-team na Nova Gales do Sul Interclub Votação concorrência Match. He took most of the photographs at the club and probably took most of those shown on this page. Ele levou a maioria das fotografias no clube e, provavelmente, levou a maioria das pessoas mostradas nesta página. Since he appears in a couple of them it's likely that Laszlo Bogdan took those since he is notably absent. Uma vez que ele aparece em um par deles, é provável que Laszlo Bogdan tomou aquelas já que ele é notoriamente ausente. Loja (it's pronounced Lawyer ) was a fighter pilot in the Hungarian Air Force during World War II. Loja (é pronunciado advogado) foi um piloto de caça da Força Aérea húngara durante a II Guerra Mundial. During the 1970s an Australian aviation magazine ran a story about him being shot down in a dogfight. Durante os anos 1970 uma revista de aviação brasileiro publicou uma reportagem sobre ele ser derrubado em um duelo. Not only was his plane damaged and Loja badly wounded, but still he managed to land before losing consciousness. Não só foi o seu avião danificado e Loja gravemente ferido, mas ele ainda conseguiu pousar antes de perder a consciência. It was hard to imagine this gentle, thoughtful person being involved in the brutalality of war. Era difícil imaginar que essa pessoa, gentil e pensativo estar envolvido na brutalality de guerra.




Hussar.

Eu sabia que estava começando a pegar o jeito de The Game a primeira vez que ganhou contra o Dr. Zoltan Bodelai. I trapped his queen and he looked across the board in silence for a moment then said in his delightful accent, "You are despicable!" Eu preso a sua rainha e ele olhou através da placa em silêncio por um momento e depois disse com seu sotaque delicioso, "Você é desprezível!" I loved it. Eu adorava. Bodelai was another who was under-employed in Australia. Bodelai foi outro que foi sub-empregadas na Austrália. He had a PhD (in history, I think) from Budapest University but worked here as a high school teacher. Ele tinha um doutoramento (na história, eu acho) da Universidade de Budapeste, mas trabalhava como professor do ensino médio. He wrote a number of books about his beloved Hungary including The Timeless Nation . Ele escreveu vários livros sobre sua amada Hungria, incluindo The Nation Timeless.

A t o início desta história Eu disse que tinha sido um húngaro para um par de anos. It happened like this: Aconteceu assim:

J oe Endroedy invited me to play in his B-Reserve team (probably equivalent to today's Under 1400s) and I played very badly. Œ Endroedy me convidou para jogar na sua equipa B Reserve (provavelmente equivalente à de hoje Nos anos 1400) e joguei muito mal. It was to be expected; I was a beginner. Era de se esperar, eu era um novato. I appreciated Joe taking me on. Apreciei Joe me levando por diante.

B y 1972 I was getting better and that year Parramatta won the western division, St. George won the south, and Maroczys won the east. B y 1972 eu estava ficando melhor e que ganhou o ano Parramatta Divisão Oeste, São Jorge venceu o sul, e Maroczys ganhou o leste. That meant a three way play off to see who would be the champions. Isso significou uma maneira três play off para ver quem seria o campeão. At the end of this stage Parramatta had been eliminated but we had the same points as St. George so another play off was needed. No final desta fase Parramatta haviam sido eliminados, mas tínhamos os mesmos pontos como São Jorge assim que um outro play off era necessário.

I n the final match the score was 2-2 with only my game remaining. N o último jogo o placar estava 2-2, com apenas o meu jogo restante. (There were five players to a team away back then.) I was playing a guy named Col Burnes who is still a member at St. George. (Havia cinco jogadores para um time de fora na época.) Eu estava jogando um cara chamado Col Burnes que ainda é um membro de St. George. Col had beaten me at our four previous encounters. Col me tinha batido em nossas quatro encontros anteriores.

A s play went on it was obvious that he was going to win this one too. A s o jogo continuou, era óbvio que ele ia ganhar um presente também. To make it worse, all the other players were clustered around the board and would view my humiliation; so I tried a swindle. Para piorar, todos os outros jogadores foram agrupados em torno da placa e iria ver minha humilhação, por isso tentei um embuste. (In chess, a swindle is an unsound combination. It usually involves some kind of sacrifice. If your opponent accepts the offered material there is a sting in the tail that can turn a game around.) I pushed a pawn, allowing Col to capture a piece, but he couldn't get his defenders back in time to stop the pawn queening, and the game was mine. (No xadrez, uma fraude é uma combinação doentio. Ele geralmente envolve algum tipo de sacrifício. Se o seu adversário aceita o material oferecido há um ferrão na cauda, que pode girar em torno de um jogo.) Eu empurrei um peão, permitindo capturar Col uma peça, mas não conseguiu obter seus defensores para trás no tempo para parar o queening peão, e The Game era meu.

T here was much celebration, we drank lots of Tokaji and I was declared a blood brother. T aqui foi muita celebração, bebemos muita Tokaji e foi declarado um irmão de sangue. Next day at work Steve Kaiser gave me a copy of the "Selected Games of Mikhail Tal " by the Hungarian chess master, Jozsef Hajtun to commemorate the victory. No dia seguinte, no trabalho de Steve Kaiser me deu uma cópia dos Jogos ", selecionados de Mikhail Tal" pelo enxadrista húngaro, Jozsef Hajtun para comemorar a vitória.

T oday there are few members of the Maroczy Chess Club still playing. T membros oday há poucos do Clube de Xadrez Maroczy ainda a tocar. Many have passed on, others have not been playing tournaments but may be playing socially or on the Internet. Muitos têm repercutido, outros não foram jogar torneios, mas podem estar jogando social ou na Internet. The only three former members who are still regular tournament players are Ian Dickson of Newcastle, Karl Art of Sydney, and myself. A apenas três ex-membros que ainda são jogadores de torneios regulares são Ian Dickson, do Newcastle, Karl Arte de Sydney, e para mim.




Lajos Szücs vs Geza Gallo

Sou grato a Lajos Szücs (aka John Stevenson) pelas as fotografias e muitas informações do nesta história. Eu era um membro do Clube de Xadrez Maroczy durante o
1960 e agora, joga xadrez só no site de Internet Yahoo, onde ele usa o pseudônimo,
Maroczy. Maroczy.

Toca sua história apenas à margem da Maroczys e seus membros. Although I was made welcome, much of the conversation was, naturally, in Hungarian; so I didn't get to know many people as well as I would have liked. Embora eu estivesse bem vindo, boa parte da conversa foi, naturalmente, em húngaro, por isso eu não conhecer muitas pessoas assim como eu teria gostado.

I f any reader has information about the Maroczy Chess Club or its former members, please Email me by clicking this link: I f qualquer leitor tem informações sobre o Clube de Xadrez Maroczy ou seus ex-membros, por favor me clicando neste link:



PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://users.tpg.com.au/adslpu7j/chess/maroczy.html

TEXTO 58 - - GM ANDRÉ DIAMANT - PARABÉNS AO MAIS NOVO GRANDE MESTRE BRASILEIRO!!!


FOTO 50.

O ENXADRISTA ANDRÉ DIAMANT É O MAIS NOVO GRANDE MESTRE DE XADREZ BRASILEIRO, ALCANÇANDO SUA TERCEIRA NORMA E RATING, NO EVENTO REALIZADO NA ARGENTINA, O MAGISTRAL INTERNACIONAL PARTIDO DE LA COSTA 2009, REALIZADO EM MAR DE AJO ENTRE OS DIAS 23 E 31 DE MARÇO (CONFORME POSTAGEM DE NUMERO 333 DESTE BLOG). DIAMANT CONQUISTOU SUA NORMA FAZENDO 6,5 PTS NESTA COMPETIÇÃO, SUA ÚLTIMA PARTIDA FOI CONTRA O ARGENTINO RAUL CLAVEREI, VENCENDO O HERMANO E CHEGANDO NA POSIÇÃO DE VICE-CAMPEÃO DA COMPETIÇÃO. O OUTRO BRASILEIRO NA COMPETIÇÃO, FOI HERMAM VAN RIEMSDIJK QUE ACABOU COM 2,5 PTS E EM 9 LUGAR.
ANDRÉ DIAMANTE TAMBEM É O ATUAL CAMPEÃO BRASILEIRO ABSOLUTO, TITULO OBTIDO RECENTEMENTE NO RIO GRANDE DO SUL, ENTRE OS MAIORES NOMES DO XADREZ NACIONAL, TAIS COMO: GM DARCY LIMA, GM GILBERTO MILOS, GM RAFAEL LEITÃO, GM ALEXANDRE FIER E ETC...
NA FINAL DE RATING MAIS ALTO DA HISTÓRIA DO XADREZ BRASILEIRO DA ERA MODERNA, DESPONTOU O TALENTO DO ATÉ ENTÃO MI DE APENAS 18 ANOS, QUE SUPEROU O CAMPEÃO GM GIOVANNI VESCOVI POR APENAS MEIO PONTO.
PARABENS AO JOVEM ANDRÉ DIAMANT POR ALCANÇAR O TÍTULO MÁXIMO DO XADREZ MUNDIAL, O DE GRANDE MESTRE!!!

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIAS:
http://xadrezvencedor.blogspot.com/2009/04/434-gm-andre-diamant-parabens-ao-mais.html
http://aladerei.e-xadrez.com/2009/04/06/andre-diamant-de-19-anos-e-o-mais-recente-gm-brasileiro/

TEXTO 57 - CARTA ABERTA DO GM ANDRÉ DIAMANT.

A pedido do Grande Mestre André Diamant e para dar à comunidade enxadrística todas as versões do fato, postamos abaixo carta aberta de Diamant, publicada originalmente no Blog do Krikor, sobre o ocorrido entre André e o Grande Mestre Giovanni Vescovi na última rodada do Torneio Festa da Uva 2010, em Caxias do Sul.

Segue, também, um vídeo do ocorrido e o link para a postagem do GM Giovanni Vescovi em que o mesmo narra os fatos pelo seu ponto de vista.

Que cada um possa ler e tirar a sua própria conclusão.


************************************************
São Paulo, 11 de Março de 2010.

Prezados enxadristas,

Quero levar ao conhecimento de todos a minha versão do que aconteceu no Armageddon (desempate do ponto, após empate na partida pensada), ocorrido pela 9ª rodada do XI Aberto Festa da Uva, no último dia 7 de março, disputado entre o GM Giovanni Vescovi e eu.

Os últimos minutos da partida foram gravados em vídeo e está publicado aqui no blog do Krikor (http://krikorsm.blogspot.com). O vídeo começa com Dh4 quando estou melhor. Logo em seguida resolvi simplificar, já que meu adversário estava muito comprometido no tempo. Para mim, era claro que a vitória viria quando chegamos ao final de Damas.

Como pode ser visto no vídeo, em nenhum momento meu adversário reclama da maneira como eu jogo. Não há imagens minhas derrubando as peças ou deixando-as no meio das casas, e muito menos tenho tempo para analisar a posição durante o ajuste do relógio, como sugerido em seu blog (http://espnbrasil.terra.com.br/giovannivescovi).

Gostaria também de deixar claro que, de acordo com as regras da FIDE, em partidas relâmpago o jogador não pode exigir empate em posição nenhuma (nesse caso, o empate era favorável a ele, pois estávamos no Armageddon, e Vescovi tinha pretas) e que o árbitro que acompanhava a partida não declarou empate quando solicitado. Giovanni, que reconhece a existência da regra em seu blog, certamente também não me concederia o empate se estivesse na minha situação.

Na minha opinião, meu adversário, ao ver sua seta bem perto de cair, em atitude de desespero, parou a partida, pegou o relógio e começou a intimidar os árbitros para trocá-lo, alegando que o mesmo (utilizado na partida pensada e até ali no Armageddon) estava com defeito. Vale relembrar que, um jogador como ele, com 24 anos de experiência nacional e internacional em torneios de alto nível, sabe o quão proibido é parar e pegar o relógio com a mão, especialmente durante um apuro de tempo sem acréscimo.

Eu, muito surpreso, não tive atitude para confrontar meu adversário, e o relógio foi de fato trocado pela arbitragem, por outro analógico. O critério utilizado para ajustar o tempo, o “olhômetro”, provavelmente me custou alguns segundos que foram perdidos quando o relógio estava nas mãos do meu adversário. No fim, eu que tinha boa vantagem de tempo acabei perdendo poucos lances mais tarde.

No entanto, em seu post, uma questão não foi esclarecida. Já que jogamos a partida pensada toda e o Armageddon até ali com o dito relógio, por que justo aquele momento de tensão e desvantagem foi o escolhido para questionar o funcionamento do relógio e trocá-lo? Na velocidade em que estávamos jogando, considero virtualmente impossível perceber que o relógio estava sem corda, ou, de fato, com defeito.

GM André Diamant


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Do blog do GM Giovanni Vescovi:

(...)

Na última rodada errei na abertura mas me defendi bem contra Andre Diamant e tivemos que disputar um tumultuado desempate.

Armaggedon

No calor da disputa ninguém se deu ao trabalho de pedir à organização um jogo de peças mais pesado e um relógio digital e isso foi um problema que comprometeu a justiça do resultado. As peças escorregavam muito e em um par de ocasiões tive que pedir ao adversário que as ajeitasse. Mas o problema crucial foi relativo ao relógio: a certa altura o relógio das brancas (Diamant) parou de andar.

Reclamei ao árbitro, deu-se corda no relógio rapidamente (afinal era um relâmpago e meu adversário ganhava segundos preciosos para pensar na sua jogada seguinte) e a partida continuou. Instantes mais tarde, já num final empatado de dama e dois peões para cada lado, novamente o relógio de meu adversário deixa de correr. Indignado e sem outras opções, exigi a troca do relógio. Agora o protesto vinha de meu adversário: como trocar o relógio a essa altura, e ainda mais como saber exatamente quantos segundos restavam para cada lado? Já não se falava mais em xadrez, e era evidente que as brancas utilizariam o regulamente e jogariam a dama para lá e para cá até fazer a seta das pretas cair.

Trocado o relógio a partida continuou com as brancas tendo pouco mais de meio minuto e as pretas por volta de 15 segundos. Para confundir meu adversário resolvi entregar um peão, o que curiosamente acabou sendo bom, pois a dama branca ficou mal posicionada e as pretas passaram a dar xeque perpétuo. Mas isso pouco importava, afinal não se pode reclamar as regras de empate em relâmpago (embora a leitura do Apendice das Leis do Xadrez no Handbook da FIDE não seja clara). De todo modo, ganharia quem fosse mais rápido no gatilho, e por estar com o relógio à minha direita acabei sendo eu.

Essa tremenda confusão deixou ambos os jogadores com uma terrível sensação de injustiça: quanto tempo o relógio deixou de funcionar, quanto tempo a mais para refletir meu adversário teve nas duas interrupções, será que nenhum dos lados foi prejudicado ou favorecido na troca do relógio? São perguntas sem respostas. A tecnologia veio para ajudar, e nada disso teria acontecido com um bom relógio digital. Mas pelo menos o público se divertiu...


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Registro em vídeo com o início do ocorrido:


PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.vidaemminiatura.blogspot.com/

TEXTO 56 - Chernyshov vence Open de Moscou.

Hoje (06.02.2010) foi jogada a nona e última rodada do Aberto de Moscou, e a grande surpresa foi a vitória de Konstantin Chernyshov (2556) – um GM relativamente desconhecido – graças ao melhor sistema de desempate. Quatro jogadores dividiram a primeira colocação com 7 pontos em 9: Chernyshov, Bareev, Le Quang Liem e Inarkiev. Curiosamente o sistema de desempate foi o número de vitórias ao invés dos costumeiros Bucholz ou Escore progressivo. Se por um lado é interessante, pois favorece aquele jogador que arriscou mais, por outro lado permite algumas distorções como essa, afinal a performance do campeão foi 100 pontos inferior a dos outros jogadores que fizeram a mesma pontuação.

Com vitórias nas três últimas rodadas terminei com 6 pontos, o que não foi o suficiente para manter o rating, mas o mais importante foi ter jogado boas partidas e agora estar um pouco mais aquecido para o Aeroflot Open, que começa depois de amanhã. Nestas últimas partidas controlei melhor o tempo (que era de 1h30 KO com acréscimo), e calculei relativamente bem nas posições complexas. Uma partida interessante foi a vitória contra o GM Igor Naumkin, pela oitava rodada.


FOTO 49 - GIOVANNI VESCOVI, NA RÚSSIA.

Algumas pessoas já se adiantaram e postaram comentários positivos sobre a partida, então aproveito e deixo-a abaixo.

Naumkin – Vescovi
Moscou, 06.02.2010

1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cf3 b6 4.g3 Bb7 5.Bg2 Be7 6.Cc3 Ce4 7.Bd2 Bf6 8.0-0 0-0 9.Tc1 c5 10.d5 exd5 11.cxd5 Cxd2 12.Cxd2 d6 13.Cde4 Be5 14.Dd2 Ba6 15.f4 Bd4 16.Rh1 De7 17.Tfe1 g6 18.e3 Bg7 19.g4 Cd7 20.g5 h6 21.h4 b5 22.a3 Tac8 23.Bf3 Cb6 24.b3 Bb7 25.gxh6 Bxh6 26.Cg5 Tfe8 27.e4 b4 28.axb4 c4! 29.bxc4 Txc4 30.e5 dxe5! 31.Txe5 Dxe5! 32.fxe5 Txh4 33.Rg1 Txe5 34.Df2 Txg5 35.Rf1 Tf4 36.Ce2 Ba6 37.Re1 Bxe2 38.Rxe2 Te5 39.Rd1 Txd5 40.Re1 Txf3 e as brancas abandonaram – a dama não resiste contra torre, duas peças e dois peões pretos.

TEXTO 55 - BALANÇO DOS TORNEIOS NA RÚSSIA.

Após três semanas num freezer a céu aberto, aproveitei (Giovanni Vescovi) os primeiros dias desde minha volta ao Brasil para ficar com a família, rever amigos, curtir um pouco o calor, tomar uma cerveja gelada, etc – enfim, descansar um pouco, já que ninguém é de ferro. Assim sendo, deixo aqui um mea culpa pelo atraso na atualização do blog.

Jogar em Moscou é sempre interessante, apesar do frio. Acho que a última vez que joguei por lá foi em 2004 após a vitória no Torneio de Bermudas. Este ano estava bem mais frio, muito em razão do vento gelado. O problema nunca é a temperatura que o termômetro marca (entre -10C e -20C), mas a sensação, já que às vezes ela pode cair para -30C. Eu não tinha como deixar de lembrar que o freezer de casa é mais quente...

No post anterior eu fiz uma avaliação sobre a participação no Moscow Open, e agora farei sobre o Aeroflot Open, que a meu ver é o torneio aberto mais forte do mundo, já que no grupo A1 o rating mínimo é de 2550 (salvo algumas exceções autorizadas pela organização).

Na primeira rodada implementei a novidade utilizada em Aronian-Gelfand e Akopian-Harikrishna, ambas jogadas no fatídico Mundial por Equipes em janeiro na Turquia. Meu adversário, o GM Pavel Maletin estava preparado e jogou corretamente Tad8. Seu erro foi evidentemente Cg4, permitindo que as brancas tomassem a iniciativa. Salvo algumas leves imprecisões, joguei bem, conseguindo impedir que o rei preto voltasse a g8 no final de dama e cavalo.

Contra Khalifman pela segunda rodada resolvi arriscar uma defesa mais agressiva, mas meu adversário jogou o sistema com g3 contra a Defesa Grunfeld e se viu forçado a repetir lances para não cair em desvantagem posicional. Empate. Na terceira rodada joguei contra o jovem Sanan Sjugirov, finalista do campeonato russo de 2009. No tabuleiro busquei uma ideia nova com Cb5 rápido, mas ele se defendeu com precisão e após ...Cd6 com ideia de ...Cf5 as pretas igualaram totalmente.

A partida contra Khairullin foi boa. Logo na abertura sacrifiquei um peão intuitivamente com o avanço ...c5. Meu adversário ofereceu o empate após Txc1, numa posição equilibrada, mas cheia de possibilidades. Eu recusei, mas me empolguei com o avanço ... c4 – era melhor simplesmente desenvolver mais peças. Depois gastei muito tempo para avaliar uma troca de duas peças por torre e peão. Uma decisão correta, embora o computador não entenda. Meu adversário não soube jogar da melhor forma e aos poucos melhorei minha posição. O erro foi no lance 38, quando eu devia ter jogado primeiramente ...a6 e após b5 deixar meu peão em a5. Na partida a vantagem não era suficiente para ganhar.

Na quinta rodada escolhi muito mal a abertura contra a India do Rei com ...c5. Tanto que pelo menos me preparei melhor e derrotei McShane três rodadas mais tarde. Podia ter recusado a proposta de empate feita por meu adversário, mas objetivamente eu deveria contar com muitos erros para ter esperança de algo. Há uma partida antiga de Kasparov (com pretas), acho que contra Tukmakov, que também empatou por volta do lance 20 na mesma linha inócua.

Na sexta rodada a partida contra Romanov foi a mais interessante de meu torneio. Para variar, não conhecia a abertura, e gastei muito tempo para elaborar a manobra de Ta7, e depois para descobrir que não conseguiria agir na ala da dama e me decidir pelo plano de Ce8-d6. Com pouco tempo no relógio para o primeiro controle no lance 40 eu precisava tomar todo o cuidado. Meu adversário é um jogador agressivo e veio com um plano que eu nem imaginei com f4, e g4. A situação parecia crítica mas encontrei uma boa defesa e após o apuro meu adversário ofereceu empate após o lance ...Bd2 das pretas. Objetivamente é empate, mas às vezes o lado defensor se descontrola e foi esse o caso. O final de torres foi instrutivo. Durante a partida eu sentia que ele deveria ficar com uma defesa passiva, mas ele tentou forçar os acontecimentos com Th8, e então eu calculei melhor (Rg3 e Tg4+).

Com +2 eu estava a meio ponto dos líderes e jogava de brancas com Savchenko. Na base vi que ele quase nunca jogava Semi-Eslava e então resolvi tentar aplicar meus estudos sobre a partida Anand-Leko. No entanto, meu adversário jogou com Bf8, o que era assunto não estudado por mim. Ele não devia estar preparado, pois gastara muito tempo (eu tinha 1 hora de vantagem no relógio). Mas não joguei o óbvio a4 ao invés de e5 e esse detalhe faz toda a diferença. O problema dessas posições agressivas é que você não pode se basear em conceitos técnicos. Fiquei muito chateado em desperdiçar esta oportunidade.

No dia seguinte tive uma partida fácil contra McShane. Ele tentou me surpreender com um lance antigo, mas forcei uma estrutura Maroczy, o que não combina com o estilo agressivo e criativo do inglês. Ele não se segurou e fez um plano estrategicamente comprometedor com ...f5. O momento mais trabalhoso foi no lance 40, quando eu precisava decidir entre um final de torres com peão a mais e com a torre apoiando por trás, ou ficar com uma peça a mais. Tecnicamente acho que minha decisão foi a mais correta.

Na última rodada eu joguei de pretas contra o chinês Zhou Jianchao, que havia derrotado Kamsky e que havia feito uma bela novidade teórica com sacrifício de dama numa Eslava Botvinnik na segunda rodada. O empate não seria ruim, pois ficaria entre os 10 ou 15 primeiros, e uma vitória seria sensacional, pois ficaria empatado na terceira posição. Resolvi jogar algo sólido e deixar meu adversário se expor. Mas ele jogou muito bem e explorou minha falta de paciência quando joguei ...c5. Eu ainda tinha algumas esperanças no final após o apuro, mas ele calculou bem e destruiu minha fortaleza. Como meu desempate era um dos piores (partidas jogadas de pretas!), fiquei atrás de jogadores que na maior parte do torneio ficaram abaixo do 50%.

De um modo geral acho que foi um resultado mediano e que poderia ter sido melhor. Tecnicamente joguei melhor que nos torneios anteriores, mas ainda tive dificuldades nas aberturas, dessa vez principalmente de brancas. Também foi bom para desenferrujar um pouco mais após o longo período fora do circuito de grandes torneios internacionais. Espero estar em forma até o meio do ano.


FOTO 48 - EX-CAMPEÃO MUNDIAL BORIS SPASSKY VISITOU O TORNEIO CRÉDITO DE IMAGEM: RUSSIAN CHESS FEDERATION.

O World Blitz Qualifier.

No dia 18 foi realizado um super torneio aberto de blitz, sistema 3 minutos mais 2 segundos de acréscimo. Terminei junto com Sargissian, Smirin e Naiditsch, mas não fui bem, apesar de ter tido algumas oportunidades. Perdi duas partidas contra Andreikin com qualidade a mais em ambas na sétima rodada, o que me desanimou, pois ainda tinha chances de lutar por uma das seis vagas. A verdade é que esse torneio era muito forte, pois além dos participantes do grupo A1 do Aeroflot entraram outros “capivaras” como Mamedyarov, Elyanov, Karjakin, Bologan, Tkachiev etc.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://espnbrasil.terra.com.br/giovannivescovi

TEXTO 54 - Ivanchuk sofre, mas vence o XI Aberto da Festa da Uva.

FOTOS: 46 E 47.
Neste final de semana, dias 06 e 07 de março, foi realizado um grande evento internacional na cidade da serra gaúcha de Caxias do Sul, em comemoração a sua tradicional Festa da Uva. Foi uma experiência interessante participar deste que sem dúvidas é o torneio mais atípico que já vi. Até agora ainda não sei bem que adjetivos atribuir ao torneio, já que se de um lado foi uma maratona exaustiva com 9 rodadas em apenas dois dias, por outro lado certamente foi uma grande diversão para o público e amadores, tendo em vista o formato da disputa.

A primeira peculiaridade foi a adoção de diferentes ritmos de jogo num mesmo torneio. É verdade que na Copa do Mundo temos tie-breaks de partidas rápidas, relâmpago e armaggedon. Mas na Copa do Mundo esses são ritmos de desempate, e quem conseguir pode rumar ao título apenas com partidas tradicionais. Mas na Festa da Uva a história é outra: joga-se duas rodadas com 16 minutos KO, depois mais duas rodadas com 30 minutos KO, e por fim as últimas 5 rodadas são jogadas com 1 hora KO.
Para quem acha que essa inovação é chocante, espere para ouvir a segunda peculiaridade: nas duas últimas rodadas empates não contam!!! Se a partida empatar no ritmo normal, joga-se um tie-break morte súbita estilo armaggedon – as pretas jogam com 5 minutos e as brancas com 6, mas a vantagem do empate é das pretas.

Há o lado bom e o lado ruim dessas novidades, embora seja muito difícil para um jogador mudar de ritmos e sistemas de disputa a cada torneio. O fato é que o pessoal da região aproveitou a oportunidade e compareceu em peso: foram 292 participantes, o que coloca este entre os principais torneios do calendário nacional (pena que é um evento bienal).

E esta foi com certeza a edição mais forte do evento, pois contou com a presença dos principais nomes do xadrez nacional – GMs Rafael Leitão (que defendia o título de 2008), Giovanni Vescovi, Gilberto Milos, Henrique Mecking, André Diamant, os Mis Krikor Mekhitarian, Herman Claudius, Everaldo Matsuura, etc – bem como fortes GMs e Mis estrangeiros (Ulf Andersson, Andrés Rodriguez, Sandro Mareco) e um dos jogadores mais admirados do mundo, o GM ucraniano Vasily Ivanchuk.

No final das contas Ivanchuk confirmou seu favoritismo, mas não sem sofrer muito, principalmente após sua derrota contra Gilberto Milos, que saiu aplaudido do salão de jogos pela façanha. Milos jogou um excelente torneio e merecia o título: derrotou os GMs Ivanchuk e Mequinho, empatou com Leitão e perdeu apenas para o GM argentino Diego Flores numa partida onde tinha uma vantagem gigantesca e se confundiu no apuro de tempo. O maior sufoco de Milos foi na terceira rodada contra o médico gaúcho Antonio Crespo, mas... dizem que a sorte acompanha os bons!

Milos,G (2606) - Ivanchuk,V (2748) [B85]
Festa Da Uva Caxias do Sul BRA (6), 06.03.2010.

1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 a6 6.Be2 e6 7.0–0 Be7 8.f4 0–0 9.Rh1 Dc7 10.a4 Cc6 11.Be3 Te8 12.Bf3 Tb8 13.g4 Cd7 14.g5 b6 15.Bg2 Bb7 16.Dg4 Bf8 17.Tad1 Cb4 18.Td2 g6 19.Cde2 Tbc8 20.Tfd1 Cc5 21.Bg1 Bc6 22.b3 Db7 23.Df3 d5 24.exd5 Cxd5 25.Cxd5 Bxd5 26.Txd5 exd5 27.Cc3 d4 28.Dxb7 Cxb7 29.Bxd4 Cd6 30.Cd5 Bg7 31.Bxb6 Txc2 32.Ce3 Tc3 33.Txd6 Txb3 34.Bd5 Tb4 35.f5 Bf8 36.Tf6 Te7 37.fxg6 hxg6 38.Txg6+ Rh7 39.Tc6 Txb6 40.Txb6 Txe3 41.Bxf7 a5 42.Bb3 Tc3 43.Rg2 Bb4 44.Bd5 Te3 45.h4 Be1 46.h5 Tg3+ 47.Rf1 Txg5 48.Be4+ Rh8 49.Rxe1 Te5 50.Th6+ Rg7 51.Tg6+ Rf7 52.Tg4 1–0


MILOS DERROTA IVANCHUK.

Ivanchuk venceu mais pela simpatia e por ser um dos semi-deuses do Olimpo do xadrez do que realmente pelos lances no tabuleiro, o que mostra que nem mesmo para esses pesos-pesados é fácil atravessar o planeta e jogar com adversários diferentes. Talvez seja necessário levar em consideração a jogada duvidosa do ucraniano dias antes do torneio, ao adormecer tomando sol na piscina do hotel...

Outro brasileiro que ia bem era Rafael Leitão, que na última rodada jogava contra o argentino Sandro Mareco pelo título do torneio. Mas o destino não lhe sorriu e ele foi uma das vítimas do fatídico armaggedon. Provavelmente Rafael tenha sido o jogador mais firme do torneio, pois não ficou mal em nenhuma partida e não teve que contar com a sorte em nenhum momento.

Eu terminei o torneio invicto, mas acabei cedendo três empates no meio do torneio o que dificultou a luta por uma colocação melhor. No segundo dia meu xadrez foi melhor e joguei uma boa partida com o MI uruguaio Bernardo Roselli. Na última rodada errei na abertura mas me defendi bem contra Andre Diamant e tivemos que disputar um tumultuado desempate.

Armaggedon

No calor da disputa ninguém se deu ao trabalho de pedir à organização um jogo de peças mais pesado e um relógio digital e isso foi um problema que comprometeu a justiça do resultado. As peças escorregavam muito e em um par de ocasiões tive que pedir ao adversário que as ajeitasse. Mas o problema crucial foi relativo ao relógio: a certa altura o relógio das brancas (Diamant) parou de andar.

Reclamei ao árbitro, deu-se corda no relógio rapidamente (afinal era um relâmpago e meu adversário ganhava segundos preciosos para pensar na sua jogada seguinte) e a partida continuou. Instantes mais tarde, já num final empatado de dama e dois peões para cada lado, novamente o relógio de meu adversário deixa de correr. Indignado e sem outras opções, exigi a troca do relógio. Agora o protesto vinha de meu adversário: como trocar o relógio a essa altura, e ainda mais como saber exatamente quantos segundos restavam para cada lado? Já não se falava mais em xadrez, e era evidente que as brancas utilizariam o regulamente e jogariam a dama para lá e para cá até fazer a seta das pretas cair.

Trocado o relógio a partida continuou com as brancas tendo pouco mais de meio minuto e as pretas por volta de 15 segundos. Para confundir meu adversário resolvi entregar um peão, o que curiosamente acabou sendo bom, pois a dama branca ficou mal posicionada e as pretas passaram a dar xeque perpétuo. Mas isso pouco importava, afinal não se pode reclamar as regras de empate em relâmpago (embora a leitura do Apendice das Leis do Xadrez no Handbook da FIDE não seja clara). De todo modo, ganharia quem fosse mais rápido no gatilho, e por estar com o relógio à minha direita acabei sendo eu.

Essa tremenda confusão deixou ambos os jogadores com uma terrível sensação de injustiça: quanto tempo o relógio deixou de funcionar, quanto tempo a mais para refletir meu adversário teve nas duas interrupções, será que nenhum dos lados foi prejudicado ou favorecido na troca do relógio? São perguntas sem respostas. A tecnologia veio para ajudar, e nada disso teria acontecido com um bom relógio digital. Mas pelo menos o público se divertiu...

Classificação final:

1. Vasily Ivanchuk 8,0
2. Sandro Mareco 8,0
3. Gilberto Milos Jr. 7,5
4. Krikor Mekhitarian 7,5
5. Giovanni Vescovi 7,5
6. Rafael Leitão 7,0
7. Henrique Mecking 7,0
8. Diego Flores 7,0
9. Bernardo Roselli 7,0
10. Everaldo Matsuura 7,0



IVANCHUK, VENCE NO BRASIL.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
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TEXTO 53 - Aconteceu em Dresden... Olimpíadas de Xadrez 2008 – Alemanha.

O que falar das olimpíadas de Dresden?! Eu nem estava lá... E foi pensando nisso que disse: “Felipe, tire o maior número de fotos possíveis!”. E adivinhem?! Ele tirou impressionantes 3 (TRÊS! TRÊS!) fotos! (sendo que ele aparece só em uma – e nada tem haver com xadrez!). O que eu faço?! Mando matar?!


Voltado ao assunto (se é que eu sai dele alguma vez), na época pensamos até em fazer uma cobertura diária, partida por partida, mas enquanto o senhor Felipe El Debs comia schucrutes em um hotel com diária em torno de 500 dólares, nós estávamos batendo peças no interior de São Paulo, nos Jogos Abertos - alojados em uma escola de ensino fundamental e acordando com o aprazível sol das 9 horas (é nessa hora que o sol fica insuportável - e é quase impossível continuar fingindo que a luminosidade que você estava "sentido" é igual aquela quando sua mãe abre a porta do seu quarto). Portanto, isso ficou impraticável.


Novamente, voltando ao assunto (agora me pergunto: não seria a falta de assunto?!), nem foi a ausência de comunicação como o Felipe que atrapalhou falarmos das Olimpíadas, pois conversávamos com ele todo dia, depois das rodadas de Dresden. E ele sempre perguntava alguma coisa de preparação para o Vivaldão (sim, sim... Não tem cabimento!).

O que eu quero dizer é: tirando o fato de que ele viu muita coisa interessante como: a cara que o Radjabov fez quando abandonou contra Van Wely – para alegria do Sigrist; os seguranças do Krammink; o dedo de prosa que teve com o Topalov; a decepção com a vitória do Carlsen na primeira rodada – sim, os Tops também enrolam!; é difícil extrair mais alguma coisa... Mas, enfim, vamos tentar.

Portanto, segue, abaixo, a matéria publicada no jornal de Matão “A Comarca” sobre as Olimpíadas de Dresden (qualquer semelhança com o texto sobre o mesmo, que se encontra no Blog do MI Disconzi, é mera coincidência – singularidades modernas! Sem direitos autorais, certo?! Desculpe mestre, é que na correria de mandar a matéria para o Jornal, bem, sabe como é...):

“Entre os dias 12 e 25 de novembro, aconteceu, em Dresden, (Sajonia, Alemanha) a 23ª Olimpíada de Xadrez. Participaram da competição 156 equipes de 152 nações distintas – apresentando, em sua grande maioria, os melhores jogadores de seu país. "A vitória ficou nas mãos da fortíssima equipe da Armênia. Aliás, sagraram-se bicampeões, a frente de Israel, Estados Unidos, China e da temerosa equipe da Rússia, que obteve apenas uma modesta quinta colocação", reporta Leonardo Vivaldo, diretor do Clube de Xadrez de Matão (CXM).

"A China também faz muito bonito nos tabuleiros, a exemplo dos esportes disputados em Pequim. Já faz algum tempo que a Rússia não possui mais a hegemonia enxadrística, como ocorreu durante praticamente todo o Século 20. Contudo, vale lembrar: com exceção da China (na verdade, se pensarmos bem, também não é uma exceção, muito pelo contrário), todas as dez primeiras colocadas tinham algum vínculo com a antiga União Soviética: ou são países que faziam parte dela ou seus jogadores são formados por expatriados da mãe Rússia. Curiosamente esse é o caso dos Estados Unidos, por exemplo, que conta com os seguintes 'americanos': Gata Kasmky e Alexander Onichuk. Stálin deve estar se revirando no túmulo...", comenta Leonardo.

A equipe brasileira - que terminou em uma honrosa 58ª colocação, atrás do Paraguai, mas a frente da Argentina - contou com dois Grandes Mestres: Jayme Sunye e Darcy Lima (ex-presidente da Confederação Brasileira de Xadrez - CBX); dois Mestres Internacionais: André Diamant (o mais novo da equipe, com apenas 18 anos) e Cícero Nogueira Braga - que já defendeu a equipe de xadrez de Matão na década de 90 - e por fim, o Mestre Fide - mas já MI por direito: o matonense Felipe de Cresce El Debs.

"Por si só, esse fato já seria histórico: é a primeira vez que um integrante da equipe matonense disputa o mais importante torneio de xadrez do mundo. Contudo, mais que isso, Felipe - atualmente o 14° maior Ranting do xadrez brasileiro; e que recentemente conseguiu a obtenção do Título de Mestre Internacional -, fez uma participação brilhante - para afirmar o mínimo - somando 8 pontos em 10 possíveis. Ele deixou de jogar apenas uma rodada - a primeira -, pois havia perdido o crachá que permitia acesso ao salão do torneio! O Felipe fez um Ranting performance de 2.590 pontos - além de somar mais 19 pontos de Ranting - realizando assim, não apenas uma norma de Grande Mestre, mas sim duas!", relata Leonardo.

"Acontece que o peso de uma norma, em Olimpíadas, é dobrado. Os títulos de Mestres são divididos pela Fide em três categorias: Mestre Fide, MI e GMI. Enquanto o título de Mestre Fide é conquistado apenas quando o jogador atinge uma pontuação superior a 2.300 pontos de Ranting Fide, os títulos de MI e GM são conquistados somente depois que o jogador consegue realizar no mínimo três 'normas', ou seja: jogar um número 'x' de partidas contra jogadores que já tenham o título; e conseguir 50%, ou mais de pontos contra esses jogadores. Para cada torneio que o jogador atinge essa média, é computada uma 'norma'", explica.

Leonardo lamenta a falta de três GM´s Brasileiros: Rafael Leitão, Gilberto Millos e Giovanni Vescovi. "Eles ficaram disputando os Jogos Abertos do Interior de São Paulo. Muitos enxadristas podem achar um absurdo trocar Dresden pelo Interior Paulista, mas é necessário compreender que a maioria dos enxadristas profissionais no Brasil tem como principais fontes de renda os patrocínios das Prefeituras. E os Jogos Abertos é o subsídio do patrocínio. Além disso, os jogadores podem contar com patrocínios privados, aulas particulares, premiação de eventos (ainda que, muitas vez, escassos – mas já se melhorou muito!), cachets por participação em torneios fechados (limitados), simultâneas (ocasionais), cursos e palestras", coloca.

"Contudo, a CBX agiu bem em se preocupar logo no início do ano com a formação da equipe, permitindo tempo para que os jogadores pudessem treinar, se prepararem fisicamente, técnica e psicologicamente, montando uma agenda de participação em eventos durante o ano. Em edição anterior também houve a feliz idéia de reunir a equipe olímpica com o treinador russo Mark Dvoretzky. E, claro, não podemos esquecer que a CBX cobriu todos os custos da viagem a Dresden", frisa Leonardo.

No final desse ano, El Debs ainda deve se preocupar em sanar seus compromissos acadêmicos - é estudante de Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) - e voltar a tempo para comemorar seus grandes feitos com os colegas enxadristas de Matão. "Vale lembrar que ele presenteou o amigo Fernando César Frare com uma garrafa de Absinto e eu com uma garrafa de Vodka", sorri Leonardo.

"Sinceramente, não estava entendendo muito bem o que era participar de uma Olimpíada de Xadrez. Parecia mais uma viagem como outra qualquer – como ir para os Jogos Abertos - só que de avião. Mas, chegando lá, vendo todo aquele pessoal que só ouvíamos falar – mais o lugar em si – tudo muda! Foi uma experiência fantástica! Com certeza, um dos maiores prazeres enxadrísticos que já tive", resume El Debs, que nascido em São Carlos, é considerado Matonense nato pelo CXM.”

Seguindo, para não perdermos as fotos que foram enviadas pelo mestre El Debs, façamos, portanto, uma breve reconstituição dos fatos (quais serão as três fotos verdadeiras e quais são montagens?! Tentem descobrir!):


Para finalizar: abaixo duas partidas do MI Felipe El Debs, com comentários gentilmente cedidos (sem saber!) pelo MI Rodrigo Disconzi (em caso de processos, entre em contato com José Roberto de Oliveira Júnior – o Tekinho).


(nota: na segunda partida, como todo o respeito, deixei alguns comentários meus que vão com a marca LV)

Danielsen, Hen (2492) - El Debs, Felipe (2447) [A07] 38th Olympiad Dresden GER (5), 17.11.2008


1.g3 d5 2.Cf3 Cf6 3.Bg2 c6 4.d3 Bg4 5.0–0 [Brancas poderiam retardar um pouco o e5 preto 5.b3 Cbd7 6.Bb2 e6 7.Cbd2 Bd6 mas cedo ou tarde e5 viria.]


5...Cbd7 6.h3 [Para um possível g4 no futuro]

6... Bh5 7.Cbd2 e5 8.e4 dxe4 [outra opção seria não tomar em e4, para não ceder a casa c4, mas o centro preto seria minado. 8...Bd6 9.exd5 (9.c3 0–0 10.Dc2 Te8 11.Te1 a5 12.a4 Db6 13.Cb3 Tad8 equilibrado)


9...cxd5 10.c4 0–0 (10...d4 teria uma estrutura Benoni invertida.) 11.cxd5 Cxd5 complicado.] 9.dxe4 Bc5 [9...Be7 Seria outra opção, deixando a casa c5 livre para a manobra Cc5-e6-d4. 10.a4 Para ganrantir o uso da casa c4. 10...a5 11.De2 0–0 12.b3 Te8 13.Bb2 Dc7 14.Tfd1]


10.De2 [Mais jogado é 10.De1 com planos de Ch4-f5 ou f4.]


10... 0–0 11.Td1 [11.g4 Bg6 12.Ch4 Te8 para ocupar a casa f4. 13.Cf5 Cf8 14.Cb3 Bb6 15.Bg5 Ce6 16.Tad1 Dc7 17.Be3 Cf4 0–1 Camara,H (2320) -Vaganian,R (2545)/São Paulo 1977/EXT 98 (55)]11... Dc7 12.a4 a5 13.b3 [13.Cb3 Bb6 14.Be3=]

13...Tfe8 14.Bb2 Cf8 15.Cc4 C6d7 16.Ce3 [16.Bc3 f6 17.Td2 b5 (17...b6) ]



16...Ce6 17.Cf5 [17.Cc4 Cd4]

17...Tad8 18.Td3 f6 19.Tad1 Cdf8 20.Bc3 b6 21.T3d2 Cg5 22.h4 [Debilita um pouco a ala do rei, mas alivia a pressão do Cg5 e permite Bh3]


22...Cge6 23.Bh3 [a posição das pretas já atingiu seu limite de reforço e ajustes, não há muito o que fazer]

23...Txd2 24.Txd2 Td8 25.Rg2 Txd2 26.Dxd2 Dd8 27.De2 [27.Dxd8= devido a posição embolada das peças na ala do rei, brancas deveriam se contentar com a igualdade.]


27... Bf7 28.Bg4 h5 29.Bh3 Cg6 30.Rh2 Ce7 31.Bg2 Dd7 32.Bh3 Cxf5 33.Bxf5 g6 34.Bh3 Dd6 35.Bf1 Rg7 36.Rg2 Bb4 37.Bb2 Dd7 38.Rg1 Bc5 39.Bc3 Dd6 40.Dd3 De7 [parecia tentador 40...Dxd3 41.Bxd3 Bb4 mas 42.Bxb4 (42.Bb2? Cc5–+) 42...axb4 43.Bc4 Cc5 44.Bxf7 Rxf7 45.Cd2=]


41.Bh3 Bb4 42.Bxb4 axb4 43.Bxe6 [43.Bf1; parece mais ativo 43.Da6!? Dd8! (43...Dc5 44.Db7÷) 44.Bxe6 (44.Db7? Cc5–+; 44.Bf1 Dd1µ) 44...Bxe6÷]


43...Bxe6 44.De3 c5 45.Cd2 Dd6 46.Rg2 Dd8 47.f4!? exf4 48.gxf4 Bc8 49.Rf2 Bb7 50.Cf3 Dd1!? [Buscando jogo. 50... De7 51.e5 fxe5 52.Dxe5+ Dxe5 53.fxe5 Be4 54.Ce1 Rf7 55.Re3 Bf5=]



51.Dd3 Dxd3 52.cxd3 Bc8 53.d4 cxd4 54.Cxd4 g5! 55.Rg3 gxh4+!? [desequilibrando a partida. 55... g4 56.f5=]


56.Rxh4 Bg4 57.Rg3 Rf7 58.Rh4 Bd1 59.Rg3 Re7 60.Rh4? [60.e5!= era essencial para bloquear o rei preto]


60...Rd6 61.Rg3 Rc5 62.Ce6+ Rd6 63.Cd4 Bg4!–+ [E o bispo domina o cavalo. Excelente técnica de finais de Felipe]



64.Cb5+ Rc5 65.Cc7 Rd4 66.Cd5 [66.e5 fxe5 67.fxe5 Rxe5 68.Ca6 (68.Ca8 Rd4 69.Cxb6 Bd1 70.a5 Rc5 71.Rh4 Bxb3 72.Rxh5 Rb5 73.Cc8 Bd5–+) 68...Bd1 69.Cxb4 Bxb3 70.a5 bxa5 71.Cc6+ Rf6 72.Cxa5 Bd5–+ cercando o cavalo; 66.Ca6? Rc3–+]


66...f5?! [lance natural e que a posição parece pedir. [mais exato seria 66...Bd1 67.Cxf6 Bxb3–+]



67.Cxb4? [A melhor defesa era difícil de notar 67.Cxb6! fxe4 68.a5 Rc5 69.Ca4+! este lance que é estranho aos olhos. 69...Rc6! (o mecânico lance 69...Rb5? 70.a6 Be6 parece falhar por 71.f5 Bd5 (71...Bxb3? 72.a7! com duplo 72...Bd5 73.f6+-) 72.a7 Ra6 73.a8D+ Bxa8 74.f6 Bd5 75.Cc5+ Rb6 76.Cxe4 Bxb3 77.Cg5 Bd5 78.f7 Bxf7 79.Cxf7 b3 80.Ce5 Rc5 81.Cd3+ Rc4 82.Cb2+= e o cavalo chega a tempo) 70.a6 e3 71.Cb2 e2 72.Cd3 Rb6 73.Rf2 h4 74.Cxb4 h3 75.Cc2 Rxa6 76.Ce1 Ra5 77.Cd3 (77.f5 Bxf5 78.Rxe2 h2) 77...Bf5 78.Ce1 Rb4–+]



67...fxe4–+ 68.Cc6+ Rc3 69.Ce5 e3 70.b4 Rxb4 0–1

El Debs, F (2447) - Prusikin, M (2538) [A13]38th Olympiad Dresden GER (9), 22.11.2008

1.Cf3 [Felipe gosta de jogar posições dinâmicas e com a iniciativa, sem se importar se a ação ocorrerá somente mais tarde. A Reti e a Inglesa se encaixam bem no seu estilo.


LV: Na verdade, na verdade, o Felipe gosta de posições em que a ação aconteça beeeeeeeeem mais tarde - ou melhor: que não aconteça].

1... Cf6 2.c4 e6 3.g3 d5 4.Bg2 [4.d4 Levaria a partida para a Abertura Catalã diretamente.


LV: Sabendo que ele joga Catalã, porque ele não entrou nela?! Mistérios, mistérios...]

4... dxc4 5.Da4+ Cbd7 6.0–0 a6 7.Dxc4 b5 8.Dc6 [Retira a Torre da coluna A e da diagonal h1–a8. Não sei ao certo para quem isso é vantajoso. Mais jogado é 8.Dc2 Bb7 9.a4 para pressionar b5 com Db3 ou Dd3 e Ca3. 9...c5 10.axb5!? deixando o peão D indefinido se vai a d3 ou d4, permanecendo nos terrenos da Reti/Inglesa.]

8... Tb8 9.d4 Bb7 10.Dc2 c5 11.Bf4?! [Aqui notamos um aparente ganho de tempo em relação à posição da torre preta, mas isso não quer dizer muita coisa, pois c8 parece a casa natural dela. Já o Bispo em f4 costuma ali se alojar quando tem certa estabilidade


LV: O velho e bom otimismo do senhor El Debs - a aparência não é tudo mais é 100%].

11... Tc8 [e agora Felipe tem mais problemas a resolver do que seu oponente.


LV: Realmente: Felipe é um garoto problemático. Esses dias, na FGV, ele conseguiu ser expulso da sala].

12.Cbd2 [Solução "cool". Deixar pretas ganharem um peão central e seguir jogando como se nada tivesse ocorrido. Aliás, nas vezes em que enfrentei Felipe pude notar esta característica em seu jogo


LV: Ou seja (traduzindo): ele pendura e finge que não está acontecendo nada].

12... cxd4 13.Dd3 Be7 [13...Cd5 seria um lance que me incomodaria.


LV: Nada incomoda o velho El Debs. Ele não tem pudor]

14.Tac1 0–0 15.Cxd4? [Nesta fase inicial do jogo, Felipe correu certos riscos e a impressão que meus comentários podem causar é que quero mostrar que ele jogou mal. Mas não se enganem com isso, pois ali, na hora da partida, diante do tabuleiro, a quantidade de pressão que coloca-se no adversário pode contrabalançar posições não muito boas. E isso conta muito para ganhar partidas. 15.Dxd4 Cd5÷


LV: É... Verdade. Mas, convenhamos: ele jogou mal mesmo! ]

15... Txc1 16.Txc1 Bxg2 17.Rxg2 [Esta troca pode parecer uma ofensa aos jogadores da catalã, pois troca o baluarte da diagonal. Mas é um tema posicional recorrente a troca dos bispos para tentar invadir o campo preto via c6].

17... Cc5 [Nessa posição, especificamente, pretas não deveriam sofrer nada devido ao jogo ativo no centro.


LV: Mas a vida... A vida é uma caixinha de surpresa! ].

18.De3 Cd5 19.Df3 Cxf4+ 20.Dxf4 Bg5 21.De5 Cd7 22.Dd6 Bxd2 [até aqui o jogo preto parece ter sido natural e sem erros.


LV: só houve um erro: sentar ao tabuleiro e achar que sairia impune].

23.Td1 Bg5? [23...Da8+! 24.f3 (24.Rg1 Cf6 25.Txd2 Ce4) 24...Bg5 25.Dxd7 Td8 26.Dc7 Bf6 27.e3 e5–+]

24.Cc6 [Enfim a posição branca ganha sentido.


LV: a posição branca, talvez, sempre tenha tido sentido... Ao menos pela lógica distorcida e psicótica do El Debs - Está bem, está bem, não tinha não...].

24... Da8 [Natural, cravando, defendendo c6 e ativando a Tf8. Mas as vantagens pretas deste param por aqui, pois não há potencial de melhora em suas peças e o Bg5 só anda pelas casas pretas...Já as peças brancas tem potencial muito maior. 24...Df6 25.Dxd7 (25.h4 Bh6 26.Dxd7 Dxb2 27.Ce7+ Rh8 28.Dd8 g6) 25...Dxb2 E aqui as pretas tem um peão a mais, mas as brancas tem um certo domínio, devido a Tf8 passiva. Na prática, pretas notaram que Felipe entregou um peão, cedeu o par de bispos e depois deixou peça no ar para depois recuperar, não demonstrando medo de nada. Esta atitude incomoda bastante o adversário, pois ele tem dificuldades em avaliar as posições, pois sabe que seu rival , que aparenta ser “insano e destemido”, sempre vai gostar das suas posições resultantes onde há certa "quizumba".


LV: A melhor seqüência de comentários do ano (2008) no xadrez brasileiro. Vamos por partes:



1°) "entregou um peão"+"cedeu o par de bispos"+"deixou peças no ar" = "demonstrando medo de nada". Em suma: vai jogando por rumo e aos "trupicões". Vale a máxima: Deus ajuda as crianças, os bêbados e os ignorantes)


2°) "Esta atitude incomoda bastante o adversário". Traduzindo: O adversário pensa: "que raios de @#$¨&* esse capivara está fazendo?! Tenha dó..."


3°) "Insano e Destemido". Insando e destemido... INSANO E DESTEMIDO! A melhor, disparada!, definição que já ouvi sobre o estilo do Felipe. Simplesmente Genial. Traduzindo: completamente louco e desbaratado. Non sense!


4°) 'Quizumba"! Eis a chave d'ouro do soneto! Em suma: só restava tentar enrolar... E deu certo!]

25.Dxd7 Tc8 26.Td6 g6 [Quando não se tem o que fazer, a tendência é piorar aos poucos. 27.e4!± ameaçando isolar o Bg5 do jogo].

27... Tf8 28.e5! [28.f4 Bf6 29.e5 Bg7 30.Rh3 Seria possível mas pouco objetivo, além de deixar o rei em temas de perpétuo mais tarde.]

28... Bc1 29.f3! [Muito objetivo e bem calculado!! Brancas invadem território preto via sétima e casa d8].

29... Bxb2 30.Dc7! Rg7 31.Td7 g5 [desespero


L.V. "Ai, aiai, aiaiai... Tá chegando a hora... O dia já vem raiando, meu bem! E eu tenho que ir embora..."]



32.Cd8+- Rg6 33.Dc2+ Rh6 34.Cxf7+ 1–0

Para fechar, os presentes que recebemos do mestre El Debs (o que a delegação brasileira há de ter pensando sobre nós?);

PESQUISADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://xadrezdepressao.blogspot.com/2009/04/aconteceu-em-dresden-olimpiadas-de.html

TEXTO 52 - OLIMPÍADA DE XADREZ E CBF.

OLIMPÍADAS DE XADREZ e CBX

Resposta Aberta à convocação



Tendo em vista a recente convocação aberta para a equipe olímpica brasileira, nós, que subscrevemos esta carta, entendemos que faz-se necessário a nossa manifestação pública sobre os motivos que nos levam a tomar uma triste decisão conjunta: NÃO participaremos da Olimpíada sob a égide da atual Administração da CBX, encabeçada pelo GM Darcy Gustavo Machado Vieira Lima.

Infelizmente, trata-se de um protesto formal contra os abusos do Presidente da CBX . Protestos semelhantes ocorreram recentemente nas Confederações de Tênis e Judô. Procuraremos dar alguns dos motivos, e oferecer uma solução para o impasse.

Primeiramente, queremos deixar claro que o GM Darcy Lima é um excelente jogador, e que como tal merece e tem nosso total respeito. Para nós, formar uma equipe com ele é motivo de alegria e motivação para lutarmos por uma boa performance, assim como ocorreu na Olimpíada de Istambul em 2000, quando estivemos entre os 15 primeiros durante todo o torneio, sofrendo um acidente de percurso nas duas últimas rodadas. Entretanto, como administrador ele é péssimo, chegando a ser nocivo em alguns casos. O Sr. Darcy deveria se preocupar apenas com o que ele sabe fazer: jogar bem.

Infelizmente, desde que assumiu a presidência de nossa entidade maior, Darcy Lima tem se aproveitado do cargo que exerce para alcançar objetivos pessoais, não raro publicando declarações de péssimo gosto no site oficial da Confederação, que, na verdade, transformou-se em uma página pessoal. Graças a ele a CBX vive hoje um caos administrativo, onde impera a desorganização, uma situação lamentável para todos os enxadristas praticantes, sejam profissionais ou amadores.

Em relação à inovação no cachê dos integrantes da equipe olímpica, isso nada mais se trata do que uma forma bastante primitiva de tentar iludir a comunidade enxadrística. É praxe em países representados por jogadores profissionais a oferta de cachês juntamente com prêmios especiais por mérito. Calculando o prêmio prometido no caso da melhor colocação possível da equipe, deduz-se que há um montante de U$ 18.000 (dezoito mil dólares) reservado para o cachê dos jogadores (ou 21 mil, pois nada mais justo que premiar o técnico também, como em outras modalidades). Supondo que de fato exista tal quantia, sua distribuição sugerida é inteiramente absurda, mas esta não é a pior aberração. A maior prova da farsa desta premiação por mérito é oferecer prêmios altíssimos para colocações jamais conquistadas por nossa equipe na história das Olimpíadas, enquanto atuações realistas são recompensadas de forma pífia. E, neste caso, o que seria feito com o restante do dinheiro destinado à premiação por mérito?

Também devemos destacar a total falta de critérios para a definição do 6º tabuleiro da equipe. Na verdade, não houve qualquer critério para a convocação, apenas o entendimento subjetivo do técnico, que por sua vez não tem participado de eventos enxadrísticos. Qualquer aficionado sabe que o Brasil tem seis grandes-mestres. Nada mais natural que convocá-los para uma equipe que requer este exato número de jogadores. A ausência do GM Jaime Sunye Neto, que já venceu Spassky, Timman, Hübner, todos os GMs brasileiros, entre outros, além de ter sido medalhista de ouro numa Olimpíada, só pode ser explicada por um critério de perseguição pessoal, bastante comum na atual administração da CBX.

Quanto às formalidades da convocação, há de se advertir que ela foi feita em cima da hora e enviada para a Federação Paulista de Xadrez, em mais um gesto que ilustra a desorganização e descaso da Confederação com os seus jogadores. A Federação Paulista não é mensageira da CBX, portanto seria muito mais correto enviar a convocação diretamente aos enxadristas escolhidos, como sempre foi feito. Curiosamente, o GM Mecking, também filiado pela FPX, não foi convocado da mesma forma.

Nossa proposta

Jogaremos a Olimpíada se o GM Darcy abrir mão da Presidência da CBX, antecipando as eleições e sem se candidatar ou participar ativamente.

E além disso, apesar de sermos profissionais, caso necessário abriríamos mão de qualquer remuneração, em prol do xadrez brasileiro.

Solicitamos a publicação desta carta em todos os sites interessados no xadrez brasileiro, inclusive o da própria CBX.

Barretos, 20 de setembro de 2004.

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Giovanni Vescovi. Gilberto Milos Jr. Rafael Leitão.



PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://www.fexpar.esp.br/Leituras/cartaGMs/OLIMPIADAS.htm