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quinta-feira, 18 de abril de 2013

ARTIGO 180 - A CULTURA ENXADRÍSTICA.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.torre21.com/modules/articles/article.php?id=61 NELSON PINAL BORGES, MESTRE INTERNACIONAL. “O Xadrez, que reúne organicamente elementos da Arte, da Ciência e do Esporte, ao longo dos séculos, constituiu parte inalienável da Cultura e da Civilização Mundial”. (I. Linder, Historiador de Xadrez). Consideramos o Xadrez como uma Cultura que evoluiu paralelamente ao desenvolvimento da humanidade; julgá-lo simplesmente como uma diversão intelectual seria minimizar as verdadeiras qualidades desportivas, artísticas e científicas deste jogo milenar. É por isso que, para adquirir a formação integral de um verdadeiro Mestre de Xadrez, é necessário dominar não só a técnica mais complexa, mas também os diferentes aspectos culturais que contribuíram para que este jogo tenha perdurado na mente humana através dos séculos. Para os enxadristas, é importante chegar a ser um jogador capaz de conhecer a teoria das Aberturas e a técnica do Meio Jogo e do Final; converter-se num Mestre com amplos conhecimentos técnicos é uma meta dos jovens aficionados ao Jogo Ciência e de todos os que desejem avançar no difícil mundo das 64 casas. Estudar os Clássicos do Xadrez, desde Philidor a Botvinnik, e analisar as partidas de Fischer, Karpov, Anand e Kasparov, converte-se numa “lei metodológica” para cumprir as aspirações de conquistar sucessos desportivos cada vez superiores. Chega o momento em que o estudante se converte num reconhecido jogador, atinge a Maestria, no entanto, falta-lhe algo para ser um Mestre em toda a extensão da palavra; carece de algo que o faria um extraordinário porta-estandarte do Xadrez: falta-lhe Cultura Enxadrística. Pessoalmente me encontrei com estes enxadristas, fortes jogadores de Xadrez, há que reconhecer, mas desprovidos de uma Cultura Enxadrística que complemente seu bom nível de jogo; estes mal podem conversar sobre temas enxadrísticos, já que estão muito limitados em seus conhecimentos. Que aspectos são os mais significativos de conhecer para possuir uma integral Cultura Enxadrística? São inumeráveis, mas, fundamentalmente, pode-se destacar os seguintes: - A História do Xadrez. - A Evolução das Correntes enxadrísticas, desde Philidor, passando pela Escola Soviética, até nossos dias. - Os Clássicos do Xadrez, incluindo todos os Campeões Mundiais e o aporte de suas idéias ao desenvolvimento enxadrístico universal. - Os Torneios que fizeram e fazem época dentro do Xadrez mundial. - As Partidas famosas de todos os tempos. - As Frases Célebres que enaltecem os valores e as virtudes do Xadrez. - A relação do Xadrez com outras Ciências: a Matemática, a Psicologia, etc. - A vinculação do Xadrez com a Literatura, o Cinema, a Filatelia, etc. - A inter-relação entre o Xadrez e a Cibernética. - Biografias dos jogadores representativos de diferentes Escolas e épocas. - Curiosidades e episódios. Finais e Problemas artísticos que embelezam o Xadrez. - Os livros imprescindíveis para conseguir uma base enxadrística adequada que permita chegar à Maestria. Sem dúvida, pode-se mencionar muito mais, já que o mundo do Xadrez tende ao infinito e portanto são muitos os fatores práticos e intelectuais que o convertem numa Cultura universal integrada por uma extraordinária auréola de temas. Embrenhar-se no tempo do desenvolvimento de uma determinada variante ajudaria o jogador a assimilar melhor seu estudo. Por exemplo, ao estudar a variante Najdorf na Defesa Siciliana, é impossível não se remontar ao Torneio internacional de Gotemburgo de 1955, onde aconteceu a famosa Tragédia Argentina. Ao situar-se no tempo e nos pormenores da mesma, temos melhor formação intelectual para compreender melhor enxadrísticamente dita variante. Da mesma forma, se conhecermos de antemão detalhes do match pelo Campeonato do Mundo de 1972, sem dúvida estaremos em melhores condições para compreender a importante jogada 14. Cb1!?, realizada por Boris Spasski na Siciliana do Peão envenenado proposta por Robert Fischer na partida número 11 do match. Também é evidente que se conhecemos parte da vida de um determinado autor compreendemos melhor seus livros, suas idéias e seus objetivos. Isso acontece com diversas situações ao estudar Xadrez. Se temos uma formação cultural enxadrística ampla, estaremos em condições de assimilar melhor o estudo do Xadrez e poder progredir com maior facilidade. A Cultura Enxadrística pode ser adquirida lendo, estudando e conversando sobre diferentes tópicos do Xadrez. Conversar com um Mestre que possua elevados conhecimentos técnicos e ampla Cultura Enxadrística constitui uma privilegiada cátedra de Xadrez, da qual nem todos podemos desfrutar periodicamente. Por isso, é importante o papel que desempenham na atualidade as páginas de Xadrez da INTERNET, as que cumprem o excelente papel de divulgação, não só de notícias da atualidade internacional, mas também de uma extensa gama de aspectos culturais relacionados com o Jogo Ciência. Nelson Pinal Borges, MI. Santo Domingo, 05/12/05. Artigos do MI Nelson Pinal em espanhol na web Ajedrez Espectacular. Fonte: Ajedrez Espectacular. Compare preços de livros de Xadrez no Buscapé. Tradução: Elias Muniz.

ARTIGO 179 - XADREZ NA CABEÇA.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2609201109.htm XADREZ NA CABEÇA. Saiba quais regiões do cérebro são estimuladas durante o jogo e os benefícios da prática desse esporte. NÚCLEO CAUDADO. Responsável pelo pensamento rápido e pela formação do hábito, corresponde à intuição. É ativada nos jogadores intermediários e profissionais. ÁREA DE ASSOCIAÇÃO. No lado esquerdo do cérebro, a região associa todas as informações captadas pelos sentidos e dá uma compreensão lógica a elas. O raciocínio lógico de alto nível exigido pelo xadrez coloca a área para trabalhar duro durante o jogo, especialmente entre os bons jogadores.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

ARTIGO 178 - ORIENTAÇÃO AOS ENXADRISTAS INICIANTES.

VITÓRIA. Para obter a vitória no jogo de xadrez, é preciso por o Rei adversário em uma posição na qual seja impossível escapar, ou seja, dar um xeque-mate. O jogador que fizer isso primeiro vence a partida. No entanto também é possível vencer sem que o xeque-mate seja dado, caso o adversário perceba que o mate é iminente, pode escolher abandonar a partida, entregando a vitória ao oponente. Existem três formas de escapar de um xeque: - Capturar a peça atacante; - Interpor uma peça entre o Rei e a peça atacante; - Mover o Rei para uma casa que não esteja sob ataque. Porém, se nenhum desses movimentos puder ser efetuado, então o xeque-mate é concretizado e a partida termina. Ao contrário do que muitos jogadores acreditam, não é necessário anunciar o xeque, e em algumas modalidades, como em partidas blitz, é desaconselhado. É obrigação do jogador perceber que seu Rei está sendo ameaçado. EMPATE. Uma partida de xadrez pode terminar em empate, dadas algumas situações: Rei Afogado: nessa situação o Rei encontra-se encurralado em uma posição da qual não consegue sair, pois nenhum lance é legal. É semelhante ao xeque-mate, exceto pelo Rei não estar em xeque. Esse lance é controverso na história do xadrez, tendo sido considerado por momentos como vitória do jogador cujo Rei termina afogado, em outros momentos visto como derrota, e hoje, finalmente, como empate. Xeque perpétuo: não há uma regra que defina o xeque perpétuo como empate, no entanto a maioria dos jogadores concorda. Como o próprio nome sugere, o xeque perpétuo ocorre quando um jogador realiza uma série de xeques sem que seja possível dar um mate. Pelas regras oficiais, esse movimento resultará em empate pela Regra das Três Posições ou pela Regra dos 50 Movimentos. Regra da Três Posições: segundo as regras oficiais estabelecidas pela FIDE, um jogador pode reclamar o empate quando uma posição for repetida pela terceira vez em um jogo. A reclamação deve ser feita na vez do jogador, e as possibilidades de movimento tem que ser as mesmas para todas as peças no tabuleiro. Se na primeira posição existia a possibilidade de roque e agora não há mais, então não é a mesma posição. Regra dos 50 Movimentos: outra regulamentação da FIDE institui que o jogador pode reclamar o empate se os 50 últimos lances de cada jogador foram feitos sem que nenhuma peça fosse capturada ou que houvesse movimento de qualquer peão. Insuficiência material: é considerado empate caso os jogadores não tenham peças suficientes para dar o xeque-mate. O mínimo de peças considerado suficiente é de a) Rei e Dama; b) Rei e Torre; c) Rei e dois Bispos; d) Rei, Bispo e Cavalo. Também é possível ganhar a partida com o Rei e um peão, porém ele deve ser promovido a Dama ou Torre para efetuar o xeque-mate e evitar o empate. Comum Acordo: um jogador pode oferecer o empate, na sua vez, e a partida se dá por encerrada caso o oponente aceite. Se o oponente recusar a oferta de empate, a partida segue, sendo que o jogador a oferecer o empate não pode repetir a oferta, tampouco pode o oponente aceitar a oferta em uma jogada posterior. LANCES IRREGULARES. Dentre os lances considerados irregulares, que vão contra as regras do jogo de xadrez, o mais grave é colocar seu próprio Rei em xeque. O objetivo do jogo de xadrez tem duas faces; atacar o Rei adversário E proteger seu próprio Rei, portanto é absolutamente proibido fazer qualquer lance que vá contra esse objetivo. No xadrez os lances irregulares são proibidos, de forma que o jogador que cometer alguma dessas infrações deve corrigir o lance ilegal, retornando à posição anterior e fazendo um novo lance. Isso não significa que é permitido executar lances irregulares indiscriminadamente, uma vez que a jogada é corrigida e o jogador tem a chance de executar outro movimento. Um jogador que cometer três infrações é considerado perdedor da partida imediatamente. São considerados lances irregulares ou ilegais: fazer um lance com uma peça em um movimento não-válido para a mesma, ou seja, mover-se em linha reta com o Bispo ou em diagonal com o Cavalo. Estando o Rei em xeque, fazer um movimento em que ele permaneça em xeque. Fazer qualquer movimento, seja com o Rei ou outra peça, que coloque o Rei em posição de xeque. É importante lembrar que a correção do movimento deve ser feita com a mesma peça que foi movida na execução do lance irregular. Caso o jogador tenha movido o Cavalo e, dessa forma, colocado seu próprio Rei em xeque, ele deve retornar o Cavalo à posição anterior e fazer outro lance com o mesmo Cavalo, de modo que seu Rei esteja protegido. Somente se não houver movimento legal a ser executado com a peça em questão, o jogador tem o direito de mover outra peça do tabuleiro. ETIQUETA DO XADREZ. O ato de mover as peças no xadrez apresenta certas regras, algumas que não necessariamente influenciam o resultado do jogo, mas que funcionam como um tipo de manual de etiqueta. Uma dessas regras, que consta nas regras oficiais da FIDE (4.1), diz que cada lance deve ser feito com uma mão só. Até mesmo o simples ato de tocar em um peça é considerado parte do lance, o que significa que ao tocar em uma peça no tabuleiro, você deve usá-la na jogada. Para arrumar uma peça no tabuleiro, dentro da sua própria casa, é necessário dar um aviso. A expressão mais comum é 'J'adoube', do francês, mas aceita-se também o 'I adjust', do inglês, e 'Ajuste', em português. Derrubar ou deslocar as peças, mesmo que acidentalmente, é passível de penalidade. Quando em competições, as partidas de xadrez são jogadas com o uso de relógios. Os lances são considerados completos apenas quando o jogador para seu relógio, acionando o relógio do adversário. Como o manuseio do relógio faz parte do lance, ele deve ser parado com a mesma mão utilizada para mover as peças no tabuleiro. O mau manuseio do relógio é digno de penalidade, seja por derrubá-lo, acioná-lo com muita força ou até mesmo segurá-lo. Por ser um jogo que exige concentração, os jogadores permanecem em silêncio praticamente durante toda partida. O silêncio só é quebrado em casos como o citado acima, quando o jogador anuncia o ajuste das peças, ou para pedir empate. Como mencionado anteriormente, o jogador deve pedir pelo empate na sua vez, e caso o pedido seja recusado pelo oponente, não pode ser feito novamente. Essa regra assegura a tranquilidade da partida, impedindo um jogador de ficar importunando o adversário com constantes pedidos de empate. Fases da Partida Abertura REGRAS SIMPLES E ÚTEIS PARA ABERTURAS: Iniciar com um dos peões centrais para ocupar o centro. Procurar desenvolver uma peça em cada lance no início da partida, salvo por algum motivo especial. Não movimentar uma peça já desenvolvida, dando preferência às peças nas suas casas originais. Realizar o roque cedo, de modo a resguardar o Rei. a) iniciantes – exemplos de aberturas para iniciantes b) clássicas – as aberturas clássicas dos mestres MEIO-JOGO. a) iniciantes. b) clássicas. FINAL. a) iniciantes. b) clássicas. PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.soxadrez.com.br/conteudos/fases_partida/index.php

terça-feira, 16 de abril de 2013

ARTIGO 177 - UM TEXTO SOBRE XADREZ, MUITO INTERESSANTE.

"Grande parte do meu tempo eu gasto no xadrez. Há quem diga que é tempo perdido, tempo jogado fora, tempo desperdiçado. Há quem diga que eu não ganho nada com isso, que isso não leva a nada, que isso é falta do que fazer. Há quem diga que é chato, sem graça dentre outras criticas. Mas acontece que têm certas coisas que vão muito além do que se pode ver, muito além do que pode comprar, muito além do dinheiro, sucesso, fama, enfim muito além de pequenos horizontes, muito além de mentes pequenas. Jogando xadrez eu encontro paz e ao mesmo tempo adrenalina, é um refúgio para meus problemas encontrando mais problemas do que se pode calcular, é uma porta que se abre para o infinito. Jogando xadrez percebo que eu posso criar um universo do jeito que eu quiser dentro de um espaço só meu, percebo que tanto no xadrez como na vida meu maior adversário sou eu mesma, minhas vitórias ou derrotas só dependem de mim, eu posso vencer limites, pois minhas barreiras são imaginárias e sou eu quem as cria, assim como posso derrubá-las. Xadrez é concentração, planejamento, estratégia, ousadia, imaginação, estudo, tática, lógica, cálculo, mistério, fantasia, criatividade, raciocínio. Exige treinamento, observação e muito esforço. É uma guerra; são dois exércitos. Não se pode errar, mas todo mundo erra. Vai perder quem errar primeiro." Postado por ousadiainchess chess às 15:28 PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://ousadiainchess.blogspot.com.br/2013/02/um-texto-sobre-xadrez-muito-interessante.html

sábado, 6 de abril de 2013

ARTIGO 176 - XADREZ É TERAPIA.

Muito pouco se fez pelo xadrez no Brasil em se falando dos meios de comunicação. O primeiro campeonato brasileiro foi realizado apenas em 1927. Quem já ouviu falar no primeiro campeão e no primeiro vice-campeão de xadrez do Brasil? O campeonato ocorreu na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro. O vitorioso foi João de Souza Mendes contra Vicente Túlio Romano. Tento adivinhar as razões. Certa necessidade de se escamotear um complexo de inferioridade nascido da ideia de que xadrez é uma ocorrência de elite. Para poucos. Multidões jogam peteca e futebol, nunca xadrez. Preferem antes se lançar ao divertido jogo de damas. São argumentos frágeis porque levam à discriminação de algo absolutamente consagrado em todas as mentes esclarecidas do globo e talvez até fora dele. O único erro dos astronautas ao pisotearem a lua foi o de não terem jogado uma partida de xadrez lunar. Relegando uma ocorrência que, se acaso não existisse, jamais levaria a humanidade a lugar algum. Nossa mente é essencialmente um modelo da estrutura das combinações, das variantes de cada lance até o ponto fatal. De origem desconhecida, muito embora se conheça os rudimentos mais remotos. Chego a dizer que não parece ter sido criado pelo homem. Ou melhor, teria havido um primeiro homem fundamentalmente e absolutamente mais sábio do que os demais. Que desapareceu deixando apenas o xadrez como rudimento de sua extraordinária visão. Não coloco os extraterrestres ou nenhuma figura mítica porque deposito na humanidade os caprichos da evolução. Mas o desconhecido é matéria básica das nossas ilusões. O preconceito contra a produção intelectual se baseia no fato da grande maioria progredir partindo do suor da força bruta. Talvez se explique a necessidade de fruição das massas partindo de esportes radicais. Porém a evolução humana se deu com a mente em variações inéditas sobre a mesmice imposta. Isso é xadrez. A fábrica esplêndida de momentos impressionantes. Vai aqui um grande abraço ao quase desconhecido Campeão Brasileiro de xadrez, detentor do grande título concedido pela FIDE em 2009, André Diamant. Ele que espere uma oportunidade e lhe darei um bom mate. Sonhar não custa nada. Há pouco tempo o garçom Rodrigo me viu com um livro de dois grandes mestres que são o Gerson Peres Batista e Joel Cintra Borges e me disse que estava sentindo falta da terapia. - Que terapia? - Do xadrez. Explicando que uma professora lhe ensinou a jogar e ele uma vez por semana ia até a sua casa para praticar. Isso lhe proporcionava um grande alívio as suas dificuldades. Grande professora! Grande Rodrigo! Grandes enxadristas! Tércio Ricardo Kneip. Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2010 Código do texto: T2531350. PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

ARTIGO 175 - Terceira idade: o xadrez é uma excelente terapia.

Autor: Profº Adriano Pena Ribeiro Lemos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde é o mais alto estado do vigor mental e físico, a qual colabora para o equilíbrio e completo bem-estar. O Xadrez, criado há mais de 3 séculos antes de Cristo é praticado atualmente, sobre um tabuleiro de 64 casas, em que se fazem mover diversas peças ou figuras. Hoje o Xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo, fascinando milhões de pessoas em diversas partes do planeta. A utilidade do Xadrez se expande para as mais diversas áreas de conhecimento, dentre elas, a matemática, na computação, na administração e até no desenvolvimento de outras modalidades esportivas, o que contribui para uma boa saúde. A maior comprovação da contribuição do Xadrez para a saúde, vem dos primórdios da origem do xadrez. Conta a lenda que um determinado rei recebeu a notícia que seu filho havia falecido em uma guerra. O rei então se recolheu e seus aposentos e só aparecia para receber seus ministros e sábios. Com o passar dos dias, mais se agravou angústia e a tristeza que oprimiam o coração do rei. De que poderiam servir os ricos palácios, os elefantes de guerra, os tesouros imensos, se já não mais vivia a seu lado aquele que fora sempre a razão de sua existência? Depois de alguns dias surgiu um moço pobre e modesto que se chamava “Lahur Sessa” querendo falar com o rei já a muito tempo. O rei resolveu atender o pobre moço que queria lhe dizer que inventou um jogo que pudesse distraí-lo e abrir seu coração para novas alegrias. O rei achou o jogo tão interessante que começou a aprender a jogar. Em poucas horas de aprendizado e muitas perguntas o rei começou a derrotar os seus dignos vizires e começou também a se sentir mais feliz. O jogo naquela época, com formato original, simulada uma Guerra de dois exércitos. Com o tempo, o jogo foi evoluindo até chegar aos dias atuais com esta forma que conhecemos e regras que jogamos. Analisando a lenda ilustrada, concluímos que o rei fez do Xadrez uma espécie de terapia para sua vida, de modo que através dele, a felicidade se fez presente quando jogava. Dessa forma, podemos observar ainda que a palavra felicidade está diretamente ligado ao bem estar, ao contentamento, ao bom resultado, êxito ou seja, qualidade ou estado de quem é feliz. Aprofundando, recentes estudos elaborados por três pesquisadores do University College, em Londres, demonstraram que a felicidade está diretamente ligada ao bom funcionamento do sistema endócrino e cardiovascular. Analogicamente podemos concluir que o rei gostou tanto do Xadrez que se sentiu mais feliz e deixou a moléstia de lado. Atualmente os apaixonados pelo Xadrez dizem que este esporte é como a música e o amor, são capazes de estimular a produção de hormônios do bem estar e deixar o homem mais feliz. Durante vários anos de prática de Xadrez e observando a evolução dos alunos pude constatar que a maior parte dos enxadristas são felizes diante de um tabuleiro. Eles dizem que o Xadrez traz uma felicidade em nossa vida e serve como terapia para uma vida mais feliz, saudável, que é uma atividade prazerosa para descansar a mente. Consoante, muitos psicólogos já indicam o Xadrez aos seus pacientes que tem uma vida estressada e agitada com a finalidade de relaxar e acalmar. Nesse sentido constatamos também o uso no auxílio ao tratamento da depressão e do cansaço mental, pois ele estimula o pensar (raciocinar) beneficiando o paciente com a calma e tranquilidade pois o momento de cada lance traz o silêncio da partida para o cerebro. Outra relação do Xadrez com a saúde é que 99% das pessoas que o praticam durante sua vida, não desenvolvem doenças como “Mal Alzheimer” e mal de “Mal de Parkinson” é de se considerar que esse rol é apenas exemplificativo, pois existem muitas outras doenças que poderíamos citar. Quanto a uma curisosidade é que um dos homens mais velhos do mundo ganhou uma aposta na Inglaterra. Alec Holden vivia na inglaterra e tinha 90 anos e dizia que “iria viver eternamente”. Com essa brincadeira, Alec apostou em uma casa de aposta que viveria ate os 100 anos e voltaria para pegar o prêmio. O “centro de avaliação de chances” (como um amigo meu caracteriza tais lugares) “William Hill” (nome da tal casa) aceitou a proposta e acolheu as 100 libras do jogador, prometendo pagar-lhe, caso ele sobrevivesse mais 10 anos, a importância de 25 mil libras, algo em torno de 100 mil reais. Isso porque a casa avaliou que tal aposta permitia a chance de somente 1 vez ser bem sucedida entre 250 tentativas semelhantes. Agora que ela sabe que o “velhinho soprou suas 100 velinhas” e amarga um tremendo prejuízo, acaba de subir a idade mínima em casos similares para 110 anos. Não foi informado se Alec quererá renovar sua aposta e concorrer nesse novo, digamos, “patamar etário”. Vocês devem estar se perguntando: onde está o xadrez nesta história? É simples! Quando perguntaram sobre o que ele havia feito ao longo de sua vida inteira para não somente atingir o centenário de idade, mas ainda estar com muita saúde, lucidez, disposição e, mesmo que pareça exagero, uma boa dose de jovialidade, ele respondeu: “eu sempre como mingau no café-da manhã e Jogo Xadrez todos os dias! Aha! “O perfeito equilíbrio na vida: mingau para o corpo e Xadrez para a mente! Tudo a ver! Hoje em dia existe também a terapia do Xadrez dirigida especialmente para os que não vão bem nos estudos. O introdutor desse método em São Paulo é o psicólogo Estevan Matheus, que atende sobretudo pré-adolescentes e adolescentes. “Enquanto ensino os lances do jogo, puxo conversa sobre a vida em casa, na escola e com os amigos”, conta Matheus. “O resultado é compensador. Dá para notar um bom reforço cognitivo, que se traduz em maior concentração e melhora das notas” diz Estevan Matheus a uma entrevista publicada no site “www.saude.abril.com.br”. Dessa forma, está comprovado, devemos cuidar bem da nossa saúde física, sempre lembrando que a saude mental é a base de uma vida mais saudavel, pois, velha conhecida e mais, grande aliada “Mente sã, corpo são” diz tudo. Então, vamos á prática do Xadrez! “Uma vida saudável está em uma boa alimentação e na pratica diaria de xadrez”. Autor: Prof. Adriano Pena Ribeiro Lemos Enxadrista Daiane Geralda da Silva (Bacharel em Direito) Rua Dom José Gaspar 51 A – Araxá – MG Extraído do site: clubedexadrez PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

ARTIGO 174 - RAZÃO E AUTOCONTROLE.

Por: Cinthia Jachic. Cinthia Jachic. Marisa Helena Ribas. Terezinha Sokoloski. RESUMO: Percebe-se a necessidade de que os profissionais da educação mobilizem-se através de estratégias diferenciadas para auxiliarem as crianças que apresentam defasagens na aprendizagem e não se concentram para realizar suas atividades escolares. Daí propor-se o tema: “Xadrez: Razão e Autocontrole”, pela importância deste jogo para o desenvolvimento dos processos psicológicos básicos da criança. Pensando no crescimento intelectual, cognitivo, emocional, moral e social dos educandos, a presente pesquisa teve como objetivo trabalhar com o jogo de xadrez na segunda etapa do ciclo I e segunda etapa do ciclo II, contando com as professoras regentes, e com a professora de Educação Física. Uma das melhores lições que uma criança pode obter na escola é como organizar seu pensamento, e esta valiosa lição pode ser obtida mediante o estudo de xadrez. PALAVRAS-CHAVE: Xadrez, jogo. CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS Ao final do projeto apresentou-se como uma experiência rica em que todos os alunos puderam discutir aspectos importantes relacionados à proposta que foram implantadas na prática. Entre os aspectos apresentados destacamos aquele que relaciona o desenvolvimento das habilidades nos alunos, principalmente, com o empenho e a orientação. A amplitude pedagógica deste jogo merece ser muito bem aproveitada pelo educador tanto na interdisciplinaridade como na socialização dos alunos, até o lado esportivo pode desenvolver no aluno valores e a consciência do saber ganhar e saber perder e do respeito ao adversário, além de ser um jogo que não tem distinção de sexo, ou seja, menina pode jogar em igualdade com um menino diferentemente ao que acontece em alguns esportes. O estudo e o jogo do xadrez possibilitaram a substituição de alguns materiais concretos, minimizando o tempo para entendimento em uma aula, pois a partir de determinado momento as crianças já passaram a dominar as regras e o objetivo do jogo. Dessa maneira a criança desenvolve cada vez mais sua capacidade de concentração, raciocínio lógico, abstração, autocontrole, paciência, autonomia, criatividade e imaginação. Assim, além de contribuir para a formação de conceitos interdisciplinares o jogo de xadrez é um eficiente meio para se formar um aluno social, com valores bem definidos para conviver em sociedade. Concluindo, pode-se afirmar que nos aspectos cultural e artístico, a prática constante do xadrez, bem como o seu estudo, darão ao aluno condições de melhorar o seu desempenho nas demais disciplinas curriculares, bem como raciocínio mais rápido e cálculo preciso, assim como o estímulo da imaginação e criatividade, sendo portanto um instrumento de suporte pedagógico às demais disciplinas. Referências CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus Editorial, 1954. SÁ, Antonio Villar Marques. O xadrez e a educação. Curitiba: Revista Preto e Branco, 1990-1991. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz & Terra, 1996. GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o Jogo como Elemento da Cultura. Editora Perspectiva, 1996. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais Infantis: Jogo, Criança e a Educação. Editora Vozes, 1993. LASKER, Edward. A Aventura do Xadrez. São Paulo: Ibrasa, 1962. PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na Criança. Imitação, jogo e sonho, imagem e representação.Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. SILVA, Wilson. Meu Primeiro Livro de Xadrez – Curso para Escolares. Curitiba: Expoente, 2003. _____ Iniciação Enxadrística para Educadores. Curitiba, 2004. TIRADO, Augusto; SILVA, Wilson da. Meu primeiro livro de xadrez: curso para escolares. Curitiba: Expoente, 1995. VASCONCELLOS, F. Apontamentos para uma História de Xadrez e 125 Partidas Brilhantes: Brasília: Santa Casa Editora, 1994. VIGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. YUNES, Eliana; PONDÉ, M. da Glória. Leitura e Leituras da Literatura Infantil. São Paulo: FTD, 1988. http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/xadrez-razao-autocontrole.htm PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

ARTIGO 173 - O LANCE MAIS HONESTO DA HISTÓRIA DO XADREZ.

Hoje em dia a prática de suspender uma partida para continuá-la numa próxima sessão é muito pouco utilizada. Os torneios de xadrez rápido e/ou relâmpago geralmente concluem todas as rodadas num dia ou no máximo em 2 ou 3 dias. Somente em alguns torneios de longa duração, do tipo todos-contra-todos e em matches pelo título de Campeão Mundial de Xadrez, esta regra é válida e pode ser acionada. E isto normalmente acontece quando uma partida não chega ao fim depois de decorridos 4 horas de jogo. Neste caso, o “lance secreto” é selado em um envelope que fica em poder do árbitro até o reinicio da partida. MILAN VILDIMAR X CAPA BLANCA. O que fez com que VIDMAR tomasse essa decisão nos segundos finais do tempo de CAPABLANCA só veio a ser conhecido anos mais tarde, através das MEMÓRIAS deixadas por VIDMAR: “Quando nós saímos após suspender a partida, eu falei para CAPABLANCA que provavelmente teria que baixar minhas armas logo. Nós falamos em Francês, idioma que ele era tão pouco proficiente quanto eu. Ele assentiu gentilmente e nós nos separamos. No recomeço da partida, o árbitro abriu o envelope selado, fez o meu lance no tabuleiro e acionou o relógio das Brancas. Um pouco mais tarde senti alguém tocando o meu braço: ‘CAPABLANCA ainda não chegou’, disse o árbitro ansioso. ‘Ele já perdeu bastante tempo’, respondi e passei a observar outras interessantes partidas em andamento. Algum tempo depois, que não sei quanto, senti a mão do árbitro novamente. Ele estava indescritivelmente preocupado: ‘Em um minuto ou no máximo dois, o Campeão Mundial vai exceder no tempo’, disse. Um opressivo sentimento de inquietação afligiu-me. E se, quando nós conversamos na saída, CAPABLANCA não entendeu o que eu havia dito? E se ele tomou minhas últimas palavras como sendo: ‘Eu abandono’, escritas no envelope selado? Então, se eu eventualmente ganhasse o 1º lugar no torneio mediante este não entendimento, o seria de uma forma desleal. Com dificuldades eu forcei passagem através dos espectadores, cheguei na minha mesa e deitei o meu Rei, sem mais delongas. A seta do relógio caiu. CAPABLANCA apareceu, viu meu Rei deitado e sorriu gentilmente para mim. Nós nunca conversamos a respeito da angústia que passei ou a respeito do perigo em que ele, não intencionalmente, se colocou. Eu preciso admitir que a minha posição não poderia ser salva se a partida fosse retomada. Eu até esqueci este curioso incidente. Porém, em Nottingham/1936, o Presidente da Federação Britânica de Xadrez apresentou-me como ‘O HOMEM QUE FEZ O MAIS HONESTO LANCE JAMAIS VISTO NA INGLATERRA’”. O torneio de Londres/1922 terminou com a vitória de CAPABLANCA com 12 pontos, seguido por ALEKHINE e VIDMAR com 11,5 pontos cada, sendo que o único ponto inteiro perdido por VIDMAR foi justamente o da partida contra CAPABLANCA. Poderia, portanto, ter obtido o 1º lugar, não fossem os ditames honestos da sua consciência. Eis a partida: Capablanca,J – Vidmar,M [D64] London 1922 – Round 13 1.d4 d5 2.Cf3 Cf6 3.c4 e6 4.Cc3 Be7 5.Bg5 Cbd7 6.e3 0–0 7.Tc1 c6 8.Dc2dxc4 9.Bxc4 Cd5 10.Bxe7 Dxe7 11.0–0 b6 12.Cxd5 cxd5 13.Bd3 h6 14.Dc7 Db4 15.a3 Da4 16.h3 Cf617.Ce5 Bd7 18.Bc2 Db5 19.a4 Dxb2 20.Cxd7 Tac8 21.Db7 Cxd7 22.Bh7+ Rxh7 23.Txc8 Txc8 24.Dxc8 Cf6 25.Tc1 Db4 26.Dc2+Rg8 27.Dc6 Da3 28.Da8+ Rh7 29.Tc7 Dxa4 30.Txf7 Dd1+ 31.Rh2 Dh5 32.Dxa7 Dg6 33.Tf8 Df5 34.Tf7 Dg6 35.Tb7 Ce4 36.Da2 e5 37.Dxd5 exd4 38.Tb8 Cf6 39.Dxd4 Df5 40.Txb6 Dxf2 41.Dd3+ Rg8 42.Tb8+ Neste ponto VIDMAR teria feito o seu “lance secreto”, o qual não se conhece (seguramente 42….Rf7), porém no último momento mudou para ABANDONO. (1–0) PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

ARTIGO 172 - SIGNIFICADO DE "BY".

A ORIGEM É DA LÍNGUA INGLESA. NA PALAVRA "BY", NO JARGÃO ENXADRÍSTICO, SIGNIFICA UMA REDUÇÃO DA PALAVRA “stand by” (em espera). NOS TORNEIOS E NOS CAMPEONATOS DE XADREZ, UM DOS JOGADORES ESTÁ PRESENTE E O OUTRO JOGADOR ESTÁ AUSENTE. NO MOMENTO DO INÍCIO DA PARTIDA, O ÁRBITRO VERIFICA O FUNCIONAMENTO DOS RELÓGIOS DO TORNEIO. EM SEGUIDA, ACIONA O RELÓGIO, COM A PERMISSÃO DO ÁRBITRO DE XADREZ. A PARTIR DO MOMENTO QUE ACIONA O RELÓGIO, O TEMPO DO JOGADOR AUSENTE COMEÇA A CONTAR, NUMA CONTAGEM REGRESSIVA. O JOGADOR PRESENTE FICA EM ESTADO DE "STAND BY" (EM ESPERA), DO JOGADOR AUSENTE. CASO, O JOGADOR AUSENTE COMPAREÇA, TERÁ DIREITO DE PARTICIPAR DA PARTIDA DA RODADA. O JOGADOR QUE ATRASOU-SE, SOMENTE TERÁ DIREITO, NO TEMPO REGRESSIVO, QUE CONSTAR NO SEU RELÓGIO. EXEMPLO: SE UMA PARTIDA, OS RELÓGIOS FOREM AJUSTADOS, PARA DUAS HORAS (120 MINUTOS) E UM DOS JOGADORES PERMANECE AUSENTE, POR UMA HORA E MEIA (90 MINUTOS). QUANDO O JOGADOR ATRASADO CHEGAR E JOGAR, SOMENTE ESTE, TERÁ DISPONÍVEL MEIA HORA (TRINTA MINUTOS), ENQUANTO O JOGADOR ADVERSÁRIO DISPONIBILIZARÁ DE DUAS HORAS (120 MINUTOS). EXEMPLO 2: SE O JOGADOR ATRASADO CHEGAR DEPOIS DAS DUAS HORAS, EM QUE FOI ACIONADO O RELÓGIO, O JOGADOR PRESENTE GANHA A PARTIDA. AFINAL, O JOGADOR AUSENTE, MERECEU A DERROTA, PORQUE, PRECISOU DE UMA "PUNIÇÃO". AFINAL, O SEU ADVERSÁRIO PERMANECEU ESPERANDO-O, ATÉ O ÚLTIMO SEGUNDO DA PARTIDA. A VITÓRIA DE "BY", REDUÇÃO DA EXPRESSÃO “stand by” (em espera), É DO JOGADOR QUE ESPEROU O TEMPO INTEGRAL (DUAS HORAS OU 120 MINUTOS). A VITÓRIA FOI DE "BY" “stand by” (em espera). EXEMPLO 3. SE O JOGADOR PRESENTE, NÃO QUISER ESPERAR O JOGADOR AUSENTE, DURANTE O TEMPO INTEGRAL DA PARTIDA, AMBOS OS JOGADORES FICAM SEM PONTOS. AMBOS FICAM SEM VITÓRIA. NENHUM DELES TEM DIREITO AO EMPATE. O JOGADOR AUSENTE NÃO MERECE O EMPATE, PORQUE NÃO JOGOU A PARTIDA. O JOGADOR QUE ESTAVA PRESENTE, NÃO QUIS PERMANECER NO EVENTO ENXADRÍSTICO (TORNEIO OU CAMPEONATO), ENTÃO, TAMBÉM NÃO MERECE VITÓRIA, NEM EMPATE. TORNA-SE CLARO, QUE O JOGADOR QUE ESTAVA PRESENTE, NÃO RESPEITOU O TEMPO DO JOGADOR ADVERSÁRIO AUSENTE. SE O JOGADOR QUE ESTAVA AUSENTE, CASO COMPAREÇA, ENQUANTO O JOGADOR IMPACIENTE NÃO O ESPEROU, A VITÓRIA DE "BY" FICA PARA O JOGADOR QUE CHEGOU ATRASADO, MAS QUE AINDA TINHA ALGUM TEMPO PARA JOGAR. ATÉ QUE RESTE-LHE ALGUNS SEGUNDOS DE JOGO. PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). ############################################################################ O que é By: By é uma preposição da língua inglesa que em português significa “por”. Entretanto, pode adquirir diferentes significados que variam de acordo com a situação. Algumas das situações mais comuns em que se emprega o termo “by” são com o significado de “por”, “de” ou “a”: - Indica como algo é feito: sent by post (enviado por correio) - Indica a pessoa responsável por um trabalho: by Ludvig van Beethoven, by Maurício de Sousa - Tempo indeterminado: by day (de dia), by night (de noite) - Meio de transporte: by car (de carro), by boat (de barco) - Ao lado de, junto a: sit by me (sente-se ao meu lado) - Step by step (passo a passo), little by little (pouco a pouco) Normalmente é também empregado na voz passiva, por exemplo,"the exercise was made by her" (o exercício foi feito por ela). Quando a preposição “by”, tal como outras preposições, é adicionada a algum verbo, forma o chamado “phrasal verb” (tem a particularidade de mudar o significado quando acompanhado por preposição). Alguns exemplos desses verbos são “stand by” (em espera), get by (se virar – diante de alguma dificuldade financeira). Adicionada a outros termos também forma expressões idiomáticas. Exemplo: by the way (por falar nisso). PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.significados.com.br/by/

ARTIGO 171 - CULTURA ENXADRÍSTICA: A ETIMOLOGIA DAS VITÓRIAS FÁCEIS (W.O.).

A ETIMOLOGIA DAS VITÓRIAS FÁCEIS. Nas competições de enxadrismo é muito frequente o uso da expressão “ganhar por W.O.” significando aquela vitória que é obtida em virtude da ausência do enxadrista oponente. Normalmente nas competições oficiais, o enxadrista que está presente ainda tem que aguardar por uma longa hora até que a vitória por W.O. se concretize. Mas qual é a origem desta sigla? Procurei em vão no excelente Houassis eletrônico, que me retornou com a mensagem “verbete não existe”. Tentei no meu pequeno Oxford em papel e, para meu desapontamento, também não encontrei a sigla. Por algum motivo, acabei não procurando no Google à época… Esta semana acabei descobrindo por acaso a etimologia da expressão em uma nota da interessante publicação RioNet: “A sigla W.O é a abreviação da palavra em inglês walkover. Significa alguma coisa que foi conseguida muito fácil, sem nenhum esforço. Quando numa partida esportiva, um dos times não aparece, ou não tem representantes suficientes para disputar, o adversário vence automaticamente. A vitória conseguida sem que os times tenham jogado é conhecida pela sigla.” Após ler a nota, consultei novamente o Oxford e lá estava o significado de walkover em apenas meia linha: “an easy victory”. Simples assim. Agora posso ganhar ou perder por W.O. com conhecimento de causa http://enxadrismoecultura.blogspot.com.br/ PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

ARTIGO 170 - JOGAR XADREZ EXIGE PREPARO FÍSICO.

O objetivo deste texto é apresentar o Xadrez como esporte, mostrar suas particularidades e importância na educação. Definir o Xadrez é, sem dúvida, um ato complexo, pois o esporte aborda diversas áreas da expressão humana. Muito oportuna foi a colocação do famoso poeta, romancista e cientista alemão GOETHE (1796) onde ele diz “O Xadrez é a ginástica da inteligência”. Xadrez já faz parte do currículo de escolas públicas dos estados de Minas Gerais, Pernambuco, Brasília, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. Por Nuno Cobra. Aplaudo muito a ideia de ver o jogo de xadrez inserido no currículo escolar em vários estados brasileiros. O xadrez é realmente um excelente exercício para o cérebro e exige muito das emoções. A pessoa adquire um senso muito prático de organização, concentração e desenvolve de forma muito especial a memória. O xadrez trabalha a imaginação, memorização, planejamento e paciência. Nas escolas do primeiro mundo, o xadrez já é praticado há décadas, onde os alunos, além de todo esse desenvolvimento citado, melhoram muito sua disciplina, relacionamento com as pessoas respeito às leis, às regras… À primeira vista o xadrez parece ser apenas um esporte que atua sobre o cérebro, mas desempenha uma função muito importante no desenvolvimento do corpo emocional. O que, aliás, é básico para o desempenho competitivo de um jovem enxadrista. Esse esporte possui a vantagem de trazer a pessoa para um contato mais próximo consigo mesma, porque mede suas capacidades de maneira muito concreta. Mais do que em qualquer outra modalidade, ela se dará conta da necessidade de alta concentração. Ela perceberá que quando se distrai, acaba fazendo um lance absolutamente errado, que não faria nunca, se estivesse mais concentrada. O xadrez é um esporte muito amplo, pois o cérebro ‘maquina’ o tempo todo e assim abre outras áreas de programação mental de raciocínio, ampliando as conexões interneurais. O que pouca gente sabe, é a relação entre o grau de desempenho cardiovascular e a performance competitiva neste esporte, porque todos imaginam que ele exige apenas do cérebro. E justamente por exigir tanto da mente, das emoções e dos sentidos é que se torna necessária uma grande eficiência cardiovascular para se ter uma boa performance. Quanto mais alto o nível da competição, mais clara se torna essa relação. Uma bomba ejetora mais plena (o coração) colocará nas células do cérebro uma quantidade maior de oxigênio. Esse cérebro mais oxigenado possibilitará maior eficiência, maior lucidez e, principalmente, maior velocidade do pensamento, de interpretação e reação aos movimentos complexos presentes no xadrez. Assim, quem está pensando em melhorar sua performance neste magnífico esporte, busque de maneira sistemática realizar atividades cardiovasculares (caminhar, correr…) que possam ampliar as possibilidades de oxigenação cerebral. Na minha juventude eu era bastante apaixonado por esse esporte. Pude assistir embates históricos, principalmente durante a guerra fria onde politicamente o Leste e o Oeste se debatiam pela supremacia intelectual. Na época, ficou muito claro e dito pelos próprios campeões o quanto a sua forma física implicava diretamente na sua performance. Em alguns combates históricos esses campeões declararam enfaticamente a dificuldade que eles encontravam de resistir, dia após dia, ao violento embate e, ao final, acabava superando o adversário aquele com maior capacidade e resistência cardiovascular, que fornecia ao atleta um desempenho na última disputa, parecido com o da primeira. Além do lastro de oxigênio fundamental ao pensamento e aos hormônios estimulantes, havia uma atitude mental positiva que nesse altíssimo nível fazia a diferença. Hoje o famoso campeão de xadrez russo Garry Kasparov tem que se envolver num expressivo treinamento cardiovascular e muscular localizado para manter a sua forma e continuar tornando-se altamente competitivo. Em demonstrações com enxadristas brasileiros Kasparov conseguiu performance assustadora, mas sabe que terá poucos anos pela frente, uma vez que o trabalho físico é cada vez mais exigente para manter o nível de competição. Esta é uma demonstração concreta de quanto o desempenho do corpo físico favorece essa concentração máxima, de não cometer nenhum erro, e o quanto o corpo é dilacerado e agredido nesse nível de competição. Nuno Cobra é formado pela Escola de Educação Física de São Carlos e pós-graduado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico de Ayrton Senna, Mika Hakkinen, Rubens Barrichello, Abílio Diniz entre outros. É autor do best-seller A Semente da Vitória. Fonte: www.fexpar.esp.br/Leituras/nunocobra /QualidadedeVida.htm PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

TEXTO 169 - Partida Albert Einstein vs Robert Oppenheimer.

A Partida Albert Einstein vs Robert Oppenheimer foi uma célebre partida de xadrez disputada pelos renomados físicos e enxadristas Albert Einstein e Robert Oppenheimer (o “pai da bomba atômica”) no ano de 1933. Na partida, que ocorreu na cidade de Princeton, Estados Unidos, Einstein utilizou a abertura Ruy López, a qual Oppenheimer respondeu com a Defesa Morphy (3…a6). Partida antológica Albert Einstein vs Robert Oppenheimer, Princeton, 1933. 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 b5 5.Bb3 Cf6 6.O-O Cxe4 7.Te1 d5 8.a4 b4 9.d3 Cc5 10.Cxe5 Ce7 11.Df3 f6 12.Dh5+ g6 13.Cxg6 hxg6 14.Dxh8 Cxb3 15.cxb3 Dd6 16.Bh6 Rd7 17.Bxf8 Bb7 18.Dg7 Te8 19.Cd2 c5 20.Tad1 a5 21.Cc4 dxc4 22.dxc4 Dxd1 23.Txd1+ Rc8 24.Bxe7 1-0 http://pt.wikipedia.org/wiki/Partida_Albert_Einstein_vs_Robert_Oppenheimer PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

TEXTO 168 - ÉTICA NO XADREZ.

Para mantermos o bom nível deste esporte, seguem algumas situações que devem ser evitadas pelo bom enxadrista: Aborrecimentos no xadrez Irritações que causam a um jogador de xadrez esforço indevido ou o obrigam a suportar situação inadequada, ou desagradável, com o objetivo de abalar seu equilíbrio nervoso e fazê-lo jogar mal. Alguns aborrecimentos não são causados intencionalmente, ao passo que outros são deliberadamente provocados para perturbar o oponente. Os seguintes aborrecimentos têm sido citados na literatura do xadrez: 1. Colocar o oponente sentado de modo a perturbá-lo com o brilho do sol ou outros reflexos. 2. Fumar charutos mal-cheirosos ou atirar fumaça na face do oponente ou através do tabuleiro. 3. Mudar constantemente de posição, como, por exemplo, balançando o corpo ou a própria cadeira, mantendo-a suspensa sobre as duas pernas posteriores; ou sacudindo-se de diversos modos. 4. Executar maneirismos embaraçosos a fim de dar falsa impressão acerca da correção dos lances, tais como: resmungar quando um sacrifício ou uma troca tenham sido recusados; torcer ou entrelaçar os dedos para demonstrar satisfação por um lance próprio, ou mostrar surpresa pelo desacerto de um lance do adversário. 5. Bater com uma peça no tabuleiro com ares façanhudos, lançando ao mesmo tempo ao adversário um olhar “dominador”. 6. Pentear-se constantemente, ajustar os óculos ou as roupas. 7. Martelar com os dedos, mãos ou pés. 8. Pairar e oscilar com a mão sobre as peças para causar confusão. 9. Cantarolar ou assobiar baixinho; falar consigo próprio ou expelir suspiros. 10. Conversar com espectadores ao fazer os lances. Em partidas de xadrez por correspondência, são os maiores motivos de desagrado: inobservância do limite de tempo no envio de respostas; recepção de respostas secas, inamistosos registros com simples jogadas; e “pessoas que nunca sabem direito quando devem abandonar”. (Fonte: Moderno Dicionário de Xadrez, Byrne J. Horton, Ibrasa) PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/Categoria/artigos/

TEXTO 167 - XADREZ POSTAL OU EPISTOLAR.

Xadrez Epistolar ou Postal é uma modalidade de xadrez praticada por meio de correspondência, entre enxadristas localizados em pontos distantes. Originalmente era praticado por meio de cartas e cartões-postais, nos quais era utilizada um tipo especial de notação de partidas denominado Notação Epistolar. Atualmente, o xadrez epistolar também é praticado por e-mail e servidores de internet. ANOTAÇÃO DO XADREZ POSTAL. Para jogar xadrez postal os competidores enviam seus lances através de cartas, fazendo a anotação dos mesmos em um dos sistemas empregados em xadrez: descritivo -1.P4R P4R 2.C3BR C3BD; algébrico – 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6; ou numérico – 1)5254 5755 2)7163 2836. Os torneios são regidos por regulamentos que estabelecem certas normas, inclusive os dias de reflexão (dias que são permitidos refletir para se responder a um lance, a partir da data do recebimento da carta do parceiro), bem como o tempo de duração dos torneios – normalmente um ano e meio – sendo que cada enxadrista enfrenta simultaneamente a todos os parceiros de seu grupo. No Brasil, o xadrez postal é dirigido pelo Clube de Xadrez Epistolar Brasileiro (CXEB), fundado em 14 de fevereiro de 1969. O CXEB é reconhecido pela Confederação Brasileira de Xadrez, estando também filiado à Internacional Correspondence Chess Federation (ICCF), órgão internacional do xadrez postal, e à Confederación Americana de Ajedrez Postal (CADAP), que representa a ICCF na América Latina. Para se associar ao CXEB basta preencher a proposta de sócio e remetê-la ao presidente acompanhada da primeira anuidade. No CXEB vários tipos de torneios como: Torneios temáticos Com sete participantes, estes torneios têm início sempre que se completa um grupo inscrito numa determinada abertura. Os temas são divulgados na Revista Brasileira de Xadrez Postal. Torneios de classificação São torneios onde o associado define a sua categoria dentro do clube: III, II, I, especial ou superior. São grupos de sete jogadores, à exceção da superior onde temos 11 participantes. Os dois primeiros colocados de cada grupo são promovidos à categoria seguinte, voltando à categoria anterior quem não atinge 1/3 dos pontos possíveis. Ao se inscrever num TC pela primeira vez o associado pode escolher a categoria que deseja jogar, mas apenas entre a III, II ou I. Poderá jogar, simultaneamente, até 3 grupos da mesma categoria, mas só terá a inscrição gratuita para o primeiro desses grupos. Campeonato Brasileiro Somente para jogadores das categorias especial e superior, devidamente classificados através de competições do CXEB, da CADAP ou da ICCF. Taça Brasil Torneio aberto, sem restrição de categoria, realizado a cada 2 anos, cujas inscrições são permitidas também aos não-sócios. Uma das maiores competições postais do mundo!! Outros torneios Têm ainda Torneios por Equipes, Torneios Juventude, Feminino, Veteranos, Campeonatos Estaduais e Competições Internacionais. Veja o calendário na Revista Brasileira de Xadrez Postal. Títulos epistolares nacionais e internacionais nas categorias masculino e feminino, segundo o CXEB. Grande Mestre Internacional Postal (GM – ICCF) Grande Mestre Internacional Postal Feminino (LGM – ICCF) Mestre Sênior Internacional Postal (SIM – ICCF) Mestre Internacional Postal (IM – ICCF) Mestre Internacional Postal Feminino (LIM – ICCF) Mestre Latino-americano Postal (MLP – ICCF) Mestre Nacional Postal (MBXP – CXEB) Árbitro Internacional (AI – ICCF) Contato: Clube de Xadrez Epistolar Brasileiro – ( Caixa Postal 21200 – São Paulo/SP – CEP:04602-970). PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.ajux.comuf.com/xadrez-postal-ou-epistolar/

quarta-feira, 3 de abril de 2013

TEXTO 166 - Com apenas 18 anos, uspiana é Campeã Brasileira Universitária de Xadrez.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www5.usp.br/18811/com-apenas-18-anos-uspiana-e-campea-brasileira-universitaria-de-xadrez/ Publicado em Esporte, USP Online Destaque por Marco Aurélio Martins em 31 de outubro de 2012. Nem só por conquistas acadêmicas são conhecidos os alunos e alunas da USP. Nas competições esportivas, tais estudantes também estão em alta. Inclusive em modalidades menos difundidas no país, como o xadrez. Amanda Marques, aluna do primeiro ano de Relações Públicas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, acaba de ganhar o título de campeã brasileira universitária de xadrez. O campeonato foi conquistado no final de outubro, em competição disputada na cidade de Foz do Iguaçu (PR). AMANDA MARQUES FATUROU O TÍTULO EM COMPETIÇÃO, REALIZADP EM FOZ DO IGUAÇU. FOTO: MARCO AURÉLIO MARTINS - USP IMAGENS. Uma campanha irretocável deu o primeiro lugar nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) à estudante, de apenas 18 anos. Foram seis vitórias e um empate nos, nos sete jogos disputados em sistema de pontos corridos (reconhecido pela Federação Internacional de Enxadristas). O único ‘tropeço’, se é que o empate pode ser classificado assim, aconteceu em no confronto de mais de quatro horas diante de sua companheira uspiana e vice-colocada no torneio, Líria Garcia, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). “Acredito que esse tenha sido o jogo mais difícil. Ela estava super bem na partida, mas eu dei sorte dela fazer um movimento errado e consegui aproveitar. No final, eu estava super bem, mas eu tinha pouco tempo e a gente acabou empatando”, explica a jogadora sobre o único jogo em que não venceu. Apesar de estreante nesta competição, Amanda se considera “macaca velha” dos torneios de xadrez. Ela tem nada menos que oito títulos nacionais e um pan-americano, o que ela considera a sua maior conquista. Constam ainda em seu currículo, três participações em olimpíadas de xadrez, torneio máximo da modalidade, além de diversos regionais. O Xadrez Feminino foi a única modalidade onde estudantes da USP foram selecionados para disputar o JUBs, que requer uma classificatória estadual. Amanda também venceu esse torneio e foi representar pela segunda vez sua faculdade em uma competição universitária. A primeira foi pela Liga do Desporto Universitário (LDU), onde também vitoriosa, assegurou uma vaga para o Mundial. Esse torneio, inclusive, foi a causa de Amanda não ter disputado o JUCA (Jogos Universitários de Comunicações e Artes) pela ECA, fato bastante lamentado por ela. Antes eu jogava por uma cidade, ou por mim mesma. Representar a USP é mais um orgulho. Perguntada sobre a experiência de representar a USP, Amanda revela que a sensação é diferente. “Antes eu jogava por uma cidade, ou por mim mesma e representar a USP é sempre mais um orgulho”, sorri a enxadrista. “Gostei muito dessa experiência, pretendo ir sempre”, garante Amanda, que estará novamente em 2013, nas disputas universitárias representando a USP. CARREIRA. A única mudança que deve ocorrer é a troca de unidades, já que Amanda está em processo de transferência para o curso de Economia, na FEA. “Só vou trocar de curso, porque a ECA sempre vai estar no meu coração”, afirma. Amanda ainda não tem um plano profissional totalmente traçado, mas não pretende viver do xadrez. “O xadrez me deu muita coisa, mas eu não quero fazer isso da minha vida. Ele já me deu muita coisa, mas eu não sei se eu consigo tirar muito mais do que ele já me deu”, relata Amanda. Ela ressalta, porém, o aprendizado deixado pelo esporte que pratica desde os seis anos de idade, começando na escola. “O xadrez sempre me ajudou a saber distinguir o que tenho que fazer na hora em que eu tenho que fazer, saber dividir o tempo melhor”. O xadrez sempre me ajudou a saber distinguir o que tenho que fazer e em que hora fazer. Saber dividir o tempo melhor. A enxadrista contabiliza ainda diversas viagens proporcionadas pela prática do esporte. “Eu só joguei um pan-americano no Brasil, o resto foi na Colômbia, Argentina, Equador e os mundiais são todos na Europa. Para jogar bem, é preciso viajar muito e conhecer jogadores de todos os lugares, estudar bastante”, recomenda.

TEXTO 165 - O JOGO DE XADREZ MODIFICA A ESCOLA.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBOTRP DE XADREZ). REFERÊNCIA: http://www.semar.edu.br/revista/pdf/artigo-lays-angelica-luciana-porfirio.pdf O JOGO DE XADREZ MODIFICA A ESCOLA: Por que se deve aprender xadrez e tê-lo como eixo integrador no currículo escolar? Lays Pedro Angélico1. Luciana Cristina Porfírio 2. RESUMO O presente estudo evidencia a importância do ensino sistemático do jogo de xadrez no Ensino Básico, como eixo integrador do currículo escolar, na medida em que se constatou que sua prática no cotidiano das escolas tem influenciado comportamentos em seus praticantes, contribuindo de modo positivo para o desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. Para tanto, ele foi concebido como eixo integrador do currículo escolar e não como aparato extracurricular ou ludoterápico como freqüentemente ocorre em muitas escolas. Neste trabalho desenvolvemos e destacamos a sua importância e a maneira como ele influencia os demais campos do conhecimento. Para que possa desempenhar suas múltiplas funções, o jogo de xadrez precisa ser inserido como uma disciplina regular do currículo desde a educação infantil, o que exige, em contrapartida, a adequação das escolas nos aspectos humanos, culturais, estruturais, físicos e materiais. A escolha e a formação dos profissionais da escola terão que ser uma constante para que possam de modo coletivo e permanente, discutir novas propostas para o trabalho com o jogo nestes moldes. Palavras-Chave: Ensino; Currículo escolar; Formação do caráter; Desenvolvimento cognitivo; Atividade Intelectual; Jogo de Xadrez. THE CHESS GAME MODIFIES THE SCHOOL: Why if it must learn chess and have it as axle integrator in the pertaining to school resume? ABSTRACT The present study it evidences the importance of the systematic education of the game of chess in Basic school, as axle integrator of the pertaining to school resume, in the measure where if it evidenced that its practical insertion in the daily one of the schools, has influenced behaviors in its practitioners, contributing in positive way for the cognitive development of children and adolescents. For in such a way, it was conceived as axle integrator of the pertaining to school resume and not as extracurricular or ludoterápico apparatus, something very frequent in the schools. But we develop and we detach its importance and the way here as the game influences the too much fields of the knowledge. So that it can play its multiple functions, the necessary game of chess to be inserted as one disciplines to regulate of the resume since the infantile education, what it demands, on the other hand, the adequacy of the schools in human, cultural, structural, physical and material the aspects. The choice and the formation of the professionals of the school will have that to be a constant so that they can in collective and permanent way, to argue new proposals for the work with the game in these molds. Key-words: Education; pertaining to school Resume; Formation of the character; cognitive Development; Intellectual Activity; Game of Chess. 1 Pedagoga formada pela FNSA, professora efetiva da rede municipal de Sertãozinho na área de Educação Infantil e fundamental. Especialização em psicopedagogia pela Semar-Unicastelo. e-mail: layspedro@yahoo.com.br 2 Pedagoga, mestre em Educação Escolar pela Unesp-Araraquara. Doutoranda da FE-USP. Atua como professora do ensino fundamental e Superior. E-mail: luciana.porfirio@bol.com.br Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 1 INTRODUÇÃO O presente artigo é parte de um trabalho de conclusão de curso defendido em dezembro de 2008 na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Aparecida SEMAR/Unicastelo e buscou trazer a importância do Jogo de Xadrez como eixo integrador do currículo na educação básica. Para tanto, apresentaram-se algumas características deste jogo desde suas origens, modos de jogar até a explicitação de como ele influencia e auxilia na aprendizagem dos conteúdos escolares. A tirinha usada como epígrafe nesta pesquisa traz a tona uma das primeiras questões que envolvem o jogo de xadrez, a sua associação com o desenvolvimento da inteligência humana. Há mais de dois séculos, o alemão Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) definiu o xadrez como sendo um “excelente exercício mental” e, desde então, vários estudos têm se ocupado de investigar a relação existente entre este jogo e o desenvolvimento da inteligência humana. Na referida pesquisa, entrevistas realizadas com enxadristas e professores permitiram confirmar nossas hipóteses sobre sua importância na formação do caráter e no desenvolvimento da inteligência das pessoas. Muito se fala sobre o jogo de xadrez e seus usos na educação, mas sua introdução no âmbito escolar exige a criação de algumas condições ainda não existentes em boa parte das escolas. Isso porque, muitas o têm utilizado como aparato extracurricular ou atividades ludoterápicas nas aulas de Educação Física. Sem desconsiderar tais práticas, pretendemos aqui apresentar a sua utilização sob um outro prisma. Lasker (1999) acredita que a história da invenção do xadrez e de suas migrações através da terra, por si só, já é interessante, porque quando conhecemos as pessoas que foram apaixonadas por esse jogo, percebemos que somos muito Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 2 parecidos com ela, compartilhamos com elas as mesmas emoções e criamos vínculos identitários que são um reforço positivo no caráter humano. De acordo com esse autor, não se sabe ao certo onde o xadrez começou, mas há muitas histórias, mitos e lendas a seu respeito, o que nos permite fazer um sem número de digressões. Uma das histórias mais conhecidas sobre sua origem está descrita no livro História do Xadrez de Edward Lasker, citado anteriormente, que atribuiu a invenção do jogo a Sissa, um brâmane3 na corte do rajá indiano Balhait. Assim, essa história teria sido contada, pela primeira vez há mais de mil anos e dizia que certo rei pediu a um de seus sábios que criasse um jogo capaz de mostrar o valor de qualidades como a prudência, a diligência, a visão e o conhecimento, como forma de se opor aos sentidos fatalistas de um outro jogo, o nard (gamão) 4, cujos resultados eram decididos pela sorte. Sissa então, apresentou ao rei Kaíde um tabuleiro de xadrez, não muito diferente do que conhecemos hoje, com quatro elementos que representavam o exército indiano, explicando-lhe que havia escolhido a guerra como modelo para o jogo porque ela era a escola mais eficiente no ensino e aprendizado de determinados valores, tais como: o valor da decisão, do vigor, da persistência, da ponderação e da coragem. O rei, diante de tanta complexidade, ficou encantado com o jogo e ordenou que fosse preservado nos templos, considerando seus princípios como o fundamento de toda justiça e sustentando que ele era o melhor treinamento na arte da guerra. 3 Sacerdote indiano pertencia à casta mais alta da sociedade, em sentido literal, o termo significa "aquele que realizou / tenta realizar Brahman - a divindade" e por isso, gozavam de posição muito privilegiada independentemente da riqueza que possuíam. De acordo com informações obtidas na enciclopédia wikipédia on-line, a maioria dos brâmanes ficou conhecida por praticarem um vegetarianismo rígido, apesar de, atualmente, a prática ser baseada de acordo com a região. Brâmanes agindo como padres, mas em poucas exceções, são vegetarianos. 4 Atribui-se a origem do jogo a civilização suméria, da Mesopotâmia. Já outros estudiosos afirmam que este jogo teria sua origem no “Pachisi”, um jogo indiano. De qualquer forma, sua origem é muito antiga. Suas regras obviamente, foram se modificando ao longo dos séculos. Mas nunca deixou de encantar as gerações e as civilizações que o conheceram. Uma lenda indiana afirma que teria sido o jogo inventado por um sábio de nome Caflan, e teria a seguinte simbologia: 24 flechas que simbolizariam as horas do dia; 12 flechas de cada lado do tabuleiro, representando os 12 meses do ano e os signos do zodíaco; 30 peças para os 30 dias do mês; dois dados representando o dia e a noite e 7 (soma dos valores opostos de cada face de um dado) representando os dias da semana. As informações foram extraídas do sitio: http://www.jogos.antigos.nom.br/gamao.asp (acesso em 12/12/2008). Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 3 A partir daí, o rei teria lhe oferecido uma recompensa que ela escolheria de livre arbítrio e Sissa teria pedido, diante da insistência do rei, a retribuição em grãos de milho distribuídos sobre o tabuleiro de xadrez da seguinte forma: “na primeira casa, um grão; na segunda, dois; na terceira, quatro; na quarta o dobro de quatro; e assim por diante, até a última casa”. (Lasker, 1999, p.30). Contudo, ao ordenar que o pedido fosse realizado o rei se surpreendeu, afinal não seria possível realizar o pedido de Sissa, pois, antes mesmo de chegar na trigésima casa, todo milho da Índia teria se esgotado, cobrindo a camada da Terra com uma espessura de 9 (nove) polegadas. O número exato seria 18.446.744.073.709.551.615 (Dezoito Quintilhões, Quatrocentos e Quarenta e Seis Quatrilhões, Setecentos e Quarenta e Quatro trilhões, Setenta e Três Bilhões, Setecentos e Nove milhões, Quinhentos e Cinqüenta e Um Mil, Seiscentos e Quinze) grãos de milho, ou 64 2 - 1. Desse modo, o rei ficou confuso, porque não sabia o quê exatamente tinha que admirar a invenção do jogo ou a engenhosidade do pedido de Sissa. (op.cit., p.30). Lasker (1999) admite em sua obra que o jogo de xadrez possa datar do século IV antes de Cristo5, embora a primeira menção ao xadrez feita na Literatura, tenha sido mil anos mais tarde. Da Índia, até a Pérsia, da Arábia até a Europa, por todo território asiático, o xadrez se estendeu através dos viajantes, embora tenha sofrido algumas modificações em alguns pontos do Oriente. A rapidez com que o xadrez penetrou na Europa foi realmente instigante, porque no fim do século XI, a maior parte desse território já conhecia o jogo, embora, por muito tempo tenha permanecido como um jogo das classes ociosas. Muitos foram às contribuições para essa difusão do jogo no mundo. “Era muito natural que os servos no castelo de um cavaleiro medieval aprendessem o jogo com seu senhor e que soldados mercenários adquirissem o mesmo conhecimento por ocasião das Cruzadas, que os nobres organizavam de tempos em tempos a fim de atenuar seu tédio”. (Op.cit. p. 59) De qualquer modo, e independente de suas origens, o jogo de xadrez tem múltiplos usos na educação escolar, entre as suas possibilidades, pode-se acrescentar a sua apresentação aos alunos como tema transversal, enriquecendo suas aprendizagens e permeando a prática educativa em diversas áreas ou mesmo 5 Esta teoria foi apresentada pela primeira vez por Donald M. Liddel (1937). Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 4 inserindo-o como disciplina desde as séries iniciais. Em 20 de dezembro de 1996, a Lei n. 9.394, conhecida estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional, cujos artigos 26 e 27, incluem o xadrez nas escolas, na parte diversificada dos currículos e também na parte consagrada à promoção do desporto. O artigo 32 dispõe que o ensino fundamental terá por objetivo a formação básica do cidadão a partir do desenvolvimento de sua capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, escrita e do cálculo, com vistas a: II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento de vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Acreditamos que estes objetivos podem ser plenamente alcançados por meio da inserção do jogo de xadrez como disciplina escolar, desde que implantada no currículo desde as séries iniciais, começando ainda na Educação Infantil. Essa eficácia do jogo de xadrez e a influência que tem sobre o desenvolvimento e comportamento estudantil é algo que pode ser mensurado por pesquisas utilizadas no campo das ciências cognitivas. Há estudos que mostraram as etapas da formação da inteligência, a partir da observação de grupos de crianças jogando xadrez e constatou-se que os avanços obtidos nas diversas etapas seguiam ritmos diferentes. O xadrez, ao ser introduzido na sala de aula, auxilia no desenvolvimento de autoconfiança, porque os alunos têm a oportunidade de aprenderem o jogo, avançando gradativamente em suas habilidades e melhorando suas estratégias e raciocínios. Ao se destacarem ou perceberem que são capazes de exercer uma atividade dessa natureza, podem, de modo paralelo, progredir em outras disciplinas escolares. O XADREZ: O QUE É? Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 5 Mas como é exatamente o jogo de xadrez? A resposta a essa pergunta, pode ser encontrada na enciclopédia on-line Wikipédia 6que descreve o jogo para aqueles que não o conhecem, nem as suas especificações. Trata-se de um jogo de tabuleiro para dois jogadores. Um controlador das peças brancas e o outro das peças pretas. O tabuleiro contém oito linhas e oito colunas, formando 64 (sessenta e quatro) quadrados, sendo 32 (trinta e dois) claros e 32 (trinta e dois) escuros, dispostos de modo alternados. Cada jogador possui 16 peças: oito peões, dois cavalos, dois bispos, duas torres, um rei e uma dama (ou rainha, mais conhecido pelos iniciantes), como mostra a figura 7. Figura 1 – Posição Inicial das Peças Cada tipo de peça possui um movimento característico. Quando uma peça for movida para uma casa em que está localizada a peça adversária, esta última será capturada. Assim, a peça a ser jogada move-se para casa do oponente, e a peça do oponente é retirada do tabuleiro. O REI move-se ou captura peças em qualquer sentido, uma casa de cada vez. Os reis nunca podem se tocar. Atenção: O rei é a única peça que não pode ser capturada8. A DAMA move-se ou captura em qualquer sentido, quantas casas quiserem desde que seu caminho não esteja obstruído por alguma peça da mesma cor. A TORRE move-se ou captura nas linhas e colunas (horizontal e vertical), seguindo num único sentido em cada lance. 6 Informações retiradas de dicionário on-line http://pt.wikipedia.org/wiki/Xadrez . 7 Figura 1, extraída do site www.google.com.br/imagens, acessado em 28/10/2008. 8 Mais detalhes em Xeque e Xeque-Mate. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 6 O BISPO move-se ou captura pelas diagonais, seguindo num único sentido em cada lance. Cada jogador tem dois bispos: um anda pelas casas pretas e outro pelas casas brancas. O CAVALO é o único que salta sobre as peças (pretas ou brancas). O movimento do cavalo assemelha-se à letra "L", formada por quatro casas. O PEÃO move-se para a casa à sua frente, desde que não esteja ocupada. Ao ser movido pela primeira vez, cada peão pode andar uma ou duas casas. O peão é a única peça que captura de maneira diferente do seu movimento. A captura é feita sempre em diagonal, uma casa apenas. O peão nunca se move nem captura para trás. O objetivo do jogo é dar xeque-mate ao Rei adversário, que ocorre quando o rei adversário está em xeque9 e não exista mais nenhum movimento a ser realizado para escapar. O rei está em xeque sempre que é atacado por uma peça adversária; o xeque deve ser defendido através da melhor das opções: 1. Capturar a peça que dá xeque, 2. Fugir com o rei para uma casa que não esteja sendo atacada por peça adversária, 3. Interpor uma peça própria entre o rei e a peça que dá o xeque. Se nenhuma das alternativas for possível, o rei estará em posição de xequemate10, ou simplesmente, mate. Neste caso, a partida estará terminada, com a vitória do enxadrista que deu o mate. Veja na figura 11 os exemplos de mate que apresentamos: 9 Xeque: Lance no jogo do xadrez, que consiste em colocar o rei adversário em posição de ser tomado na jogada seguinte, obrigando o adversário a efetuar uma jogada a contrariar esse ataque. 10 Xeque-mate: xeque (no jogo do xadrez) em que o rei não pode ser defendido por nenhuma outra peça nem se mover para nenhuma outra casa, sem ser tomado por uma peça do adversário, o que conclui a partida a favor deste. 11 Fonte: www.xadrezregional.com.br , acessado em 28/10/2008. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 7 Exemplo 1 Exemplo 2 O jogo também possui alguns movimentos conhecidos como especiais, são eles: o ROQUE12, PROMOÇÃO13 e EN PASSANT14. Os exemplos do roque seguem nas figuras abaixo: Roque pequeno (antes). Roque pequeno (depois) Roque Grande (antes) Roque Grande (depois) O jogo de xadrez não é um jogo de azar, mas sim de um jogo de regras, táticas e estratégias, muito conhecido pela complexidade de suas jogadas e daí, 12 Roque é o único lance que envolve o movimento de duas peças ao mesmo tempo: rei e torre. O roque tem como objetivo colocar o rei em maior segurança e uma das torres em posição mais ativa. Há dois tipos de roque: o pequeno e o grande. 13 Ocorre quando um peão chega à primeira linha do adversário, devendo ser imediatamente substituído por dama, torre, bispo ou cavalo. A peça escolhida ocupara a casa em que o peão se encontrava quando foi promovido. 14 (de passagem) é um tipo especial de captura feita somente pelos peões brancos que estiverem na quinta linha ou pelos peões pretos que estiverem na quarta linha do tabuleiro. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 8 como mostrou a tirinha de Mauricio de Sousa, ele estar associado à inteligência. Estima-se que o número de posições legais no xadrez é de aproximadamente 1.043, porém o número de jogadas possíveis é incontável, uma vez que há aproximadamente 170 Setilhões15 de maneiras de fazer os dez primeiros lances numa partida de xadrez. Retomando Lasker (1999) e a importância do jogo de xadrez para o desenvolvimento da inteligência humana, destacamos a resposta de dois lideres comerciais apaixonados pelo jogo de xadrez: “Dois conhecidos líderes comerciais deram-me respostas quase idênticas. Disseram que era porque o xadrez limitava o elemento de sorte e acentuava a importância do planejamento. Um músico escreveu que para ele o xadrez era como a própria vida: ensinavao a coordenar a razão com o instinto. Um matemático apreciava o elemento estético do jogo; encontrava numa série de movimentos sutis a mesma emoção que um belo teorema”. (op. cit. p.11) Na realidade, não é preciso saber jogar xadrez para conhecer o fascínio que ele exerce em vários aspectos. Estamos, contudo, querendo mostrar que esse jogo tem muitas vantagens e merece ser inserido de modo sistematizado no ensino escolar, mas cuja prática deve extrapolar os tradicionais campeonatos destinados exclusivamente a treinar, competir, ganhar, este é um dos seus aspectos, mas evidentemente, há outros. AS CARACTERISTICAS DO JOGO E IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA EDUCATIVA E comum quando ouvimos falar em jogo de xadrez vir a nossa mente, a imagem de duas pessoas sentadas e compenetradas diante de um tabuleiro que está sendo minuciosamente analisado pelos jogadores, em volta só o silêncio, para que haja concentração e os adversários possam escolher a melhor jogada e dar o xeque-mate. É devido a essa visão que costumamos imaginar o enxadrista como um ser de capacidade intelectual elevada. Isso será verdade? Por que os jovens deveriam aprender a praticá-lo? Apenas por esse motivo? A resposta a esse questionamento será dada a partir da discussão das possibilidades que esse jogo mobiliza para promover aprendizagens significativas. 15 Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/Xadrez . Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 9 Um simples jogo ou algo mais? É dessa forma que se inicia o levantamento realizado por Llada (2003) destacando que esse jogo é unanimemente considerado como uma forma de aprofundamento intelectual e uma poderosa ferramenta educativa. Para ela, habilidades ligadas ao cálculo, a concentração, memorização, responsabilidade, tomada de decisões, são algumas delas que o jogo de xadrez na infância favorece. Constatamos no decorrer deste trabalho que o jogo envolve a leitura e a incorporação de regras, métodos e fundamentos que os orientam, seja a relação do jogador com o jogo, seja pela relação entre jogadores cujas regras, precisam ser seguidas para que o jogo se realize. Nesse sentido é um orientador de condutas que precisam ser compartilhadas por todos os envolvidos, o que implica intervir na formação do individuo tanto em uma dimensão individual quanto coletiva, permanecendo ligados tanto à cognição (conhecimento) quanto ao afeto (sentimentos), por meio da interação promovida entre os pares de jogadores. A dimensão pessoal envolve esse aprendizado das regras e auxilia na solução de problemas, no desenvolvimento da autonomia, criatividade, controle sobre as emoções, principalmente a agressividade, a importância do planejar antes de tomar as decisões, e no caso deste jogo em especial, a decisão mais acertada, etc. Além destas o jogo também estimula alguns valores muito caro aos seres humanos e fundamentais para a vida de qualquer estudante, entre as quais a disciplina, a paciência e a responsabilidade. Os Mestres Internacionais Toledo e Loureiro (2005) 16 ao citar Charles Partos17 em jornal on-line da Federação Paulista de Xadrez, em setembro do citado ano, afirmam que o aprendizado do xadrez deve ser levado as escolas porque desenvolvem as habilidades de atenção e concentração, julgamento e planejamento; imaginação e antecipação; memória; vontade de vencer, paciência e autocontrole; espírito de decisão e coragem; lógica matemática, raciocínio analítico e sintético; criatividade; inteligência; organização metódica do estudo e o interesse pelas línguas estrangeiras. É por isto que eles também defendem sua implantação dentro das escolas desde que de modo sistemático, interdisciplinar e integrado ao currículo escolar, 16 Disponível em: http://www.fpx.com.br/mostracol.asp?colid=75 17 Mestre internacional e professor do Departamento da Instrução Pública do Cantão do Valais (Suíça). Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 10 inclusive como uma forma de atender os dispositivos postos na LDB/96, que o integra ao currículo na parte diversificada como dito no inicio deste texto. Nesse sentido, além de ser um eixo integrador do currículo escolar, consideramos o jogo uma valiosa ferramenta para auxiliar os processos cognitivos, valorativos, éticos e morais de nossos alunos. Uma das queixas que mais afligem os educadores, ao menos aqueles preocupados com o rendimento escolar dos seus alunos, é a dispersão sofrida pelos alunos, que atualmente vivem num contexto social estimulante, carregado de informações instantâneas (televisão, computadores, vídeos-game, propagandas de rádio, outdoors, etc.) 18, impedem que os jovens mantenham sua concentração em alguma coisa por muito tempo. Desse modo, quando se deparam com atividades que exigem esforço mental, muitos encontram problemas para realizar tais tarefas. O xadrez de uma forma lúdica seria um excelente treinamento desta capacidade de se concentrar, auxiliando os alunos no desenvolvimento da disciplina, entendida como atividade intelectual ou motivação interior19, e tão necessária para o investimento nos estudos. Os jogos de estratégias, como o xadrez, aparecem ainda como um jogo que favorece a capacidade de aceitação das regras, desenvolvimento da memória, agilidade no raciocínio, o gosto pelo desafio e a construção de regras pessoais, que possibilitam desenvolver as competências necessárias para a resolução de problemas. Ferreira (s/d. p.3) afirma que estes jogos “contribuem para o desenvolvimento de capacidades matemáticas, aliando o raciocínio, a estratégia e a reflexão com o desafio da competição de uma forma lúdica e os professores devem aproveitar isso para otimizar as aprendizagens”. Investigações sobre o efeito do jogo de xadrez em crianças revelam que os jogadores de xadrez desenvolvem maior pensamento crítico, autoconfiança, autoestima, concentração, empatia e a capacidade de resolver problemas. Jogar xadrez implica a utilização do pensamento lógico. Estudiosos como Ferreira, Jeffrey Chesin (2003), fazem uma relação entre o raciocínio matemático e o jogar xadrez. 18 Ainda que existam muitas pessoas que defendam que esses estímulos audiovisuais sejam aliados no desenvolvimento da inteligência, sabemos que não é bem assim, porque a maioria destes eletrônicos exige apenas a memorização de uma série de comandos, exigindo apenas essa habilidade além da motora com as mãos, como no caso do videogame. 19 Tal como definido por Helena Coharik Chamlian. A Disciplina: uma questão crucial na didática. Referencia completa no final do artigo. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 11 “Os bons jogadores de xadrez são provavelmente bons alunos e matemática ou qualquer situação que envolva a resolução de problemas. No entanto, bons alunos de matemática não são necessariamente bons jogadores de xadrez”. (p.4) Os autores evidenciam que estudos realizados em diversos locais do mundo, como no Canadá, por exemplo, buscam demonstrar que a utilização do xadrez no ensino da lógica aumenta-se de 62% para 81% a capacidade de resolução de problemas. Na Califórnia, em 1985, os estudos de George Stephenson, revelaram que o desempenho dos estudantes melhora sensivelmente após vinte dias de jogos de xadrez constatando os resultados que seguem: Rendimento Acadêmico 55% Comportamento 62% Esforço 59% Concentração 56% Auto-estima 55% Na Venezuela relacionam a melhoria dos scores de QI após quatro meses e meio de estudo sistemático de xadrez. A psicóloga Edelmira Garcia la Rosa (2003) 20, responsável pelo programa de xadrez iniciado em 1980, desta a sua intervenção na busca de melhorias do rendimento dos alunos, concluindo que “O xadrez ensinado metodicamente constitui um sistema de estimulação intelectual capaz de aumentar o Q.I. das crianças”, e, além disso, que “o aluno adquire através da aprendizagem e prática enxadrística, um método de raciocínio e de organização das relações abstratas e dos elementos simbólicos”. (p.1). Ferreira (2003, p. 4) faz um trocadilho “o xadrez torna as crianças inteligentes ou são as crianças inteligente que jogam xadrez?” e desse modo, discute as possibilidades do jogo de xadrez ter contribuído para o QI dos estudantes, afirmando que durante uma competição, só o fato de imaginar as possíveis posições das peças, isto já traz para o cérebro humano, o desenvolvimento das capacidades visuais e espaciais. Experiências feitas por Joyce Brow (1981) em Nova Iorque constataram uma melhora considerável no comportamento dos alunos – 60 % menos incidentes e 20 Disponível no sitio: www.ludus.esp.br (acesso em 28/10/2008) Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 12 suspensões, melhoras significativas de até 50% no aproveitamento escolar. Assim, a autora questionou-se por que o xadrez oportunizaria tais transformações? Pode-se cogitar que deva ser pelo fato de ele favorecer uma atitude positiva do estudante em relação ao jogo, desenvolvendo nele a capacidade de se concentrar além de lhe garantir a aquisição de outros conhecimentos pelo desenvolvimento de habilidades que acabam sendo incorporadas em suas atividades escolares. De acordo com Goulart (2005) é na idade escolar que a criança necessita agrupar-se para praticar várias atividades, sendo o jogo uma delas. Sabe-se que o jogo é um instrumento altamente didático e muitos estudos discutem sua utilização na educação. Porém, o xadrez, em especial, poderia ser trabalhado não só como um suporte pedagógico, mas como uma disciplina regular e posta no currículo escolar de base comum. Isto porque, normalmente ele é vinculado a atividades opcionais e extracurriculares, mas, se eles proporcionam tantas competências, por que não adequar esse jogo e torná-lo parte integrante do currículo? Como dissemos anteriormente, desde a educação infantil, sua prática deve ser estimulada. Mesmo que a proposta amplie a grade curricular das escolas, isto não significa que outras disciplinas sejam prejudicadas, ao contrário, seriam beneficiadas porque contribuiriam para melhorar o rendimento dos alunos em todas as outras. Para Calmbach (s/d) 21, a preocupação dos professores atualmente não é só transmitir conteúdos, mas criar condições para que a autonomia, o pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas, que freqüentemente aparecem em nosso cotidiano, sejam resolvidos e, é nesse ponto que o jogo de xadrez, inserido na grade curricular desde os anos iniciais de escolarização pode contribuir e atuar. Trindade (2007), diz ser considerável o valor pedagógico do jogo de xadrez para promover a educação crítica e ativa da criança e do jovem, um aspecto tão valorizado na educação moderna, contribuindo para o desenvolvimento cooperativo e emocional de seus praticantes quando tem seu uso pedagógico-didático bem orientado e conduzido, principalmente por profissionais especializados para exercerem tal função. Informações obtidas no sitio do clube de xadrez 22, e mesmo nas entrevistas coletadas para o trabalho original, confirmam que o maior mérito deste jogo consiste na progressão de cada aluno de acordo com seu ritmo, 21 Disponível em: www.apetx.org.br/aplicando_o_xadrez_escolar.htm (acesso em 31/07/2008). 22 Para acesso: www.clubedexadrez.com.br/portal/cxtoledo/artigo4.htm (acesso em 14/05/2008) Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 13 respeitando individualidades e processos de aprendizagens que na realidade é uma das teses mais cara da educação. Piasse (2005), acredita que as escolas deveriam diversificar e ampliar suas grades curriculares, introduzindo o jogo de xadrez, por exemplo, com vistas à melhoria da educação e da formação dos alunos utilizando instrumentos de aprofundamento das atividades intelectuais. Entretanto, reconhece que sua inserção nos meios escolares requer preparo e domínio de todos os envolvidos, para que não seja cometido o erro de fazê-lo como jogo, diversão, campeonatos, visando atrativos financeiros e, portanto, diluindo os benefícios que sua prática, nos moldes propostos, pode trazer. Julião (2009) salienta que nesta busca por melhorias, o ensino de xadrez, incorporado como disciplina regular, de modo sistemático surge como uma ótima opção, unindo o espírito inovador das instituições educacionais e a forte imagem de intelectualidade que esse esporte arte oferece. Para ele, a escola que adotar esta idéia estará, com certeza, acrescentando em sua instituição um diferencial, exercendo amplamente seu papel na sociedade e fazendo jus à sua função básica: formar cidadãos, numa clara demonstração de responsabilidade educacional com qualidade. Pimenta (2008) aborda esse assunto e ressalta ser do conhecimento de todos, que o xadrez vem a enriquecer não só o nível cultural dos indivíduos, mas também várias outras capacidades apontadas, e uma outra, não menos essencial para o convívio social, o aprendizado na vitória e na derrota, salientando que: “O ensino e a prática do xadrez têm relevante importância pedagógica, na medida em que tal procedimento implica, entre outros, no exercício da sociabilidade, do raciocínio analítico e sintético, da memória, da autoconfiança e da organização metódica e estratégica do estudo. O jogador de xadrez, constantemente exposto a situações em que precisa efetivamente olhar, avaliar e entender a realidade pode mais facilmente, aprender a planejar adequada e equilibradamente, a aceitar pontos de vista diversos, a discutir questionários e compreender limites e valores estabelecidos e a vivenciar a riqueza das experiências de flexibilidade e reversibilidade de pensamentos e posturas”. (op. cit. p.4) Loureiro (2001), ao retratar o valor educativo do xadrez, discorre sobre as habilidades especificas (imaginação, memória, visualização) e gerais (perseverança, Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 14 capacidade de estudo, autoconhecimento, motivação, etc) geradas pela prática do jogo. Pedagogicamente, o xadrez tem elevado conceito, fazendo parte do currículo escolar básico e do aprimoramento complementar em dezenas de paises, entre eles: Angola, Canadá, Cuba, Hungria, Israel, Iugoslávia, Alemanha, Tunísia, Rússia, entre outros. Retomando Calmbach (s/d) o xadrez escolar é uma matéria que ensina técnicas de resolver problemas de grande complexidade, com a finalidade de aprimorar a capacidade de raciocínio e contribuir para o aprendizado das matérias de cunho cientifico e cultural. O xadrez estimula às crianças a solucionar problemas e a passar maior parte do seu tempo jogando tranqüilamente, explicando que, crianças que não ficariam por mais de quinze minutos quietas em uma sala de aula, conseguem, de modo impressionante, permanecer durante horas envolvidas por esse jogo: “Desta forma o xadrez é um grande manancial estimulador de pesquisa e do conhecimento e se encaixa perfeitamente na concepção piagetiana a respeito dos jogos de exercício e simbólico. Vygotsky e os cientistas da escola russa, ao proporem a introdução do jogo nas escolas mostraram quais são as características principais que os jogos devem possuir para serem bons recursos didáticos”. (op.cit. p. 3) Podemos dizer que a psicologia proposta por Vygotsky acerca dos jogos e sua utilização nas escolas se encaixam perfeitamente para xadrez porque confere significados diferentes aos objetos utilizados. O tabuleiro representa o campo de batalha e as peças os dois exércitos que se confrontarão e ainda oferece uma situação imaginária em que o objetivo maior é conquistar o rei adversário, trazendo algumas ações representativas da sociedade, tais como o respeito às regras, das peças com movimentos diferentes e dos próprios jogadores que precisam aguardar a sua vez de jogar, mesmo que isso leve um tempo por parte do outro que está analisando para saber qual a melhor estratégia para vencer. Christofoletti (2005) salienta que embora o jogo de xadrez, seja praticado em duplas, cada um dos jogadores, deverá tomar uma decisão sobre a jogada de modo individual, o que favorece autoconfiança na tomada de decisões. Mesmo nas competições por equipe, cada jogador tem o seu tabuleiro, e não pode ser orientado durante a partida, cabendo somente a ele tomar as decisões e arcar com os Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 15 resultados. Afirma ainda, que vem aumentando a participação de crianças neste jogo, com o apoio das escolas que oferecem este tipo de atividade, e diz que quando bons hábitos são desenvolvidos desde a infância, e assimilados facilmente. Muitas vezes as crianças não sabem utilizar a capacidade de análise, pois não foram devidamente estimuladas para isso, a não ser pela via da memorização mecânica. Dessa forma quando se deparam com textos diferentes, sentem-se inseguras e tem muita dificuldade para encontrar as respostas. A contribuição do jogo de xadrez nessa direção caminha principalmente para a educação matemática, mas ela também promove estímulos para os outros campos do conhecimento. Santos (2007, p.3.), defensor do ensino de xadrez nas escolas, cita um trecho de Wilson da Silva 23 que diz ser o jogo de xadrez merecedor de crédito porque “ensina as crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber olhar e entender a realidade que se apresenta”. [...]. Em tempos de conhecimentos efêmeros permeados por esse contingente de informações instantâneas e sobrepostas que quase não deixam espaço para a reflexão, concordamos com esse autor, quando ele diz que o melhor que a escola pode fazer para seus alunos é ajudá-los a organizar melhor seu pensamento, e acreditamos que isso possa ser feito mediante a sistematização deste jogo como disciplina nas escolas. Para entendermos melhor a implicação deste jogo no âmbito escolar, consideramos importante mostrar uma tabela comparativa das características do jogo e seus efeitos na escolarização elaborada por Wilson Silva, citado por Santos (2003). Característica do xadrez e suas implicações educativas. Características do xadrez Implicações nos aspectos educacionais e de formação do caráter Fica-se concentrado e imóvel na cadeira O desenvolvimento do autocontrole psicofísico. Fornecer um número de movimentos num determinado tempo Avaliação da estrutura do problema e do tempo disponível Movimento das peças após exaustiva análise de lances Desenvolvimento da capacidade de pensar com abrangência e profundidade 23 Mestre em Educação pela UFPR e doutorando também em Educação pela UNICAMP. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 16 Após encontrar um lance, procurar outro melhor. Tenacidade e empenho no progresso contínuo Partindo de uma posição a princípio igual, direcionar para uma conclusão brilhante (combinação) Criatividade e imaginação O resultado indica quem tinha o melhor plano Respeito à opinião do interlocutor Dentre as várias possibilidades, escolher uma única, sem ajuda externa. Estímulo à tomada de decisões com autonomia Um movimento deve ser conseqüência lógica do anterior e deve apresentar o seguinte Exercício do pensamento lógico, autoconsistência e fluidez de raciocínio. Fonte: http://br.geocities.com/cluberibeiraoclarensedexadrez/Xadrez_escola.html Todos estes elementos podem ser preparados durante o aprendizado e a prática do xadrez, para que possa contribuir na melhoria do desempenho das crianças diante dos desafios escolares. Além disso, dada à realidade de muitas escolas, principalmente as públicas, é preciso pensar que o xadrez é uma atividade de baixo custo, que ajuda no desenvolvimento das habilidades mentais e promove a incorporação de atitudes de respeito. Sendo assim, o xadrez com certeza é um jogo que modifica a escola porque promove sua cultura, desenvolvendo inúmeras habilidades e garantindo a aquisição de conhecimentos não só em relação ao jogo, mas também a assimilação de outros, vinculadas às matérias escolares e o próprio caráter dos alunos. Além disso, ele também tem a vantagem de ajudar a diminuir a agressividade individual e, por este motivo, pode contribuir para minimizar a violência na escola, estabelecendo vínculos entre os conhecimentos e as experiências enxadrística e a vida cotidiana, individual e social. Por se uma atividade que facilita aprendizagens de outros conteúdos, muitas atividades podem ser desenvolvidas devido às relações que mantém com os demais conteúdos. Por exemplo, ligadas ao conteúdo de história, ao se narrar as próprias histórias em torno do xadrez, a geografia, ao se pesquisar e apresentar a leitura cartográfica de suas migrações ao longo dos continentes, ou ainda, o próprio estudo do tabuleiro, relaciona-se a conteúdos de matemática e geometria. Os benefícios de sua prática iniciam-se quando a criança passa a conhecer e a exercitar o domínio do tabuleiro, o que resulta em ganhos para sua noção Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 17 espaço-dimensional. Em seguida são apresentadas às peças, cada qual com suas características físicas, seus movimentos e papel no jogo, auxiliando o desenvolvimento da memória e da concentração. O desenvolvimento do jogo, com a integração das peças e os cálculos das jogadas exercitam o raciocínio lógico e a imaginação. Podemos afirmar que o xadrez ensinado metodicamente constitui um sistema de estímulo intelectual capaz de aumentar o quociente de inteligência das crianças, oferecendo aos participantes um método de raciocínio e de organização das relações abstratas e dos elementos simbólicos. Essa forma sistemática passa pela preparação das escolas envolvendo a adaptação das mesmas as estruturas existentes. Para tanto, é preciso que o plano gestor da escola proponha de modo coletivo essa inserção como disciplina, o que envolveria a capacitação dos professores e coordenadores para acompanhar e planejar atividades da disciplina e mesmo o ensino dos jogos, ministrados por profissionais especializados ou mesmo enxadristas convidados. Além destas adequações, também os recursos materiais, tais como a aquisição e utilização do material didático dos professores e dos alunos, armazenados em local adequado, bem como o próprio local onde as aulas irão acontecer. Deve ser um espaço amplo, com quadro mural, mesas e jogos de peças, relógios de xadrez em quantidade suficientes para atender os alunos da escola. Para concluirmos essas breves considerações acerca das mudanças promovidas pelo jogo de xadrez na cultura escolar e, apesar de pouco comum, em textos desta natureza, optamos por terminar com um poema, feito por um estudante do xadrez que traduzem, de algum modo, por que ele se torna tão significativo para aqueles que o praticam. O JOGO DE XADREZ Azuir Filho24 24 Poesia de Homenagem ao Jogo de Xadrez pelo seu caráter humanizador que tira as pessoas da pequenez e mediocridade fazendo-as pensar de modo mais elevado e com mais humildade. O Jogo de Xadrez tem a ver com os Amigos, os Mestres os Sonhos, Utopias e Ideais. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br No Jogo há linda História, de razão, sentido e finalidade. É o saber, tradição e memória, a razão e toda a dignidade. Sabedoria que é importante, no amor e honra que vai ficar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. No Jogo de Xadrez esta a Vida, e a sua luta mais danada. Tem toda gente e cada lida os importantes e a peãozada. Todo tempo é emocionante, pois tudo se pode organizar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Na vida do Rei o destino, ao morrer o jogo tá terminado. É um aviso para ter tino, e se vacilou não será perdoado. A Dama cuida do Rei governante, tem maior movimentar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Os Cavalos são poderosos, Grandes forcas para decidir. São destaques portentosos, faz o forte mais forte se sentir. Torre a fortaleza representante, nas paralelas a controlar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Bispos os Ministros invencíveis, Ministérios fortificados. Vão fazer coisas incríveis, sempre serão recompensados. Nas diagonais imperantes, fortes tão grandes no avançar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. É um Jogo de Inteligência, um jogo do mais Preparado. De Beleza, Arte e Ciência, de quem pode estar bem ligado. Há um batalhar constante, com a sabedoria a se destacar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Nas peças a representação, do que importa na Sociedade. Pois tem elite e tem povão, e como será sua continuidade. O Mérito esta no semblante, que revela a alma e o sonhar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. No Peão esta a simplicidade, a humildes dos sacrificados. Tem esperança de eternidade, em Jesus e os Crucificados. O Humilde se faz o gigante, no seu sonho de irmão igualar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Há mazelas pra restauração, e há História de Felicidade. Se Bem colocado um peão, vencer qualquer majestade. E o Peão neste instante, muda a Sociedade e o caminhar. O Jogo Xadrez é fascinante, reproduz a vida e todo lutar. Diálogos Acadêmicos - Revista Eletrônica da faculdade Semar/Unicastelo Publicação Quadrimestral - Volume 1 – Numero 1. Edição Outubro/Janeiro de 2010 revista@semar.edu.br 1 Referencias Bibliográficas ALENCAR, Eunice S. (Org.) Novas contribuições da psicologia aos processos de ensino aprendizagem. São Paulo: Cortez, 1992. BRASIL (MEC). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Artigos 26, 27 e 32. BLANCO, Uvencio J. H. ¿Por qué el ajedrez em las escuelas? Venezuela: U.B, 1998. CHAMLIAN, Helena Coharik A Disciplina: uma questão crucial na didática. In: CASTRO A. D. & CARVALHO, A. P. Ensinar a ensinar: didática para o ensino fundamental e médio. São Paulo: Pioneira, Thomson Learning, 2002. LASKER, Edward. História do xadrez. Tradução de Aydano Arruda. 2 ed. São Paulo: IBRASA, 1999. NICOLAU, Marieta L. M. A educação pré-escolar: Fundamentos e Didática. São Paulo: Ed. Ática, 2003. 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