RESPEITE AS CRIANÇAS!

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O CLUBE DE XADREZ SANTO ANTONIO DE JESUS, BAHIA (CXSAJBA) AGRADECE PELA VISITA, NESTE BLOG.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TEXTO 161: BOXE XADREZ.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://chalellawebrevista.blogspot.com.br/p/esporte.html



Esporte


Para começar bem nosso primeiro post, nada mais legal do que falarmos em esportes inusitados, que nos deixam surpresos. Quem nunca viu uma boa briga de Boxe?  Ou então, uma inteligente partida de xadrez? E o que aconteceria se juntássemos essas duas modalidades?
Bom, é desse esporte que vamos falar agora!
         Já ouviram falar do Boxe-Xadrez?
 Para quem acha que o xadrez é um jogo só de nerds e que o boxe é só para os fortões é porque nunca ouviu falar de um esporte um tanto quanto estranho de primeiro momento... O boxe- xadrez!
 Esse é um esporte hibrido que une a inteligência do Xadrez com a agilidade e a força do Boxe. Teve início a partir de uma história em quadrinhos, Frio Equador, em 1992, e foi criada pelo francês Enki Bilal, no qual lutadores se enfrentavam em um ring em forma de tabuleiro de xadrez. Essa história em quadrinho inspirou um artista holandês Iepe Rubingh a dar vida ao esporte e organizar o primeiro campeonato no ano de 2003.
Também em 2003 foi criada a WCBO (World Chess Boxing Organisation, em português, Organização Mundial de Boxe-Xadrez), que está localizada em Berlim, na Alemanha.  Seu lema é "A luta é feita no anel e as guerras são travadas no tabuleiro".
Aqueles que acreditam que o xadrez é a parte mais fácil da luta- partida, estão enganados. Segundo os lutadores essa é a parte mais difícil, pois é complicado se concentrar, após a luta ficam de cabeça quente com adrenalina a flor da pele.
Essa nova modalidade consiste em alternar rounds de boxe e xadrez. Começando com uma rodada de xadrez e logo em seguida por uma de boxe, e assim por diante. São 11 rodadas, 6 de xadrez e 5 de boxe. As rodadas de xadrez duram 4 minutos e os rounds de boxe 3 minutos. O vencedor é quem der o xeque-mate ou nocautear o adversário pelo tempo, e se no final dos 11 rounds o duelo permanecer empatado os pontos arrecadados, como no boxe, servirão como critério de desempate e se mesmo assim permanecer o empate o jogador que estava com peças pretas ganha a partida.


 
João Vitor Storti

TEXTO 160 - USO DO XADREZ EM SALA DE AULA MELHORA RENDIMENTO DE ALUNOS.


Jornal da Band: Uso de xadrez em sala de aula melhora rendimento de alunos

 
100 exibições 
   


Uso de xadrez em sala de aula melhora rendimento de alunos

Do Jornal da Band
pauta@band.com.br
Segunda-feira, 2 de maio de 2011 - 20h38       Última atualização, 03/05/2011 - 20h46

Raciocínio, lógica e concentração. Tudo que é exigido no xadrez pode ajudar um aluno a aprender mais e melhor. É por isso que o jogo é usado por professores em salas de aula. Numa escola do interior de Minas, depois que as peças e o tabuleiro entraram no currículo, as notas aumentaram.
Em 2004, foi organizado em Conceição do Rio Verde o primeiro campeonato de xadrez da cidade. Duas pessoas se inscreveram. Hoje existem mil moradores registrados no clube de xadrez. E toda a semana, 380 alunos da rede municipal usam o tabuleiro e as peças do xadrez como material escolar. Desde 2007, a aula de xadrez faz parte do currículo oficial das cinco escolas municipais da cidade.

TEXTO 159 - IXº ENCONTRO NACIONAL DE XADREZ DE ESCOLAS POR EQUIPAS – DESPORTO ESCOLAR.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://desportoescolar.blogspot.com.br/2009/03/reportagem-do-ix-encontro-nacional-de.html



TERÇA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2009

REPORTAGEM DO IXº ENCONTRO NACIONAL DE XADREZ DE ESCOLAS POR EQUIPAS – DESPORTO ESCOLAR


Realizou-se no passado dia 5 de Março, no Externato Cooperativo da Benedita, o IXº Encontro Nacional de Xadrez de Escolas com a participação de 34 equipas do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário e 32 do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, num total a rondar os 300 alunos, um número extraordinário para a realidade desportiva portuguesa.
Tendo-se iniciado cerca das 11.00 horas, esta concentração prolongou-se até às 17.00 horas, tendo-se conseguido efectuar com dificuldade as 7 sessões previstas para as 34 equipas devido ao início tardio das mesmas, provocado por alguns (naturais) atrasos e outros problemas típicos da gestão de um número tão elevado de equipas e jogadores.
De um ponto de vista competitivo, os resultados para a nossa escola foram bons, se considerarmos a diferença de nível técnico, táctico e estratégico entre as duas equipas que nos representaram e as mais fortes que compareceram neste IX Encontro (Alfredo da Silva, Benedita, Instituto Pedro Hispano, Brincolândia, Paranhos).
A equipa “A” (João Bento, Luís Bento, – do 9º A – Xavier Fernandes – do 7º C – e Ruben Fonseca – do 9º D) conseguiu conquistar 16,5 pontos (num máximo possível de 28), atingindo um importante 13º lugar da classificação final não ficando a equipa “B” (João Lopes – do 9º A – Danílio Santos – do 9º F - Miguel Silva – do 8º A – e João Mouco – do 9º C) muito longe deste nível exibicional, pois atingiu os 15 pontos e o 18º lugar da classificação final!
Para além do irrepreensível comportamento e boas exibições de todos os elementos das equipas A e B, são de destacar a grande evolução na maturidade da decisão dos lances e nos conhecimentos de estratégia, técnica e táctica verificada por Miguel Silva, Luís Bento, Xavier Fernandes e João Mouco, bem como o alto nível que atingiu nesses parâmetros o aluno João Tiago Bento, que, apesar da fortíssima concorrência, APENAS PERDEU UMA PARTIDA das 7 que disputou (simplesmente espectacular!).

O Prof. Responsável
Paulo Antunes

Sem comentários:

TEXTO 158 - A JOIA DO XADREZ, EM ANGOLA..

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.opais.net/pt/revista/?id=1640&det=22884&mid




DESPORTO

A jóia do Xadrez

A sua história confunde-se com a do seu mentor e presidente, o desportista Marceliano da Conceição Correia Victor.
Em 1999, fruto de um velho projecto que reunia membros da então associação “Clube de Amigos do Uíge em Xadrez”, precisamente a 26 de Julho desse mesmo ano, Correia Victor decidiu dar corpo a um novo projecto, cujo objectivo principal seria massificar, desenvolver e divulgar o desporto, sobretudo o xadrez a nível da classe infanto-juvenil. Macovi, foi esse o nome encontrado.
Uma alusão às sílabas iniciais do nome do seu falecido avô Manuel Correia Victor. E, dessa forma, o mentor do projecto começou a escrever uma nova página na sua vida, pondo de parte a longa temporada que teve na província do Uíge, para onde se havia deslocado em trabalho.
ESCOLA DE QUINTAL
A escola começou num espaço diminuto no quintal da casa de sua falecida mãe, sita na comuna do Neves Bendinha, Bairro Popular, no município do Rangel.
Correia Victor, juntamente com outros colegas seus recém-chegados da província do Uíge, fugidos da guerra, viu na iniciativa uma oportunidade de se ocupar e ocupar os miúdos da comuna do Neves Bendinha que se mostrassem interessados em aprender o xadrez.
O clima era ainda de profunda instabilidade político-militar e as suas consequências estavam ali a olho nu. “Nós chegámos numa situação difícil. Não tínhamos emprego. Tínhamos de fazer qualquer coisa. Queríamos mostrar quem éramos e o que podíamos fazer pelo país. Foi nesse sentido que eu pedi sempre o apoio da minha mãe, porque os miúdos chegavam e faziam muito barulho. Mas ela punha-me à vontade por saber que não tinha emprego e aquilo me ajudava a distrair”, lembrou Correia Victor.
MOBILIZAÇÃO ESPONTÂNEA
Após abrirem as inscrições, e para surpresa de todos, a escola passou a registrar uma grande afluência dos miúdos do bairro que, de forma espontânea, foram aderindo às aulas e ao desafio de aprender a ciência do xadrez.
Ao cabo de um ano, a escola Macovi já reunia cerca de 90 alunos, provenientes de diferentes áreas do Bairro Popular. “Começámos só com o xadrez porque, até hoje, para nós, é a modalidade rainha da escola Macovi. Mas o xadrez porquê? Porque fui praticante de xadrez, independentemente de ter praticado futebol salão e ter feito vários cursos em outras modalidades desportivas. Por ter praticado e conhecer muito mais a arte do xadrez, preferi adoptá-lo como modalidade rainha”, justificou o desportista.
DINÂMICA NA MODALIDADE
Dado o número considerável de praticantes inscritos, a escola Macovi começou a marcar presença regular nos provinciais e nacionais nas categorias infanto-juvenis e juniores. O número de atletas acabou por impor uma outra dinâmica à modalidade.
Correia Victor relata-nos que para os campeonatos nacionais, nas categorias de infantis e juniores, a nível de Luanda, saíam só quatro jogadores, sendo que para os juvenis e juniores o número atingia os sete jogadores. “Às vezes, em campeonatos nacionais, só saiam praticantes de Luanda e do Namibe. Não tinha mais ninguém. A Macovi, quando chegou, inverteu esse quadro. Em todas as provas que nós participávamos a nível nacional, levávamos cerca de 40 jogadores”, afirmou, realçando também o facto de, nessa altura, ter conjugado esforços no sentido de promover um conjunto de actividades a nível do Bairro Popular com o exacto propósito de massificar e divulgar o xadrez, bem como chamar a atenção das pessoas para a prática da modalidade.
A DESILUSÃO
Por várias vezes foram solicitar o apoio da administração municipal do Kilamba Kiaxi, no sentido de lhes ser cedido um terreno onde viessem a implantar uma estrutura definitiva para acolher a escola. Mas tal pretensão caiu sempre por terra. O presidente da escola Macovi assumiu ter sido esta uma fase de maior desilusão para escola.
Correia Victor lembrou-nos que, por essa ocasião, tinha alguns acordos verbais com algumas instituições que pretendiam ajudar a erguer uma estrutura para acolher a sede da escola, mas tudo não passou de uma ilusão, pois nunca lhes foi cedido o terreno. “O administrador despachava e, quando chegava à área técnica, o documento emperrava, pelo que, até hoje, não temos um local nosso para trabalhar”, desabafou.

HISTORIAL DO MENTORMarceliano da Conceição Correia Victor “Mbeco” nasceu aos 26 de Julho, em Luanda, no município do Sambizanga. É pai de três filhas e funcionário público.
É estudante do curso de Direito, na Universidade Independente.
Frequentou os cursos de dirigente desportivo, de realização de provas de ciclismo e de árbitro de xadrez. Na província do Uíge, onde viveu durante largo tempo, foi jogador na modalidade xadrez e futebol salão, nas décadas de 80 e 90.
É fundador da Associação Provincial de Xadrez do Uíge, instituição da qual foi vice-presidente. Foi ainda promotor e dinamizador dos desportos sob orientação da Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Uíge.
Foi também presidente da “Liga dos Amigos da Cidade do Uíge”, uma organização juvenil sem fins lucrativos, que tinha por objectivo promover  e incentivar a juventude  para prática do desporto, promoção cultural e saneamento básico da cidade do Uíge. Foi colaborador desportivo e voluntário nos órgãos de comunicação social na província. Em Luanda, foi coordenador do Clube de Amigos do Uíge em Xadrez (CAUX). É presidente e Director Geral da Escola Macovi sport club. É responsável pelo departamento de Xadrez do Progresso Associação do Sambizanga.
Coordenador da Comissão dos desportos para todas Formações. É dirigente desportivo. Treinador de xadrez e futebol de salão, árbitro amador de futebol de salão. Participou, em 2009, no seminário internacional de treino para jovens em Portugal.

VIVEIRO DO XADREZ FEMININO
Entre 2002 e 2004, a província de Benguela detinha a supremacia dos campeonatos de xadrez em feminino, nas categorias de infanto-juvenis e juniores. Tal facto impulsionou a escola Macovi a elaborar uma espécie de plano estratégico com o objectivo de destronar Benguela e afirmar-se como uma das mais importantes instituições ligadas ao xadrez no país.
“Nós somos o viveiro do xadrez feminino, sem excluir o masculino. Porque quando a escola Macovi apareceu Benguela dominava as provas, com as conceituadas jogadoras Maria da Luz, Flora e outras. A Macovi arrumou com Benguela e mantém-se no pódio”, contou-nos visivelmente satisfeito pelo feito.
A SEDE DA ESCOLA
Depois de frustrada a esperança de um terreno, a Macovi fixou-se no parque infantil “Augusto Ngangula”, fruto do apoio da administração comunal do Neves Bendinha, que lhes cedeu um espaço nesse local.
“Conseguimos este ano, porque antes estávamos em casa da minha falecida mãe, e até porque ela foi a nossa secretária-geral. E porquê ela? Quando se trata desse tipo de actividades, e quando sabem que não há dinheiro em jogo, são poucas as pessoas que querem colaborar. Às vezes, chamavam-me ‘maluco’ por estar sempre a andar com as crianças. E quando começaram a dar fruto as pessoas começaram a acusar-nos de estar a ficar com o dinheiro dos miúdos”, disse.
A IDA A ESPANHA
A ida a Espanha, no início da primeira década de 2000, no campeonato do mundo de Valência, foi um dos grandes feitos da escola Macovi. É precisamente a partir dessa altura que ela começou a granjear maior credibilidade junto de instituições como o Comité Olímpico Angolano, com quem mantêm, até hoje, uma relação de inteira cordialidade.
À nação espanhola, a escola Macovi fez deslocar dez jogadores: cinco meninas e cinco meninos, e tudo graças ao apoio da Federação Angolana de Xadrez, que interveio junto do Ministério da Juventude e Desportos, segundo Correia Victor. Essa ida a Espanha, além de trazer o prémio de consolação aos pequenos praticantes de xadrez, veio também estimular outros meninos a tomarem o projecto como sério e uma oportunidade de tomar um novo caminho, como nos contou Correia Victor, que referiu ainda que o maior estímulo foi a participação.
ÁFRICA DO SUL
Depois de Espanha, a Macovi rumou à África do Sul por três ocasiões, entre 2006 e 2007.
Nesta nova deslocação ao estrangeiro já não estava apenas em causa a questão do estímulo, mas acima de tudo o valor competitivo dos atletas que levaram. Participaram em três torneios, num dos quais conseguiram o terceiro lugar, através de Jeoovani Santos, na altura com catorze anos. Port Elizabeth, Broemfontein e Cape Town foram as cidades onde a Macovi esteve em três ocasiões a competir.
Nessa empreitada, Correia Victor destacou o papel do Governo Provincial de Luanda, da Ensa e da Federação Angolana de Xadrez, que permitiram a deslocação à nação sul-africana.
AS OUTRAS MODALIDADES
À luz de alguns problemas de carácter social, sobretudo ligados à delinquência juvenil, a escola Macovi decidiu estender o seu objecto desportivo, abrindo o projecto a outras modalidades. É assim que hoje estão na escola atletas ligados ao ciclismo, futebol de salão, karaté e judo (com alguma limitação), como resposta à problemática da criminalidade. Depois de tal abertura, a escola Macovi passou a contar com um total de 2000 crianças. Segundo Correia Victor, o projecto continuará a tudo fazer banir os vícios da juventude.
Nok Nogueira
23 de Agosto de 2011

11:40
2

Comentários

  1. joão Francisco
    2011-11-29 08:38:07
    A reportagem sobre a Escola Macovi é de facto um exemplo de profissionalismo no Desporto angolano. E, obdece o principoio de "dar voz a quem não tem" no coontexto desportivo angolano. É bem verdade que muitas das vezes, os meçlhores talentos emergem dos musseques. No xadrez, não tenho dúvidas que a Escola Macovi tem sido a grande pioneira na massificação desde jogo, considerado também de "ciência" e Desporto. As suas vantanges de quem a pratica estão comprovadascientificamente. É um desporto que deve fazer parte do curriculo escolar(...). Parabenizo o jornalista Nok Nogueira pela excelente visão jornalistica na elaboração desta também excelente reportagem. Continue assim que vai longe..


terça-feira, 2 de outubro de 2012

TEXTO 157 - A DAMA DO XADREZ..

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dama_(xadrez)

                                                     A DAMA NO MODELO STAUTON.



Dama ou Rainha é uma peça maior do jogo de xadrez, representada nos países lusófonos pela letra D nas notações algébricas. É a peça de maior valor relativo do jogo, usualmente valorada entre nove e dez pontos. Assim como a Torre, é capaz de, com o auxílio do seu Rei, vencer uma partida contra um Rei solitário. Por sua alta mobilidade é a peça preferida do enxadrista iniciante.
No Chaturanga e Shatranj, antecessores mais antigos do xadrez, o lugar da Dama era ocupado peloFirzan ou Firz, equivalente ao vizir ou conselheiro real. Na Europa, durante a Idade Média, a Dama lentamente substituiu seu antecessor, apesar dos movimentos serem os mesmos, e já no final do século XIII estava presente em todo o continente. No fim do século XV, seu movimento foi ampliado atingindo a regra atual, embora as condições de promoção do peão a uma nova Dama ainda fossem restritas.
Por estar sujeita a ataques de peças menores em posições fechadas, normalmente não é utilizada na fase de abertura do jogo, embora existam aberturas classificadas na The Encyclopaedia of Chess Openings com sua utilização prematura. Nas fases de meio-jogo e final, torna-se extremamente útil, pois é empregada com facilidade em táticas como o garfo e o espeto.
A Dama movimenta-se em linhas retas pelas fileirascolunas e diagonais no tabuleiro. Não pode pular suas próprias peças ou as adversárias e captura tomando a casa ocupada pela adversária. Devido ao seu valor, normalmente é trocada somente pela dama adversária e o seu sacrifício, em função de outras peças, são posições que normalmente determinam o desfecho da partida.

Arqueologia




                                                                           Escultura em marfim, datada do século XI
As duas figuras mais antigas pertencem ao conjunto de peças de Carlos Magno e foram encontradas no sudeste da Itália, perto da cidade de Salerno e foram datadas entre 1080 e 1100. São figuras femininas em marfim, enclausuradas num pavilhão com pequenas cortesãsao lado. Ambas usam coroas como sinal de sua autoridade, e uma carrega um globo em uma de suas mãos enquanto a outra tem uma das mãos sobre um cinto afivelado. Acredita-se que estas peças eram elementos decorativos, não sendo utilizadas para a prática do xadrez, devido ao seu tamanho de aproximadamente treze centímetros e massa de um quilo. Outra figura, datada do século XII, é em marfim da Dama sentada em um largo trono, com uma mão sobre o peito e outra sobre o colo, repetindo um gestual de autoridade.[1]
Uma peça de origem espanhola datada do século XII, tem o desenho de uma figura sentada em um pequeno trono, semelhante a um autorama sendo uma das primeiras evidências no país.[2]Enquanto existem evidências arqueológicas na Espanha, Alemanha e Itália, na França eInglaterra estas são mais raras, tornando difícil rastrear quando a peça foi introduzida nestes países.[3]
As peças de Lewis possuem a figura da Dama semelhante ao Rei, sentada em um trono adornado utilizando uma coroa, porém com uma das mãos na bochecha e com um olhar atônito externando preocupação. Os desenhos dos adornos no trono indicam que as peças são de origem escandinava.[4] Quando o jogo foi introduzido na região, a figura da Dama já estava consolidada sob o tabuleiro, existindo substancial evidência arqueológica de peças escavadas na SuéciaNoruega e Dinamarca, que superam em número os artefatos encontrados em todos os outros países europeus.

Etimologia


                                                                             Dama no conjunto de peças de Lewis


chaturanga, predecessor indiano do xadrez, não possuía uma figura feminina notabuleiro, tampouco peça com movimentos semelhantes à Dama no xadrez moderno. No chaturanga, o lugar da Dama era ocupado por uma peça denominada Mantri, que significa vizir ou conselheiro real. Ao atingir a Pérsia esta peça foi chamada de farzin e posteriormente Firz.[6][7]
No século X, o xadrez chegou à Europa trazido pelos árabes e no poema Versus de Scachis (c.997) é feita a primeira menção da Dama, descrita em latim como Regina(Rainha), embora seu movimento fosse idêntico ao do firz.[8] O Libro de los juegos(1283) contém uma descrição detalhada do firz, que na Espanha foi transliterado paraAlfferza. Esta peça provém do árabe Al-firzan, que significa vizir sendo o alfferzaconceitualizado como um porta-bandeira (Alfferz), porém a figura foi passada à forma feminina. Esta troca do sexo causou certa confusão devido à presença do firz, uma peça abstrata e masculina, empregada nos conjuntos de peças árabes.[9]
Na Itália, a peça foi nomeada ferzia ou fercia, e na França fierce ou fierge, onde trocou de sexo devido a homofonia entre fierge e a palavra francesa vierge, que significa donzela ou virgem. Sua posição ao lado do Rei no tabuleiro elevou seu status à realeza, principalmente nos países onde havia a presença marcante de rainhas na monarquia.[10] O culto a Nossa Senhora e o amor cortêscoincidiram com a ampliação dos movimentos na peça, consolidados do século XV. Como consequência, países católicos como a Itália, França e Espanha utilizaram o vernáculo correspondente de domina que evocam a "Nossa Senhora" enquanto que os países transformados pela reforma protestante como Alemanha e Inglaterra se recusaram a utilizar esta derivação que poderia sugerir um culto a Virgem Maria, optando por usar o termo secular "Rainha".[11] A peça passou a ser chamada de Dama na França (Dame), Alemanha (Dame), Itália (Donna) e Espanha (Dama), e de Rainha na Inglaterra (Queen). Na Rússia ainda é chamada de ferz (koroleva, ou Rainha, é um termo coloquial e não utilizado por enxadristas profissionais), e em polonês é conhecida também como Hetman — o título de um comandante militar nacional. Na Turquia e em outros países que receberam o jogo diretamente dos árabes, a figura masculina do firzpermaneceu embora seus movimentos tenham se tornado idêntico aos da Dama posteriormente.[12].

Evolução




                                      Imagem de Isabel de Castilla na pintura conquistato de Granada, de 1482, por Pedro Marcuello.

O poema Verses on the Game of Chess escrito pelo rabino espanhol Abraão ibn Ezra no final do século XI não inclui a Dama no jogo, porém um poema posterior do mesmo autor já faz esta menção (Shegal, em hebreu). Estes registros evidenciam a origem europeia de inclusão da Dama no jogo, uma vez que na versão árabe do xadrez praticado na Espanha, coexistiu a figura do al-firzan até o século XIII. Ezra conviveu tanto com os espanhois quanto os árabes e provavelmente recebeu dos primeiros a figura feminina da peça.[13]
No livro Liber de Moribus Hominum et Officiis Nobilium Sive Super Ludo Scacchorum deCessolis a peça tem a primeira ampliação de seu movimento, sendo permitido pular até três casas em seu primeiro movimento, desde que junto ao Rei. Esta foi uma tentativa de manter a submissão da Dama em relação ao Rei, que determinava os seus movimentos "conjugais". Também é descrita a restrição da promoção de um peão a Dama enquanto a original ainda não fosse capturada, de modo a simbolizar a monogamia do casal real.[14] Já na Alemanha, um dos poemas de Carmina Burana escritos por volta do século XIII afirmava categoricamente que quando a Dama era capturada, a partida estava virtualmente perdida porém não indicava qual são seus movimentos.[15]
No mesmo período, o trabalho italiano Bonus Socius descreve o movimento do firz melhorado, permitindo-o pular duas casas em diagonal, semelhante ao movimento do Bispo na época.[16]Algum tempo depois, também foi permitido pular peças adversárias assim como o Cavalo, uma vez por jogo, de modo análogo ao roque realizado pelo Rei sendo que esta regra foi utilizada na Turquia e Rússia até o século XVIII.[17]

Ascensão da Dama

No final da idade média, o movimento da Dama foi ampliado atingindo a regra atual. A primeira evidência desta nova regra pode ser encontrada no poema catalão Scachs d'amor escrito entre 1470 e 1480. O poema descreve uma partida com as regras de movimentação atuais entre Marte cortejando Vênus, observados por Mercúrio e reitera a unicidade da Dama como única e que quando esta é capturada a partida está virtualmente perdida.[18]
Além deste manuscrito, outros dois livros do final do século XV descrevem o novo movimento da Dama, o Libre Del jochs partits dels schachs em nombre de 100 de Francisco Vicente e o Repetición de amores e arte Del axedres com CL iuegos de partido de Luiz Ramíriz de Lucena. A mudança foi tão dramática que o jogo foi chamado por Lucena de de la dama e a versão antiga de del viejo.[19]
As novas regras rapidamente se espalharam pela Europa e já no meio do século XVI eram praticadas em todo o continente. Na Itália e França, a nova variante foi recebida de modo reticente frente aos novos poderes de uma figura feminina e foi nomeada como scacchi de la donna ou alla rabiosa e eschés de la dama ou de la dame enragée. Na Alemanha recebeu o nome de welsches Schachspiel (Xadrez italiano), indicando que as regras foram recebidas a partir da Itália.[20]
Um dos fatores que facilitaram a rápida expansão das novas regras na Europa foi a invenção da prensa de tipos móveis que possibilitou a popularização do livro de Lucena, permitindo que circulasse entre as principais cidades europeias. Outro fator que talvez tenha influenciado foi a expulsão de aproximadamente duas mil famílias de judeus da Espanha. No final do século XV, através do Decreto de AlhambraIsabel I de Castela e Fernando II de Aragão expulsaram os judeus não convertidos da Espanha, que se espalharam pelos principais centros de comércio, acelerando a disseminação das novas regras de movimentação do jogo.[20]
A ascensão da Dama como a peça de maior valor relativo do xadrez coincidiu com o reinado influente de Isabel I de Castela, entretanto é provável que outras rainhas como Leonor da AquitâniaBranca de CastelaTeofânia de Bizâncio e Matilde de Canossa tenham influenciado a inclusão da figura feminina da Dama sobre o tabuleiro. O culto a virgem Maria na França do século XIII também poderia ter influenciado o jogo. O poema Les Miracles de Nostre Dame (Os Milagres de Nossa Dama) figura uma partida entre Adãoenfrentando o Diabo. A Dama neste poema é representada por Maria, que apesar dos movimentos limitados do firz, têm uma importância tal que consegue derrotar (aplicar o xeque-mate) ao Diabo.[21]